Artrite Reativa: o que é, causas e muito mais!

Artrite Reativa: o que é, causas e muito mais!

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O que é Artrite Reativa?

A artrite reativa, também chamada de síndrome de Reiter, é uma condição clínica de manifestação reumatológica que acontece, normalmente, 1 mês após uma infecção bacteriana. Costuma cursar com artrites assépticas e assimétricas em crises agudas, que podem durar de 4 a 5 meses. Importante notar que pode ser um quadro bastante recorrente e que os sintomas de dor e fraqueza musculares podem permanecer por um longo período, normalmente até 1 ano.

Quando presente em adultos, relaciona-se, principalmente, às infecções sexualmente transmissíveis. Por outro lado, nas crianças, possui maior relação com condições pós-disentéricas e é um quadro mais raro. A estimativa epidemiológica aponta que homens são 3 vezes mais acometidos do que mulheres, mas isso pode ser resultado do fato de que nas mulheres algumas infecções podem ser assintomáticas.

Quais as causas?

Tradicionalmente, o evento desencadeador da artrite reativa é uma infecção bacteriana, as mais frequentes são bactérias que colonizam o trato genital, urinário e gastrointestinal e tem como exemplos as espécies Salmonella enteriridis ou typhimurium, Shigella flexneri ou dysenteriae, Yersina enterocoliica, Campylobacter jejuni, com grande destaque para a bactéria Chlamydia trachomatis, principalmente em indivíduos sexualmente ativos. Os sintomas reumatológicos são causados por essa infecção e podem aparecer até um mês após o contágio do paciente. 

Quais os sintomas?

Os sintomas são sistêmicos e decorrentes de uma infecção bacteriana, a tríade sintomatológica mais clássica cursa com conjuntivite, uretrite e artrite – classicamente denominada Síndrome de Reiter. Entretanto, vários sintomas podem estar presentes a depender da bactéria em questão e do paciente, como:

  • Infecção urinária ou de porções da genitália externa, como balanites circinadas e vulvites. Pacientes homens podem relatar dor ou queimação ao urinar;
  • Queratodermia blenorrágica, que começa com vesículas claras e base eritematosa, podendo evoluir para nódulos, pápulas e mácula, com muita semelhança às lesões encontradas na psoríase pustular;
  • Prostatite e descarga mucóide são comuns nos homens;
  • Uveíte anterior aguda, normalmente, unilateral;
  • Lesões na mucosa oral, semelhantes às aftas;
  • Manifestações oculares, principalmente as conjuntivites, causando fotofobia, ardor, vermelhidão e descarga mucopurulenta estéril. A evolução dos sintomas oculares pode ser grave com manifestações raras de neurite óptica, hemorragias intraoculares, ulcerações da córnea e uveíte posterior;
  • Sacroileítes e espondilite, presentes em 15% a 30% dos pacientes, sua manifestação está relacionada à carga genética do indivíduo, principalmente pessoas com HLA-B27;
  • Os quadros decorrentes de infecções do trato gastrointestinal tem como sintomas disenteria e diarreia, que podem durar até 3 semanas;
  • Febre baixa;
  • Tenossinovite;
  • Mal-estar geral;
  • Entesopatia, tendo os ‘dedos em salsicha’ como manifestação típica das entesites;
  • Acometimento cardiopulmonar vem sendo um achado cada vez mais raro, já que o diagnóstico e o tratamento têm sido feitos de forma precoce, mas pode estar presente;
  • Perda de peso; e
  • Quando não tratado, a manifestação cutânea da doença pode ter o envolvimento das unhas, com grande descamação e espessamento.

O quadro de artrite, em 80% dos pacientes, está presente nas grandes articulações do membro inferior, com manifestação, normalmente, oligoarticular e assimétrica, acometendo, principalmente, tornozelos, joelhos e o tarso.

Como é feito o diagnóstico da Artrite Reativa?

A artrite reativa possui diagnóstico diferencial importante com outras doenças de curso semelhante. Quando a manifestação reumatológica é axial, pode ser bastante parecida com a espondilite anquilosante, por exemplo. As lesões cutâneas podem apresentar curso semelhante à psoríase. Dessa forma, o diagnóstico deve ser preciso e cuidadoso.

É importante notar que, principalmente, nos casos de manifestação mais típica da doença, como em um paciente com conjuntivite, uretrite não gonocócica e artrite, o diagnóstico pode ser feito de forma clínica e o tratamento deve ser iniciado rapidamente.

Uma parte do diagnóstico da artrite reativa está nos exames laboratoriais, principalmente os indicativos de resposta inflamatória, mas são pouco específicos. Os principais achados são VHS aumentada e PCR também elevado. O exame para o fator reumatoide costuma ser pedido e deve ser negativo.

A punção do líquido sinovial pode ser realizada e pode ser possível perceber a inflamação. Além disso, o diagnóstico é certo quando há verificação da infecção bacteriana em meios de cultura, que são feitos a partir de raspado da uretra, cérvice, garganta ou coprocultura. A presença da bactéria Chlamydia trachomatis pode ser comprovada pela sorologia específica e a utilização do PCR com antígenos próprios de bactéria também costuma ajudar.

Os exames de imagem podem fazer parte do diagnóstico, já que em 80% dos pacientes pode ser percebida certa variação no raio-x, com grande destaque para a visualização da sacroileíte.

Tratamento

A primeira abordagem terapêutica, principalmente nos quadros mais agudos, é feita com administração de AINEs, como oxicans, propiônicos ou diclofenaco. Para alguns pacientes, como em casos refratários, pode ser necessária a administração de corticoides, a prednisona na dose de até 0,5 mg/kg/dia é o mais indicado. A associação com drogas como sulfassalazina na posologia de 1 a 3 g/dia pode ser eficaz no controle de recidivas ou surtos. Para casos mais graves, alguns imunomoduladores como o metotrexato, de 5 a 15 mg/ semana, ou azotioprina, de 1 a 2 mg/kg/dia, parecem ser eficazes.

O uso de antibióticos no tratamento é comum, entretanto, essa abordagem precisa de maiores evidências. No entanto, lincomicina, tetraciclinas e eritromicina podem ajudar na diminuição do tempo de manifestação da artrite.

A abordagem multiprofissional, principalmente com fisioterapia, é indicada para ajudar na recuperação do paciente.

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