Lúpus: o que é, sintomas e muito mais!

Lúpus: o que é, sintomas e muito mais!

Já sabe o que é Lúpus? O Estratégia MED separou as principais informações para você. Vamos lá!

O que é a doença Lúpus?

O lúpus eritematoso é uma doença autoimune. Comporta-se de formas variadas e compromete diversos órgãos e tecidos do corpo humano. É uma doença imprevisível, mas atinge principalmente pele, rins, coração e articulações. As mulheres jovens são o grupo mais atingido, que tende a se manifestar entre a segunda e quarta década de vida.

A origem da doença está na produção de autoanticorpos, ou seja, o sistema imunológico do indivíduo passa a atacar o próprio organismo. Esse ataque imunológico tem como alvo diferentes componentes celulares, especialmente o núcleo.

O quadro principal encontrado no indivíduo portador de Lúpus está na incapacidade de manter uma autotolerância. Ou seja, são produzidos muitos autoanticorpos capazes de prejudicar os tecidos de forma direta ou por meio do depósito de imunocomplexos. Por isso, conhecer as características desses anticorpos é muito relevante para o diagnóstico correto.

Por ser uma doença com manifestação predominantemente sistêmica, e por ser causada por um grande número de autoanticorpos diferentes, o Lúpus pode gerar manifestações diversas. Entretanto, as principais mudanças morfológicas observadas acontecem devido à deposição de imunocomplexos nos tecidos corporais.

Quais os sintomas de Lúpus?

O quadro mais completo de manifestação do Lúpus acontece em mulheres. As principais queixas são: febre, artrite, queda de cabelo, sensibilidade à luz, dificuldade para respirar e a típica lesão eritematosa em forma de borboleta na região malar da face. Além desses, alguns sintomas psiquiátricos podem estar presentes, como psicose.

Os sintomas de pele estão presentes na maioria dos portadores de Lúpus e são aumentados pela exposição ao sol, principalmente o eritema facial. As manifestações renais são bastante comuns, incluindo: proteinúria, hematúria e até falência renal, principalmente nos casos de glomerulonefrite; sendo a principal causa de morte em pacientes com Lúpus.

Quais as causas?

O Lúpus é uma doença autoimune, logo não é contagiosa. É causada por uma disfunção do sistema imunológico, que, em um indivíduo saudável, teria a função de proteger o organismo de fatores potencialmente danosos, como infecções. Entretanto, no Lúpus, as células de defesa passam a atacar as próprias células do corpo.

Esse mecanismo é causado pela produção, por parte dos linfócitos B, de autoanticorpos, ou seja, anticorpos que têm as células próprias, ou pequenas porções delas, como alvo. Esse quadro gera uma resposta inflamatória importante, com a ativação de proteínas responsáveis por estimular a inflamação relacionada aos sintomas.

Tipos

O principal tipo de Lúpus é o Lúpus Eritematoso Sistêmico, caracterizado por um quadro que acomete diferentes porções do corpo. Sendo sistêmico, os autoanticorpos normalmente geram manifestações na pele, articulações e rins.

Entretanto, há  algumas outras manifestações menos comuns e localizadas do Lúpus:

  • Lúpus Neonatal: é um tipo muito raro. Os principais achados são as lesões na pele de bebês filhos de mães portadoras de Lúpus Eritematoso;
  • Lúpus Cutâneo: também chamado de Discóide. Acontece quando as manifestações da doença se limitam à pele, gerando lesões características principalmente na face e cabelo. Esse tipo pode evoluir para um quadro de Lúpus Eritematoso Sistêmico;
  • Lúpus causado por drogas: É o tipo mais comum no sexo masculino e pode ser causado pelo uso de medicamentos como antiarrítimicos (procainamida) e anti-hipertensivos, classicamente a hidralazina. Normalmente desaparece com o fim do uso do fármaco;

Diagnóstico

O diagnóstico muitas vezes não é tão simples. Como para outras doenças autoimunes, foram desenvolvidos critérios diagnósticos para uma melhor identificação do Lúpus. Assim, um paciente é diagnosticado com Lúpus quando apresenta quatro ou mais das seguintes manifestações: 

  • Erupção malar: vermelhidão no centro da face;
  • Erupção discóide: eritema observado na pele, típico do Lúpus;
  • Fotossensibilidade: quando alguma manifestação cutânea está associada à exposição ao sol;
  • Artrite: envolvendo duas ou mais articulações com dor e inchaço;
  • Comprometimento Renal: seja pela presença de proteínas ou de componentes do sangue na urina;
  • Úlceras na região oral: acometendo principalmente nasofaringe ou boca;
  • Inflamação de membranas serosas: especialmente a pleura que reveste o pulmão, podendo causar dor. Também pode haver inflamação do pericárdio;
  • Problemas no sangue: observados por exames de sangue, principalmente anemia hemolítica;
  • Anticorpo antinuclear: identificado em quantidade anormal por ensaio de imunofluorescência;
  • Distúrbios imunológicos: com presença anormal de anticorpo Anti-Sam, anti-DNA ou antifosfolípides;
  • Manifestações neurológicas: principalmente com psicose ou convulsões.

Tratamento de Lúpus

O tratamento varia de pessoa a pessoa, com base no grau e no tipo das manifestações encontradas. Em geral, são utilizadas drogas imunossupressoras, ou seja, fármacos que amenizam a resposta inflamatória observada no Lúpus. Corticoides tópicos podem ser receitados para lesões cutâneas, e o uso de protetor solar é sempre recomendado.

Anti-inflamatórios podem causar um alívio dos sintomas, mas pode ter um efeito curto. Drogas utilizadas contra a malária, como a Hidroxicloroquina, também são comumente utilizadas por pacientes portadores dessa doença.

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