ResuMED de osteoporose, do diagnóstico ao tratamento!

ResuMED de osteoporose, do diagnóstico ao tratamento!

Com o passar dos anos e envelhecimento é natural que durante o processo de senescência haja alterações do metabolismo humano que resultem em queda da qualidade e função de diversos órgãos. Contudo, há situações muito comuns em que essa pior funcionalidade gera resultados patológicos. Falaremos agora da osteoporose, doença comum e que é importante fator de risco para morbidade e, por vezes, aumento de mortalidade! Leia conosco e vamos aprender.

Definição de osteoporose

Por definição, a osteoporose se caracteriza como doença osteometabólica, na qual há redução da densidade mineral óssea (DMO) e desarranjo estrutural da microarquitetura óssea. 

Fatores de risco para osteoporose

Um dos principais temas cobrados nas provas e processos seletivos englobam os fatores de risco que levam à osteoporose. Saber e dominar esse tema será crucial para uma boa nota nesse assunto. Vamo a eles: 

  • Idade avançada 
  • Sexo feminino 
  • Raça branca
  • Artrite reumatóide
  • Uso de glicocorticóide crônico 
  • Baixo IMC
  • Sedentarismo 
  • Tabagismo ativo 
  • Imobilização prolongada
  • Sarcopenia
  • Baixa ingesta de cálcio 
  • Elevada ingestão de bebidas alcoólicas
  • Deficiência de vitamina D

Associado aos fatores que levam ao risco da osteoporose, devemos levar em conta fatores que influenciam no risco relativo a quedas. Um indivíduo que sofra uma queda espontânea com osteoporose terá elevado risco a fraturas patológicas, condição a qual que aumenta em muito a morbidade e mortalidade desse paciente.  

Alguns fatores que influenciam o risco de queda são: 

  • Doenças neurológicas que afetam o movimento; 
  • Fragilidade;
  • Déficit auditivo;
  • Medicamentos hipnóticos; e 
  • Fatores ambientais: iluminação, calçados, entre outros. 

Fisiopatologia da osteoporose

A formação da massa óssea se inicia durante a vida intra-uterina e atinge seu pico entre os 20 e 30 anos. Diversos fatores influenciam na massa óssea, entre elas podemos citar a genética, ingestão de cálcio e fatores ambientais como alimentação e atividade física. 

As principais células envolvidas no processo de produção óssea e reabsorção são: o osteoclasto e o osteoblasto. 

O osteoclasto tem como função de reabsorção óssea. Já o osteoblasto apresenta função de produzir matriz óssea. 

Nessa grande homeostase do arcabouço ósseo, há ação de diversos hormônios e influência de íons diversos que irão regular para que lado iremos – seja o de reabsorção, ou seja, o de formação. Algumas substâncias são mais notáveis e devemos lembrar pela sua grande importância: 

  • RANK-L: o RANK ligante é uma substância secretada pelos osteoblastos que quando ligada no pré-osteoclasto o estimula a iniciar processo de reabsorção óssea. Tal ligação é feita no receptor RANK; e
  • Osteoprotegerina: a osteoprotegerina, por outro lado, é uma substância também secretada pelos osteoblastos que tem como função proteger o osso já que acaba por inativar o RANK-L. 

Vimos acima que a mesma célula produz partículas que influenciarão tanto no processo de formação óssea quanto no de reabsorção óssea. Isso indica o quão complexo e dinâmico é esse processo! 

Etiologia da osteoporose

Para classificar as causas e etiologias da osteoporose podemos dividi-las em três categorias: 

  • Primária: forma mais prevalente decorrente da redução de esteroides sexuais;
  • Senil: decorrente do envelhecimento fisiológico; e
  • Secundária: causada por alguma doença ou uso de medicamento que influi no metabolismo ósseo.

Dê uma olhada em nosso material para ter uma lista completa de todos os medicamentos e doenças secundárias que podem provocar a osteoporose. Clique aqui e confira! (inserir link)

Quadro clínico e diagnóstico da osteoporose

O quadro clínico da osteoporose tende a ser frusto. De forma icônica, o principal sintoma da osteoporose é uma fratura por fragilidade. 

O enfraquecimento ósseo não irá repercutir em sintomatologia rebuscada até a ocorrência de uma fratura. Dessa forma, realizamos o diagnóstico de osteoporose seja pelas fraturas ou quando realizamos o rastreamento.

Rastreamento osteoporose

Devemos realizar a DMO (densitometria mineral óssea) na seguinte população:

  • Homem acima de 70 anos
  • Mulheres acima de 65 anos
  • Mulheres entre 50-65 anos ou homens entre 50-70 anos com algum fator de risco (baixo peso corporal, fratura anterior, uso de medicamentos que induzem osteoporose, entre outros)

Densitometria mineral óssea

  • T-score: valor de comparação com um indivíduo que atingiu o pico de massa óssea, em média jovens entre 20 e 30 anos de idade.

    Maior ou igual a -1: normal
    Entre -1 e -2,5: osteopenia
    Menor que -2,5: osteoporose

    A presença de fratura por fragilidade define o diagnóstico de osteoporose, não obstante o valor de T-score.
    Outro fator importante, o diagnóstico densitométrico só pode ser feito em homens acima de 50 anos ou mulheres na pós menopausa.

  • Z-score: comparação entre a mineralização óssea com alguém de idade, sexo e etnia pareada.
    Devemos utilizar esse escore quando estamos analisando uma população pediátrica que ainda não atingiu o pico de massa óssea. 

Junto ao diagnóstico densitométrico, devemos avaliar o FRAX. Essa ferramenta analisa múltiplas variáveis para calcular o risco de fratura do paciente. Tal uso de ferramenta permite que se introduza o tratamento farmacológico caso haja alto risco para fratura nos próximos anos. Em geral, pacientes com risco de fratura de colo do fêmur superior a 10% ainda que com osteopenia deve receber o tratamento farmacológico  

Fraturas de fragilidade

As principais fraturas de fragilidade são: 

  • Coluna vertebral, principalmente em coluna lombar; 
  • Colo do fêmur; e 
  • Punho em região de rádio distal.

Tratamento da osteoporose

O tratamento da osteoporose é composto por medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas. De maneira geral, todas as nossas condutas visam o aumento da massa óssea e, como consequência, a redução do risco de fraturas de fragilidade. É de conhecimento da comunidade científica que esses tipos de fraturas são fatores importantes para aumento de morbidade e mortalidade dos nossos pacientes. 

Medidas não farmacológicas

  • Prevenção de quedas
  • Cessação do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas; e 
  • Aumento da ingestão de cálcio e vitamina D.

Medidas farmacológicas

As medidas farmacológicas são subdivididas em dois grandes grupos de medicamentos. Há aqueles que evitam a destruição da massa óssea e também temos o uso de medicamentos que estimulam a maior formação óssea. 

  • Antirreabsortivos: bisfosfonatos, denosumabe, moduladores hormonais; e
  • Anabólicos: teriparatida, anticorpos monoclonais. 

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Referências bibliográficas

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Curso Extensivo Residência Médica

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