Se você está em dúvida entre fazer residência médica na USP-SP ou na USP-RP, este texto é para você! Apesar de ambas integrarem a mesma universidade e oferecerem formações de excelência, as experiências nas duas unidades podem ser bem diferentes se considerarmos a estrutura hospitalar, o custo de vida, bem como as oportunidades de plantão e estilo de vida nas cidades.
Para te ajudar nessa dúvida, o Estratégia MED conversou com o Dr. Arthur Fernandes, que viveu as duas realidades: fez residência de Clínica Médica na USP-RP e atualmente está na residência médica de Pneumologia na USP-SP. Ele compartilhou impressões sinceras e comparações práticas que podem ajudar na sua escolha. Então, se quer saber qual delas combina mais com o seu perfil, continue neste texto!
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Como é viver e fazer residência em Ribeirão Preto
Ribeirão Preto tem cerca de 700 a 800 mil habitantes e uma infraestrutura urbana que surpreende quem vem de cidades menores. Apesar de ser considerada uma cidade do interior, oferece boa qualidade de vida, com trânsito mais leve, boa oferta gastronômica e custo de vida inferior ao da capital paulista — especialmente no quesito moradia.
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e o Hospital das Clínicas local estão situados em uma área mais afastada da cidade, o que faz com que muitos residentes optem por morar em bairros como Nova Aliança, que têm melhor acesso ao campus. Segundo Arthur, a maioria dos residentes utiliza carro próprio, já que o transporte público não tem a mesma eficiência do sistema paulistano.
Residência Médica e rotina em São Paulo
Em contraste, São Paulo oferece uma rede de transporte público altamente funcional, o que permite que muitos residentes dispensem o uso de carro. No entanto, o custo de vida é consideravelmente mais alto, especialmente em relação aos aluguéis.
A estrutura do Hospital das Clínicas da USP-SP impressiona. Para Arthur, a transição da FMRP para o Instituto do Coração (InCor) foi marcada por um novo impacto: a magnitude tecnológica e de recursos do centro paulistano, que supera a estrutura de Ribeirão, principalmente nas subespecialidades.
Oportunidades de trabalho e remuneração nos plantões
A busca por plantões é um desafio em Ribeirão Preto, especialmente no primeiro ano de residência, devido à alta concorrência entre generalistas e ao número limitado de vagas. No R2, as oportunidades aumentam de qualquer forma. Ainda assim, Arthur relata que, em pouco tempo na capital, já recebeu mais ofertas do que durante toda a residência em Ribeirão.
Quanto à remuneração, há diferenças importantes:
- Plantão em porta de emergência: cerca de R$ 900 a R$ 1.100 em Ribeirão, contra R$ 1.700 a R$ 1.800 em São Paulo (em média para clínicos);
- UTI: também há melhor remuneração em São Paulo, além de maior oferta.
Estrutura hospitalar e perfil assistencial
A emergência em ambas as unidades é de porta fechada, com atendimento de pacientes regulados, geralmente em estado grave. Em Ribeirão, destaca-se a atuação em hematologia, cardiologia e gastroenterologia. Já em São Paulo, pela variedade de subespecialidades e recursos, há uma gama ainda maior de atendimentos.
Apesar da diferença em escala e complexidade tecnológica, Arthur afirma que nunca presenciou falta de exames ou medicamentos em Ribeirão, tampouco equipamentos quebrados. O sistema funciona bem, com tudo o que está previsto na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) disponível.
Pesquisa e produção acadêmica
Ambas as unidades oferecem oportunidades de pesquisa, mas a abordagem é distinta. Em São Paulo, o incentivo é mais ativo e começa desde o início da subespecialização. Em Ribeirão, há espaço para pesquisa, mas espera-se mais proatividade do residente na busca por projetos e orientações.
Qual a melhor escolha?
Segundo Arthur, tudo depende do que o médico busca em sua formação. Ribeirão oferece uma estrutura sólida, com bom suporte e qualidade de vida, ideal para quem quer fugir da intensidade de São Paulo ou está se adaptando a morar fora. Já a capital é o destino ideal para quem busca contato direto com centros de excelência, oportunidades de subespecialização e um ritmo mais dinâmico, com maior retorno financeiro.
Para ele, pelo menos, a experiência em Ribeirão foi fundamental como ponte para a residência em São Paulo. “Foi uma boa transição, principalmente para quem nunca morou fora”, destaca o médico.
Independentemente da escolha entre USP-SP e USP-RP, ambas oferecem formação sólida e reconhecimento nacional. O mais importante é alinhar o perfil da instituição com seus objetivos pessoais e profissionais. Se você ainda está na dúvida, converse com residentes, visite os locais e explore todas as possibilidades. Aproveite e saiba mais na entrevista completa com o Dr. Arthur Fernandes, realizada pela Professora Ana Luiza Viana:
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