Quer saber o que é puerpério? O Estratégia MED separou para você as principais informações sobre o assunto. Acompanhe este artigo e confira!
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O que é puerpério?
O puerpério, ou período pós-parto, é o estágio que se segue à dequitação, que é a saída da placenta após o nascimento do bebê. Essa fase tem características próprias, pois corresponde ao período no qual os órgãos maternos retornarão ao estado pré-gravídico, com exceção das mamas.
Quanto tempo dura o puerpério?
Há certa divergência na literatura, de modo que alguns autores consideram a duração de 6 semanas e outros prolongam essa duração para até 12 semanas.
O puerpério pode ser dividido em três fases:
- Puerpério imediato: da dequitação até o início da terceira hora pós-parto;
- Puerpério mediato: da terceira hora pós-parto até o final do 10º dia; e
- Puerpério tardio: do 11º dia até o final do puerpério, que varia conforme visto anteriormente.
O que acontece durante o puerpério?
Diversos eventos ocorrem durante o puerpério normal para que o organismo materno retorne à condição pré-gestacional ou o mais próximo dela. Podemos citar algumas importantes alterações que ocorrem nesse período, são elas:
- Involução uterina;
- Alterações na vagina e vulva;
- Alterações hematológicas;
- Mudanças hormonais; e
- Alterações psicológicas.
Involução uterina
Após a dequitação, o útero começa a involuir, o que ocorre por contrações sucessivas do miométrio. Esse processo é muito importante para evitar a hemorragia pós-parto, visto que leva a constrição de vasos do miométrio, reduzindo o fluxo sanguíneo. Nesse passo, há também o fechamento de vasos mais calibrosos por trombose, o que também colabora para a prevenção de hemorragias.
Esse processo é relativamente rápido, com o útero deixando de ser palpável no abdome na segunda semana do puerpério e sua massa cai de aproximadamente 1 kg para 60g no final do período puerperal. Importante ressaltar que ele ocorre mais rapidamente em mulheres que amamentam.
Durante a ocorrência da involução uterina, a mulher pode sentir cólicas abdominais, que são normais e têm curso autolimitado, encerrando-se com o período de maiores contrações miometriais.
Além disso, após o parto o colo uterino está amolecido e com seu orifício externo dilatado. Tal dilatação regride lentamente, e junto com essa regressão, o colo vai ficando mais endurecido. Ao final do puerpério, as mulheres que tiveram parto vaginal apresentam no colo do útero cicatrização em forma de fenda.
Alterações na vagina e vulva
Após o parto, a vagina está distendida e lisa. Gradualmente, com a redução do edema no pós-parto, a vagina volta a ter rugosidade e a se estreitar. Além disso, durante o puerpério, a musculatura pélvica e eventuais lacerações que possam ocorrer durante o trabalho de parto se regeneram.
Alterações hematológicas
A volemia tem um aumento significativo durante a gestação para proporcionar uma adequada circulação tanto para a gestante quanto para o feto. Esse aumento é da ordem de 30 a 50% do volume sanguíneo normal da mulher.
Durante o parto essa volemia começa a retornar aos valores normais, pois há perda de aproximadamente 500mL de sangue no parto vaginal e de 1000 mL de sangue na cesárea.
Outras alterações também são percebidas no pós-parto, como leucocitose, principalmente por aumento de granulócitos, e aumento de plaquetas e de fibrinogênio.
Alterações hormonais
Após a dequitação, o beta-hCG cai exponencialmente, retornando aos valores normais cerca de 4 semanas após o parto. Nas primeiras semanas do puerpério, os esteroides sexuais estão baixos.
Nas mulheres não lactantes, a menstruação ocorre entre 8 e 12 semanas, em média, após o parto. Já as mulheres lactantes podem ficar com a menstruação ausente durante o período de amamentação, pois a prolactina inibe a liberação de GnRH pelo hipotálamo.
Alterações psicológicas
O blues puerperal é uma condição psicológica que afeta de 40% a 80% das mulheres no período puerperal e se caracteriza pela presença de sintomas depressivos leves, que se iniciam na primeira semana do pós-parto e geralmente melhoram após 14 dias do parto.
O blues puerperal se diferencia da depressão pós-parto por apresentar sintomatologia mais branda e por ter duração mais curta e autolimitada, o que o classifica como presente no puerpério normal.
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