Como vai, futuro Residente? Um dos temas cobrados nas provas de Residência Médica, principalmente em psiquiatria, é sobre os transtornos de personalidade, não só importante para seu conhecimento nas provas, mas também para sua prática clínica. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto, principalmente as personalidades mais cobradas: borderline e antissocial.
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Introdução
Antes de falar sobre os transtornos de personalidade, precisamos entender o que é a personalidade propriamente dita. A personalidade corresponde a um conjunto relativamente estável de características, que compõem tendências e padrões de respostas, comportamentos e experiências internas de um indivíduo, como sua “marca registrada”.
Logo, os transtornos de personalidade são padrões inflexíveis e persistentes de funcionamento, que causam sofrimento e prejuízo funcional, por característica de personalidade mal adaptadas ao seu meio, em que ocorre um desvio das vivências internas e dos comportamentos do paciente, de maneira acentuada de um padrão esperado por determinada cultura e sociedade.
Esses transtornos são observados normalmente a partir do fim da adolescência ou no início da vida adulta, seus diagnósticos são baseados na avaliação clínica do paciente, levando em consideração sua história de vida, sem necessidade de exames complementares.
Segundo o DSM-5, existem 10 padrões específicos de transtornos de personalidade, divididos em 3 categorias distintas de agrupamentos:
- A: esquizoide, esquizotípica, paranoide.
- B: antissocial, borderline, histriônica, narcisista.
- C: dependente, evitativa, obsessiva-compulsiva.
Diversos estudos estimam que cerca de 10% – 20% da população geral possua algum tipo de Transtorno de Personalidade, além de aproximadamente metade desses pacientes apresentarem um Transtorno de Personalidade Comórbido, ou seja, dois ou mais transtornos psiquiátricos associados, o que demonstra a grande prevalência do estudo desse tema para a prática clínica.
Vamos falar agora sobre cada transtorno de cada agrupamento especificamente. Continue a leitura!
Agrupamento “A”
Transtorno de personalidade esquizóide (TPEZ)
Pacientes com TPEZ tendem a ter um comportamento de isolamento, com afastamento da vida social, não demonstram interesse em se relacionar social ou afetivamente com outras pessoas. Quando comparados com pacientes com esquizofrenia, podem ser considerados como portadores de “sintomas negativos”, sem a presença de sintomas positivos, como alucinações e delírios.
No manejo desses pacientes, a prescrição de antipsicóticos e psicoterapia podem ser utilizados.
Transtorno de personalidade esquizotípica (TPET)
“Excêntricos” e “lunáticos” são as palavras melhor utilizadas para descrever os pacientes com TPET, pois se comportam de maneira extravagante e podem interpretar a realidade de maneira distorcida. Em situações de estresse, podem apresentar sintomas psicóticos.
Para seu tratamento, pode ser proposto o uso de antipsicóticos para pacientes sintomáticos, além da psicoterapia.
Transtorno de personalidade paranoide (TPP)
Pacientes com TPP apresentam um padrão crônico de paranoia e desconfiança, suspeitam de todos e podem interpretar simples acontecimentos do seu dia a dia como conspirações. Além disso, podem ser ciumentos e geralmente são rancorosos. Os antipsicóticos também podem ajudar nesses casos para redução da paranoia.
Agrupamento “B”
Transtorno de personalidade antissocial (TPAS)
Os pacientes com TPAS são inescrupulosos, desdenham das leis, ignoram as convenções sociais e os bons costumes, sempre agindo em benefício próprio. Geralmente, pacientes antissociais foram crianças com transtornos de conduta.
Esse é o único diagnóstico de transtorno de personalidade que só pode ser realizado em pacientes a partir dos 18 anos de idade, e dificilmente aderem a qualquer proposta terapêutica, mas ainda sim a psicoterapia pode ser indicada.
Transtorno de personalidade Borderline (TPB)
Instabilidade afetiva define os pacientes com Borderline, além de impulsividade, raiva, medo de abandono e baixo limite de tolerância às frustrações. Possuem alto risco de morte por suicídio.
Medicamentos como estabilizadores de humor e antipsicóticos atípicos podem ser utilizados para o tratamento, além da psicoterapia associada.
Transtorno de personalidade histriônica (TPH)
Pacientes com TPH são dramáticos e teatrais, desejando sempre ser o centro das atenções, utilizando muitas vezes de insinuação sexual para atingir seu objetivo. Nesses casos somente a psicoterapia pode ser útil para auxiliar nesse transtorno de personalidade.
Transtorno de personalidade narcisista (TPN)
Os pacientes narcisistas são “apaixonados por si mesmos”, e acreditam que são mais importantes que qualquer outro, desejando receber atenção e tratamento diferenciado – apesar disso, ainda possuem um ego frágil.
Poucos tratamentos clínicos são úteis para pacientes narcisistas, devido a sua baixa adesão, mas a psicoterapia deve sempre ser indicada.
Dica: para gravar esse transtorno, lembre-se do conto de Narciso, que se afogou no rio ao se admirar em seu reflexo!
Agrupamento “C”
Transtorno de personalidade EVITATIVA (TPE)
Esses pacientes com TPE apresentam sintomas ansiosos crônicos, retração e inibição social, além de alta sensibilidade às críticas.
Para tratamento, podem ser utilizados antidepressivos e ansiolíticos para auxílio nesse TP, além de abordagens psicoterápicas.
Transtorno de personalidade dependente (TPD)
Geralmente pacientes com TPD possuem comportamentos de submissão e necessidade constante de aprovação de sua figura de apego, porém desproporcional de cuidados. Ansiolíticos podem ser úteis nesse transtorno, também associado à psicoterapia.
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC)
Também chamado de Transtorno de Personalidade Anancástica, o TPOC consiste em um excesso de zelo, certa inflexibilidade de conduta e perfeccionismo. Antidepressivos e claro, psicoterapia, podem ser utilizados para redução dos sintomas desse transtorno.
Outras causas
Mudança de personalidade devido à outra condição médica
Entre outras causas de transtornos de personalidade, tem-se a mudança de personalidade por conta de outra condição médica, que ocorre em função de uma lesão cerebral orgânica, que atinge regiões do cérebro que regulam o comportamento e modelam a personalidade, causando mudança na forma permanente e na personalidade do indivíduo.
Seu tratamento varia de acordo com a cauda e a apresentação clínica do caso.
Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste resumo você aprendeu mais sobre os principais transtornos alimentares. Confira o Portal Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de psiquiatria!
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