ResuMED de manifestações reumatológicas de doenças sistêmicas: endocrinológicas, hematológicas e neoplasias

ResuMED de manifestações reumatológicas de doenças sistêmicas: endocrinológicas, hematológicas e neoplasias

Como vai, futuro Residente? Apesar de não ser muito cobrado nas provas de Residência Médica, é importante que você saiba sobre manifestações reumatológicas de doenças sistêmicas para garantir as questões em que aparecerem! Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com os principais tópicos do assunto para te ajudar a gabaritar as questões e garantir sua vaga nos melhores concursos! Vamos falar sobre doenças endocrinológicas, hematológicas e neoplasias. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

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Introdução

Diversas doenças sistêmicas podem causar manifestações reumatológicas, sendo as principais delas as doenças endocrinológicas, hematológicas e neoplasias. Vamos falar detalhadamente sobre cada uma delas?

Doenças endocrinológicas

Diabetes mellitus

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, na diabetes mellitus podem ocorrer alterações musculoesqueléticas em até 75% dos pacientes, mais prevalentes que retinopatia ou nefropatia, por exemplo. 

Quiroartropatia diabética

A quiroartropatia diabética, síndrome da mão rígida ou síndrome da mobilidade articular limitada, é mais comum em pacientes com DM tipo 1, mas também pode acometer pacientes com DM tipo 2. Ela possui correlação com o tempo de duração da doença, mau controle glicêmico e doença microvascular.

Consiste em um espessamento da pele e contratura em flexão nas pequenas articulações das mãos ao movimento insidioso. Isso ocorre devido à glicosilação excessiva do colágeno, que ocorre na DM. Ao exame físico é possível observar o “sinal da prece”, em que o paciente não consegue encostar suas palmas das mãos devido à incapacidade de realizar extensão total das articulações dos dedos.

Não há um tratamento específico para a quiroartropatia diabética, necessitando apenas de medicações sintomáticas ou infiltrações de glicocorticoide, além de reabilitação com terapia ocupacional.

Artropatia de Charcot

Outra manifestação reumatológica da diabetes mellitus é a artropatia de Charcot, também conhecida como neuroartropatia de Charcot ou pé de Charcot, consiste em uma complicação neurovascular que pode ser causada por qualquer doença  associada à neuropatia sensitiva e/ou autonômica, especialmente o DM descompensado e/ou de longa data.

As articulações dos pés e tornozelos são as principais acometidas, inicialmente com apresentação de sinais inflamatórios, como calor e edema, seguidos de desabamento do arco longitudinal (pé chato), proeminência óssea plantar, incapacidade em realizar movimentos articulares e, eventualmente, ulcerações ao longo da progressão da doença.

Em estágios mais avançados podem ser encontrados: destruição óssea, alterações na densidade óssea, presença de debris intra-articulares, desorganização da anatomia local e deslocamento articular. Seu tratamento inclui proteção articular com redução do impacto, sapatos adequados, órteses e prevenção de úlceras, mas ainda sim, a doença segue progredindo até alcançar limitação funcional, infecção secundária das lesões cutâneas e até mesmo necessidade de amputação.

Existem outras possíveis manifestações musculoesqueléticas decorrentes da diabetes mellitus, como a contratura de Dupuytren, tenossinovite estenosante dos flexores (“dedos em gatilho”) e capsulite adesiva.

Tireoidopatias

As doenças de tireoide podem causar diversas queixas musculoesqueléticas, como artrite reumatoide e fibromialgia.

O hipotireoidismo é uma causa de artralgia e artrite, além de mialgias e miopatias de predomínio proximal com elevação de CPK, assim como a dermatomiosite e polimiosite, fenômeno de Raynaud e síndrome do túnel do carpo. Já o hipertireoidismo pode causar osteoporose, miopatia proximal sem elevação de CPK e acropatia, caracterizada por aumento de partes moles, periostite e baqueteamento digital.

Acromegalia

A acromegalia, patologia decorrente do excesso do hormônio do crescimento (GH), causa alterações osteoarticulares em até 75% dos pacientes acometidos pela doença, especialmente de caráter degenerativo, levando a manifestações como: osteoartrite secundária, aumento de partes moles, miopatia proximal sem elevação de CPK, síndrome do túnel do carpo e fenômeno de Raynaud.

É possível observar em radiografias o aumento de partes moles, alargamento dos espaços articulares e periostite com falanges distais em aspecto de “ponta de flecha”.

Doenças hematológicas

Hemocromatose

A hemocromatose consiste em um dano tecidual causado pelo acúmulo de ferro no organismo que acomete principalmente indivíduos jovens, e em sua forma hereditária pode causar alterações osteoarticulares em 40 a 80% dos casos. Está relacionada à presença de condrocalcinose (calcificação da cartilagem) e à doença por deposição de pirofosfato de cálcio, além de hiperparatireoidismo, hipofosfatasia e hipomagnesemia.

Sua característica mais comum é o acometimento da segunda e terceira metacarpofalangeanas com redução do espaço articular e a formação de osteófitos em formato de gancho. 

Seu tratamento padrão é a flebotomia, mas que não evita ou altera a progressão da doença articular. Podem ser utilizadas medicações sintomáticas como anti-inflamatórios não esteroidais.

Hemofilia

A hemofilia é uma doença hematológica hereditária relacionada ao cromossomo X que possui como característica a deficiência de fatores de coagulação, o que consequentemente se relaciona com o acontecimento de hemorragias, principalmente dentro do espaço articular, causando o que chamamos de hemartrose.

A hemartrose aguda geralmente ocorre após pequenos traumas, mas pode ocorrer também de forma espontânea. Manifesta-se com dor e limitação da amplitude de movimento em grande articulações, como joelhos e tornozelos, e apresenta melhora lenta.

Seu tratamento inclui principalmente a reposição do fator de coagulação deficiente (VII ou IX), dependendo da hemofilia A ou B.

Neoplasias

Pacientes com neoplasias frequentemente se queixam de manifestações articulares, decorrentes de síndromes paraneoplásicas e efeitos colaterais do tratamento.

A principal delas é que você precisa saber é a osteoartropatia hipertrófica, uma síndrome caracterizada por baqueteamento digital, artrite e periostite de ossos tubulares. Pode ser primária (idiopática) ou secundária, os quais mais se destacam nas neoplasias intratorácicas, especialmente tumores primários (como adenocarcinoma) e secundários de pulmão.

Outras manifestações reumatológicas também podem estar presentes em pacientes com neoplasias malignas, como vasculites e poliartrite

Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste texto você aprendeu mais sobre manifestações reumatológicas de doenças sistêmicas. Confira o portal do Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de reumatologia!

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