ResuMED de princípios da anestesiologia – avaliação pré-anestésica, monitorização, recuperação e muito mais!

ResuMED de princípios da anestesiologia – avaliação pré-anestésica, monitorização, recuperação e muito mais!

Como vai, futuro Residente? Aqui neste resumo vamos abranger os principais pontos sobre o tema anestesiologia, muito importante para as suas provas de Residência Médica. Continue a leitura para saber mais, bons estudos!

Avaliação pré-anestésica (APA)

Uma avaliação pré-anestésica bem feita permite a diminuição da incidência de complicações, além de diminuir a ansiedade e aumentar a satisfação do paciente. O planejamento anestésico otimiza os recursos dos estabelecimentos de saúde, permitindo a indicação precisa de equipamentos e cuidados que serão os mais beneficiados com sua utilização. 

Um dos principais aspectos fundamentais na APA é a avaliação das vias aéreas, para identificar possíveis sinais de dificuldade de ventilação e de intubação por laringoscopia. Sinais que indicam dificuldade de ventilação sob máscara são: ausência de dentes, presença de barba, síndrome da apneia obstrutiva do sono e aumento de tecidos moles da face.

Uma classificação muito utilizada para avaliação das vias aéreas no momento da laringoscopia é a classificação de Mallampati, que classifica entre as classes I a IV, e a classificação de Cormack-lehane, que classifica do grau 1 ao 4. Confira o material completo do Estratégia MED para saber tudo sobre essas classificações. 

Alguns exames complementares podem ser requisitados com base nas características do paciente e do procedimento proposto, para avaliar a função dos órgãos comprometidos, além da tipagem sanguínea do paciente.

Também é necessária uma avaliação dos riscos do paciente, a partir da classificação de estado físico feita pela  Sociedade Americana de Anestesiologistas, que leva em consideração a presença e gravidade de doenças sistêmicas do paciente e se o procedimento possui caráter de emergência ou não. 

Após a anestesia ambulatorial, os pacientes recebem alta das unidades de saúde no mesmo dia de realização do procedimento, caso os seguintes critérios estejam preenchidos: classificação de estado físico ASA I ou II, extensão e localização do procedimento realizado permitem o tratamento com internação de curta permanência, não há necessidade de procedimentos especializados e controles estritos no pós operatório, o paciente está acompanhado de pessoa adulta, lúcida e responsável e o paciente deve aceitar o tratamento proposto. 

Jejum pré-anestésico 

É necessário que o paciente faça um jejum para manter o estômago vazio no momento da indução anestésica, prevenindo regurgitação e broncoaspiração do conteúdo gástrico, seguindo os seguintes parâmetros:

  • Água e líquidos sem resíduos: 2 horas.
  • Leite materno: 4 horas.
  • Leite não humano ou fórmula infantil: 6 horas.
  • Refeição leve: 6 horas.
  • Refeição completa: 8 horas.

Agentes anestésicos

Sedação e anestesia geral são caracterizadas pela administração de drogas com efeito sistêmico, que induzem de forma gradativa a diminuição dos níveis de consciência. O estado anestésico é caracterizado por quatro componentes: hipnose, analgesia, bloqueio neuromuscular e inibição dos reflexos autonômicos. 

O transcurso da anestesia geral pode ser dividido em: indução, manutenção e recuperação

Indução e drogas utilizadas

Corresponde a transição do estado de vigília para o anestesiadoe geralmente é realizada com administração de agentes venosos, mas também podem ser utilizados, principalmente, em crianças. 

Os anestésicos inalatórios se referem tanto a um grupo de compostos líquidos e voláteis quanto ao óxido nitroso, um gás de uso medicinal, e produzem efeitos sistêmicos. Já os agentes endovenosos apresentam mais vantagens, por despertar mais suave e menor incidência de náuseas e vômitos no pós-operatório,  são divididos em fármacos opioides e não opioides. 

Os fármacos opioides são utilizados para fornecer o componente de analgesia durante uma anestesia geral ou sedação, pois produzem ação direta na transmissão dos impulsos de nociceptores na coluna dorsal da medula, além de causarem ativação dos circuitos inibitórios para as vias da dor. Mas, estão associados a diversas complicações, como a depressão ventilatória. 

Por fim, os anestésicos venosos não opioides são compostos pelos barbitúricos, benzodiazepínicos, etomidato, cetamina e propofol, os chamados de hipnótico, cada um deles com uma função específica que você encontra no material completo do Estratégia MED!

Bloqueadores neuromusculares, anestésicos locais e anestesia do neuroeixo

Os bloqueadores neuromusculares são essenciais para o relaxamento da musculatura esquelética durante a anestesia, o que facilita o procedimento de intubação orotraqueal e possibilita o manejo adequado e exposição cirúrgica. Podem ser utilizados por dois mecanismos: despolarizante e despolarizante.

Os despolarizantes, como a succinilcolina, tem efeito de início mais rápido, sendo utilizado quando existe risco aumentado de aspiração do conteúdo gástrico. Entre os bloqueadores despolarizantes estão o atracúrio, cisatracúrio, pancurônio e rocurônio, cada um com uma ação específica. 

Anestésicos locais podem ser divididos em grupo amida e grupo éster, o último possui maior risco de alergias (questão de prova!). É importante saber que o diâmetro e mielinização da fibra, o valor de pKa, a ligação proteica, níveis de ionização e lipossolubilidade influenciam na ação dos anestésicos locais. 

Os mais usados atualmente são a lidocaína, bupivacaína e ropivacaína, que podem ser utilizadas com drogas adjuvantes como a adrenalina, para aumentar a duração do bloqueio e diminuir o risco de toxicidade, que ocorre pelo aumento da concentração plasmática da droga, exercendo efeitos em territórios indesejados. 

Já na anestesia do neuroeixo, são realizados bloqueio subaracnóideo e o bloqueio peridural. O bloqueio subaracnóideo, chamado de raquianestesia, consiste na injeção direta do fármaco dentro do sistema nervoso central, enquanto na anestesia peridural, o fármaco é depositado no espaço peridural e entra em contato com as raízes nervosas que saem da medula. 

Manutenção e monitorização

A manutenção consiste em anestesia mantida e ajustada de acordo com a necessidade do procedimento e os sinais vitais do paciente, sempre monitorando-o.  Os parâmetros mínimos de monitorização durante a anestesia são: oximetria de pulso, frequência cardíaca, pressão arterial, ritmo cardíaco por eletrocardiografia, temperatura e avaliação da ventilação, inclusive por capnografia. 

Recuperação

Consiste na supervisão do estado do paciente enquanto o efeito das drogas desaparece, correspondente à fase final da anestesia. Geralmente, ocorre de forma tranquila, mas podem haver algumas complicações clínicas que podem até mesmo levar o paciente ao óbito. 

As complicações mais graves estão geralmente relacionadas ao sistema respiratório (depressão respiratória) e ao sistema cardiovascular (choque). As mais frequentes são: hipertermia, náuseas e vômitos pós-operatórios. 

Dor aguda pós-operatória

A dor no pós-operatório, além de causar sofrimento ao paciente, causa piora da recuperação, aumento do risco de complicações pós-operatórias e piores resultados cirúrgicos. 

Para saber mais sobre o processamento da dor nociceptiva e as drogas utilizadas em cada etapa da sua via de sinalização, consulte o material completo do Estratégia MED!

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