Você já ouviu falar sobre Síndrome de Burnout ou Síndrome de Exaustão/Esgotamento Profissional e se perguntou como ela é definida? Ficou curioso para saber quais os sinais e os sintomas? Então acompanhe este artigo que o Estratégia MED preparou e descubra o que você precisa saber sobre Síndrome de Burnout!
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O que é Síndrome de Burnout?
Burnout faz referência ao termo em inglês “to burn out”, que significa “queimar-se” ou “consumir-se”, ou seja, algo que deixa de funcionar por exaustão.
O conceito Burnout surgiu nos Estados Unidos nos anos de 1970, com o objetivo de caracterizar o processo de deterioração nos cuidados e na atenção profissional dos trabalhadores. A Síndrome de Burnout decorre de uma resposta ao estresse laboral crônico, principalmente naquelas pessoas voltadas às atividades de cuidado, como: médicos, enfermeiros, psicólogos e professores.
Inicialmente, foi descrita pelo psicanalista Freudenberger, o qual observou o sentimento de que seu trabalho não lhe trazia o mesmo prazer de antes, associado à sensação de esgotamento, escassez de energia emocional, fadiga, depressão, irritação e inflexibilidade.
No final dos anos de 1990, Christina Maslach e Michael Leiter, por sua vez, definiram a Síndrome de Burnout no tripé: exaustão emocional, despersonalização e falta de realização profissional.
A exaustão profissional faz referência ao sentimento de cansaço, em que a energia emocional é insuficiente ou está esgotada. A despersonalização decorre de uma baixa empatia com o próximo e distanciamento na relação entre colegas e pacientes. Geralmente, surge como uma barreira para defender-se da carga emocional demandada pelo trabalho.
Já a falta de realização caracteriza-se pela sensação de incapacidade produtiva, baixa autoestima em relação ao trabalho e sentimentos de incompetência.
O que causa a Síndrome de Burnout?
As causas de Síndrome de Burnout estão relacionadas a fatores organizacionais do local de trabalho, fatores individuais, fatores laborais e fatores sociais.
Fatores Organizacionais
Os Fatores Organizacionais estão relacionados à estruturação do sistema de trabalho em que o indivíduo está inserido, como: a burocracia excessiva, as normas institucionais rígidas, ou as mudanças frequentes no esquema dos trabalhos. A síndrome pode ser provocada até mesmo por conta de riscos no ambiente físico do local.
Já na parte de organização entre os membros da equipe, alguns fatores estressores podem ser:
- Falta de autonomia, confiança, respeito ou de consideração entre membros da equipe;
- Comunicação ineficiente;
- Acúmulo de tarefas por um mesmo indivíduo; e
- Convívio com outras pessoas afetadas pela síndrome.
Fatores Individuais
Os Fatores Individuais estão relacionados com a forma como a pessoa lida com o estresse do trabalho e levam em conta: personalidade, autoestima, autoconfiança e autoeficácia.
Dessa forma, indivíduos perfeccionistas, pessimistas, controladores ou, ainda, passivos são mais suscetíveis a desenvolver a síndrome, assim também como pessoas com altas expectativas ou idealismo em relação à profissão.
Há ainda fatores individuais que causam questões de opressão e estresse além do ambiente de trabalho, como: identidade de gênero, nível educacional e estado civil.
Fatores Laborais
Os Fatores Laborais estão relacionados ao tipo de trabalho que é exercido e a maneira em que ele ocorre, tais como:
- Sobrecarga de trabalho;
- Baixo nível de controle das atividades ou dos acontecimentos do próprio trabalho;
- Baixa participação nas decisões sobre mudanças organizacionais;
- Sentimento de injustiça;
- Sentimento de iniquidade, em comparação a colegas;
- Trabalho por turno ou no período noturno;
- Tipo de ocupação;
- Suporte organizacional precário; e
- Relacionamento conflituoso entre colegas e com as pessoas que deve atender.
Fatores Sociais
Por último, os Fatores Sociais são aqueles que decorrem da falta de suporte social ou familiar; pela busca de interesses monetários para prestígio social ou por valores e normas culturais.
Quais os sintomas da Síndrome de Burnout?
Podemos dividir os tipos de sintomas da Síndrome de Burnout em físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos.
Os Sintomas Físicos são aqueles que se manifestam de forma orgânica, como:
- Fadiga constante e progressiva;
- Dores musculares ou osteomusculares;
- Distúrbios do sono, como sonolência ou insônia;
- Distúrbios do sistema respiratório;
- Distúrbios gastrointestinais, como diarreia ou constipação;
- Transtornos cardiovasculares;
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Deficiência do sistema imune;
- Disfunções sexuais, como redução da libido; e
- Alterações menstruais, como ausência de menstruação (amenorreia) ou aumento de fluxo menstrual, tanto em dias quanto em volume.
Os Sintomas Psíquicos se relacionam com falta de atenção ou de concentração e alteração da memória, geralmente associada à perda, além da possibilidade de lentificação do pensamento.
Outros sintomas relacionados são baixa autoestima, sentimento de alienação, solidão ou impotência. Até mesmo sintomas depressivos, como impaciência e labilidade emocional, são possíveis. Outras apresentações são: astenia, desânimo, desconfiança e paranoia.
Já os Sintomas Comportamentais são manifestados, como o próprio nome diz, por meio do comportamento do indivíduo em relação a si ou ao outro, como:
- Negligência a si próprio;
- Irritabilidade ou agressividade;
- Incapacidade para relaxamento;
- Dificuldade em aceitar mudanças;
- Aumento do consumo de substâncias como álcool e drogas ilícitas;
- Comportamento de alto risco; e
- Ideação suicida ou tentativa de autoextermínio.
Já os Sintomas Defensivos estão relacionados à tendência ao isolamento, à perda do interesse pelo trabalho ou até pelo lazer, absenteísmo e, por fim, ironia ou cinismo.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser feito por meio da aplicação de questionários, como: Inventário de Burnout para Psicólogos (IBP); Questionário Breve de Burnout de Moreno-Jimenez (CBB); Questionário de Burnout del Profesorado-Revisado (CBP-R); e Maslach Burnout Inventory (M.B.I.).
O Maslach Burnout Inventory é o mais utilizado e conta com 22 questões para analisar três subescalas: exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal.
A primeira é composta por 9 questões, que analisam os sentimentos de estar emocionalmente exausto e esgotado com o trabalho. A segunda é formada por 5 questões com respostas impessoais. Já a terceira possui 8 questões, que descrevem sentimentos de capacidade e sucesso no trabalho com pessoas.
Os tratamentos da Síndrome de Burnout
O tratamento da Síndrome de Burnout é feito de maneira individualizada e consiste no tripé: psicoterapia, tratamento farmacológico – por meio do uso de antidepressivos e/ou ansiolíticos – e intervenções psicossociais, como possível afastamento do ambiente de trabalho ou retorno às atividades.
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