Dermatite Seborreica: causas, sintomas e muito mais!

Dermatite Seborreica: causas, sintomas e muito mais!

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O que é dermatite seborreica?

A dermatite seborreica é uma doença crônica de manifestação cutânea. Ela não é infectocontagiosa e costuma se apresentar de forma recorrente. As porções da pele mais acometidas são áreas com grande quantidade de glândulas que secretam conteúdo sebáceo.

Essa é uma patologia com elevada prevalência, chegando a 3% da população mundial, e possui predileção pelo sexo masculino. Quanto à distribuição etária, apresenta padrão bimodal com incidência maior em recém-nascidos e durante a adolescência até a idade de adultos jovens. Na doença de Parkinson, e em outras doenças com limitação da motilidade cutânea ou hiperestimulação sebácea, a ocorrência em idosos é possível.

Causas da dermatite seborreica?

A causa da dermatite seborreica permanece pouco conhecida, mas caracteriza-se como uma dermatose em que a multiplicação dos queratinócitos é mais acelerada do que o normal, isso faz com que algumas células ainda nucleadas sejam encontradas em porções mais altas da epiderme, principalmente na camada córnea, como acontece na psoríase, por exemplo.

A fisiologia hormonal de estímulo às glândulas sebáceas explica o padrão etário bimodal, já que os androgênios são responsáveis por tal ativação e a atuação deles é intensa em recém-nascidos e, depois, de forma importante na puberdade

Alguns patógenos parecem apresentar associação com a patogênese da dermatite seborreica, principalmente fungos, como Malassezia furfur Pityrosporum ovale –, podem ser encontrados em quantidade aumentada nas porções de descamação da epiderme causadas pela doença. Importante mencionar que o uso tópico de antifúngicos geralmente costuma ajudar no controle das lesões.

Quadros de imunodeficiência estão associados com manifestações da dermatite seborreica, ou mesmo, de seu reaparecimento. Pacientes HIV-positivos, por exemplo, devem ser monitorados, durante o tratamento, a respeito de queixas dermatológicas.

Sintomas da dermatite seborreica

As manifestações clínicas da dermatite seborreica variam conforme a idade do paciente. 

Os sintomas mais frequentes em pacientes lactentes são:

  • As lesões aparecem de forma precoce;
  • Visivelmente as lesões são descritas como escamas aderente, de aspecto gorduroso e amareladas, sobre base eritematosa na região do couro cabeludo, vale ressaltar que o cabelo é poupado. Essas lesões são chamadas de ‘crosta láctea’;
  • Na face, dobras, pescoço, tronco e áreas intertriginosas – como inguinal, axilar, nuca e porções em contato com a fralda – as lesões podem apresentar-se como manchas eritematoescamosas;
  • Infecções secundárias por bactérias e fungos são frequentes, evidenciadas por eritema intenso. As mais comuns são Staphylococcus aureus e Candida albicans, quando são observáveis lesões-satélites apresentando colarete periférico;
  • As lesões podem apresentar prurido leve e a evolução da doença é crônica; e
  • Uma complicação possível é a doença de Leiner, quando o paciente apresenta deficiência da proteína C5 do complemento, os sintomas são um quadro grave, eritrodérmico, com diarreia, anemia, febre e vômito.

Os sintomas mais frequentes em adultos são:

  • As lesões também são eritematoescamosas e acometem o couro cabeludo, face, com destaque para a região do sulco nasogeniano e para a glabela, porções interginosas e retroauricular. No couro cabeludo o sintoma frequente é a caspa e no tórax, lesões circinadas ou figuradas;
  • Pseudotinha, principalmente em crianças e jovens, com escamas aderentes e espessas, tendo a psoríase como importante diagnóstico diferencial;
  • Eczema e blefarite na região do conduto auditivo externo, são manifestações possíveis; e
  • As infecções secundárias, principalmente em regiões de dobras, por bactérias ou Candida, podem ocorrer.

Diagnóstico

O exame histopatológico não é específico e os achados não são patognomônicos, dessa forma, o diagnóstico da dermatite seborreica é clínico. No exame dermatológico devem ser pesquisadas dermatites crônicas com regiões de paraqueratose, acontese leve e espongiose. Importante mencionar que essa última característica é a principal diferença que a dermatite seborreica apresenta em relação à psoríase, além do fato de a psoríase apresentar lesões secas características na região dos joelhos e cotovelos.

A dermatite atópica é um diagnóstico diferencial importante no lactente, mas ela costuma se manifestar mais tardiamente. Em relação à doença de Letterer-Siwe a diferença está na componente purpúrico presente nessa histiocitose rara.

As infecções secundárias, já citadas como importante sintoma, ajudam no diagnóstico da dermatite seborreica.

Tratamento 

A dermatite seborreica não tem cura, mas é uma doença facilmente controlada. As caspas, normalmente, são tratadas com:

  • Xampus específicos, principalmente os feitos a base de alcatrão, selênio e piritionato de zinco; e
  • Loções de componente antifúngico, principalmente cetoconazol e terbinafina.

Na região do couro cabeludo e em outras lesões espalhadas pela pele, a administração de corticoides tópicos e loções com princípios ativos antifúngicos podem ajudar, para alguns casos são indicadas pomadas de ácido salicílico a 5% de uso prévio. O controle de infecções bacterianas secundárias tem como principal tratamento os antibióticos orais. No lactente, a crosta láctea precisa ser removida com uso de óleo mineral morno, além disso, a região da lesão deve ser lavada e, então, devem ser feitas compressas com permanganato de potássio em solução de 1:10.000.

Para o controle seborreico, diversos xampus e sabonetes podem ajudar.  Alguns imunomoduladores de uso tópico, como tacrolimo e pimecromolino, apresentam resultado positivo no controle da dermatite seborreica.

Fatores ambientais e de estilo de vida que são, sabidamente, prejudiciais devem ser interrompidos ou evitados, os principais são: calor intenso, banhos muito quentes, excesso de roupa e vestimentas com tecidos de lã, flanela, tecidos sintéticos e seda; por outro lado, a exposição solar costuma ser benéfica. A manifestação da doença parece apresentar componentes emocionais, ansiedade e tensão extrema costumam acentuar os sintomas. Além disso, o alcoolismo agrava o quadro de dermatite seborreica, por isso recomenda-se não ingerir bebidas alcoólicas. A diabetes e a obesidade favorecem a manifestação da doença e precisam, portanto, ser controladas.

Para casos mais graves e resistentes, corticoides orais são indicados, o principal é a prednisona com posologia de 1 mg/kg/dia; nesses casos, pode-se ainda utilizar a isotretinoína com parcimônia, na dose de 1 mg/kg/dia.

Especificamente para a manifestação da doença de Leiner, recomenda-se internação com administração de antibióticos sistêmicos, assim como a transfusão de plasma ou sangue total, além de medidas para manutenção do bom estado geral. No local, são indicadas aplicações de ultravioleta em doses suberitematosas.

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