Tornar-se especialista pela Universidade de São Paulo (USP) não é tarefa fácil, mas ainda assim muito desejada por médicos de todo o país.
O processo seletivo para ingresso nos programas de residência médica da USP-SP é um dos mais aguardados e concorridos anualmente, e dentre as especialidades de Acesso Direto, algumas se destacam.
É o caso de Anestesiologia, quarta especialidade com o maior número de candidatos inscritos na última edição finalizada. Com 33 vagas ofertadas para o ano de 2023, a especialidade contou com 551 candidatos interessados no programa, resultando em uma relação de 16,7 candidatos por vaga.
Com tamanha concorrência, conhecer um pouco mais sobre a instituição e o programa escolhido, saber o que te espera e se é o ideal para você faz parte do preparo. Por isso, o Estratégia MED convidou a Dr.ª Leila da Rocha, atual residente de Anestesiologia da USP-SP, para um bate-papo sobre “Como é o programa de Residência Médica de Anestesiologia na USP-SP”. Confira!
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Conheça a USP-SP
A Universidade de São Paulo (USP) é uma das maiores e mais prestigiadas instituições de ensino superior do Brasil e do mundo. Fundada em 1934 como universidade pública, a USP conta atualmente com mais de 80 mil alunos, distribuídos entre cursos de graduação e pós-graduação, e é mantida pelo Governo do Estado de São Paulo e ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Além de seus campi dispostos em diversas cidades do estado, museus e centros de pesquisa para desenvolver suas atividades, a USP também é responsável por manter serviços na área da saúde, tanto para a comunidade da instituição quanto para o público externo. Dois exemplos são o Hospital Universitário, com função assistencial e educacional para as áreas da saúde ofertadas, e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, referência na América Latina no tratamento de doenças de alta complexidade.
Como é a Residência Médica em Anestesiologia na USP-SP
Seguindo as orientações da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), e respeitando a carga horária de 60h semanais prevista em lei, o programa de Residência Médica em Anestesiologia da USP-SP conta com mais de 30 residentes em seu primeiro ano (R1).
Em entrevista para o Estratégia MED, Dr.ª Leila compartilha que durante as atividades clínicas, os R1 geralmente contam com a companhia de sua dupla ou de um R+ (médicos residentes de outros anos) em rodízios pelo Complexo do HC, composto pelos Instituto Central, Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Instituto da Criança, Instituto de Radiologia, Instituto de Psiquiatria e Instituto do Coração, fornecendo conhecimento ao futuro especialista em Anestesiologia em diversas áreas médicas.
Já durante as atividades cirúrgicas, Leila comenta ser mais solitário pois durante as cirurgias, principalmente eletivas, cada residente fica na sala apenas acompanhada do staff. Porém, um ponto positivo da residência médica em Anestesiologia da USP-SP é a união, tanto entre os residentes de primeiro ano, quanto com os R+ e restante da equipe. Leila também diz que sempre que precisou resolver algum problema, a preceptoria, assim como coordenação e secretaria, estiveram presentes e ajudaram de alguma maneira.
Ao ser perguntada sobre o tratamento que recebeu por ser de outra região do país, Leila destaca a presença de diversas pessoas que são de fora e afirma ser um ambiente acolhedor, afinal, todos estão na mesma posição e passam ou já passaram pelas mesmas dificuldades.
Em questão de conhecimento, não espera-se do médico que ingressa na residência conhecimento prévio em Anestesiologia, apenas que tenha conhecimento geral na medicina, como médico generalista. Leila brinca que entrou sem saber “montar um soro” e que em sua entrevista a tranquilizaram, ao afirmarem não esperar que ela soubesse sobre a área pois é comum não ser o foco durante a graduação por sua especificidade.
Para a parte acadêmica, alguns momentos da semana são reservados para discussão de algum caso que tenha acontecido no centro cirúrgico, apresentação de artigos científicos e aulas teóricas e, a cada três meses, os residentes são avaliados em uma prova, assim como no fim de cada ano.
Após o término da residência médica, os profissionais podem prosseguir com a educação caso desejarem. Há a possibilidade de continuação na residência em Anestesiologia com o ano adicional/opcional, assim como em Áreas de Atuação como Dor, Medicina Aeroespacial e Medicina Paliativa. Há também programas de complementação especializada, conhecidos como Fellowship, capacitando o especialista em uma área específica como Anestesia Pediátrica, Anestesia Cardiovascular, Neuroanestesiologia, entre outras.
Para mais detalhes sobre o programa de residência médica em Anestesiologia da USP-SP, não deixe de conferir a entrevista completa com a Dr.ª Leila da Rocha:
O processo seletivo de Residência Médica da USP-SP
Para garantir uma vaga na USP-SP, os candidatos são avaliados em duas etapas. A primeira delas, de caráter classificatório e eliminatório, conta com a aplicação de provas objetivas para todos os candidatos inscritos.
Já na segunda, os candidatos classificados das especialidades de Acesso Direto e com Pré-Requisitos são avaliados a partir da análise e arguição curricular. Essa etapa, por não contar com avaliação teórica ou prática, gera curiosidade e muitas vezes insegurança ao candidato por não saber como a banca age nesses momentos.
As entrevistas nos processos seletivos de Residência Médica assemelham-se a entrevistas de emprego, em que podem perguntar sobre suas qualidades e defeitos, o que se tornaria um problema no ambiente de trabalho, o motivo da sua escolha pela instituição e especialidade etc. Por essa semelhança, é importante que o candidato se apresente de forma adequada, desde suas roupas, maquiagem, acessórios, assim como a forma de agir.
Ao compartilhar como foi sua entrevista para a USP-SP, Dr.ª Leila divide que foi algo rápido, tranquilo e que é necessária sim uma preparação prévia para não tornar a conversa em algo robótico ou que aparente ser decorado.
“Conte a sua história, dê um tom pessoal a sua entrevista. Faça eles conhecerem e gostarem de você”
Dr.ª Leila da Rocha
A convidada também alerta e pede para não menosprezarem a entrevista. Muitos chegam na etapa já aprovados, mas nem por isso a avaliação torna-se menos importante. Afinal, a entrevista é a chance de causar uma boa primeira impressão para aqueles que serão seus superiores.
Dicas: pratiquem, sejam sinceros e conversem com pessoas “da casa” para conhecer um pouco mais sobre a instituição e programas.
Estudando para a Residência Médica com o Estratégia MED
Os processos seletivos para a Residência Médica tendem a ser muito concorridos, principalmente em grandes instituições como USP-SP e seleções unificadas como o ENARE. Por isso, para garantir a sua vaga, é essencial estudar por um conteúdo otimizado e focado no que as bancas cobram.
A partir da Engenharia Reversa, método usado pelo time de professores especialistas do Estratégia MED, nosso conteúdo é pensado e elaborado exclusivamente com base na análise de provas anteriores, estilos de banca, prevalência de temas cobrados, atualizações na área médica e muitos mais. Vem ser coruja!