ResuMED de Anatomia e Fisiologia Intestinal
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ResuMED de Anatomia e Fisiologia Intestinal

Fala, futuro Residente! Quer saber tudo sobre anatomia e fisiologia intestinal? Nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo para arrasar nas provas de Residência Médica. Caso queira saber mais sobre o assunto não deixe de conferir o texto a seguir.

A cirurgia possui temas considerados difíceis durante a graduação, certo? No entanto, o tema anatomia e fisiologia intestinal, apesar de não ser muito prevalente em provas, permanece há anos como grande diferencial para você atingir sua sonhada vaga.

Por isso, dominar conceitos de anatomia e cirurgia é imprescindível para acertar qualquer questão sobre o tema. Hoje, te explicarei de uma forma rápida e simples, então vem comigo, coruja! 

Intestino delgado 

O intestino delgado estende-se como piloro (junção gastroduodenal ao ceco (junção ileocecal), ele é subdividido em duodeno, jejuno e íleo. Com de 600-700 centímetros, sendo 20 cm o duodeno e o restante correspondendo a jejuno e íleo. O intestino delgado é o responsável por grande parte da absorção de nutrientes devido à sua longa superfície de contato. 

Duodeno

Seu nome tem origem italiana, corresponde a “doze dedos”. É a porção mais larga do intestino delgado, possuindo formato de “C” abraçando a cabeça do pâncreas. Se estende da junção gastroduodenal até o ângulo duodenojejunal ou ligamento de treitz. Esse ligamento é um importante marco para diferenciar hemorragias digestivas altas (acima do ligamento)  das hemorragias digestivas baixas (abaixo do ligamento de treitz). 

É a única porção fixa do intestino delgado, além de ser um órgão majoritariamente retroperitoneal. Sua mucosa apresenta dobras ou pregas circulares denominadas válvulas ou pregas de Kerckring (válvulas coniventes), principalmente em duodeno e jejuno. Sua irrigação arterial provém de ramos do tronco celíaco (artéria pancreaticoduodenal superior ramo da gastroduodenal) e da artéria mesentérica superior (artéria pancreaticoduodenal inferior).  

Essas duas artérias pancreatioduodenais superior e inferior emitem ramos anteriores e posteriores que se anastomosam como uma alça. 

Possui quatro porções sendo elas: 

  • Primeira porção: ou porção superior. Sua parte proximal e móvel fixada em mesentério, o restante é fixo e retroperitoneal;
  • Segunda porção: local onde está situada a papila duodenal maior e menor. Através delas, desembocam os ductos colédoco e pancreático principal via pápila de Vater e acessório. Mede cerca de 7-10 cm e é também chamada de parte descendente do duodeno; 
  • Terceira porção: ou horizontal, mede 6 a 8 cm; e
  • Quarta porção: última porção, tem forma ascendente devido ao ligamento de treitz que traciona sua parede marcando limite entre duodeno e jejuno. 

Obs: O tronco celíaco emite as artérias hepática comum, gástrica esquerda e esplênica.

Jejuno e íleo

Primeiramente, não existe um marco anatômico que delimita o fim do jejuno ou início do íleo. Classicamente, considera-se que o jejuno corresponda a 2/5 proximais e o íleo ao 3/5 distais. O jejuno possui parede mais espessa e coloração mais avermelhada em comparação ao íleo, além de apresentar mais válvulas coniventes.

Ademais, a irrigação do jejuno forma poucas arcadas jejunais em comparação a irrigação do íleo. Ambos são completamente móveis e envoltos por mesentério. Esse mesentério é o responsável por fixar o órgão a parede posterior do abdome além de ser o local onde passam vasos, linfonodos e nervos autonômicos. 

Microscopia 

Possui 4 camas assim dispostas: mucosa, submucosa, muscular própria e serosa. A camada mucosa é a mais interna se dividindo em camada epitelial, lâmina própria e camada muscular da mucosa. Essas camadas estão associadas ao processo de absorção, digestão, combate a patógenos invasores e a renovação epitelial.

A combinação das válvulas de Kerckring, vilosidades e microvilosidades aumentam a área absortiva da mucosa intestinal em mais de 100 vezes, o que equivale a uma superfície de aproximadamente 200 metros quadrados. 

A camada submucosa é a camada mais resistente de todas, pois é constituída de tecido conjuntivo fibroelástico, nela contém nervos e vasos sanguíneos.

Já a camada muscular é composta por duas camadas musculares, uma longitudinal e outra circular. Ambas estão associadas ao peristaltismo. 

Por fim, temos a camada serosa, formada por peritônio visceral, se localizando de forma mais externa.  

Digestão e absorção

A maior parte da digestão dos alimentos ocorre no intestino delgado, graças à presença da borda em escova. Cada nutriente é absorvido em uma porção específica, como: 

  • Duodeno: absorção de aminoácidos, dissacarídeos, ferro, eletrolitos e água;
  • Jejuno: dissacarídeo, monossacarídeos, ácidos graxos livres, monoglicerídeos, ácido fólico, vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), além de aminoácidos como Ca, Mg, Zn e Cu; e
  • Íleo: vitamina B12 e ácidos biliares.

O peristaltismo possui uma velocidade de 1 a 2 cm/segundo, e é por meio dele que o quimo vai descendo pelo intestino delgado, sofrendo assim processo de digestão e absorção. 

Dentre os hormônios liberados pelo intestino delgado temos a gastrina, colecistoquinina, secretina, somatostatina, peptídeo liberador de gastrina, motilina, peptídeo intestinal vasoativo entre outros. Esses hormônios exercem papel importante na secreção pancreática, biliar, intestinal e na motilidade intestinal. 

Intestino grosso

Constitui junto com o reto um tubo final de aproximadamente 150 cm de comprimento. É dividido em apêndice, ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmóide. O sigmóide se liga ao reto, porção final do trato gastrointestinal. Além disso, o intestino grosso é mais calibroso, possui três tênias (mesocólica, omental e livre) que seguem todo seu comprimento além dos famosos apêndices epiplóicos ou omentais. 

A primeira porção do intestino grosso é o ceco, com cerca de 8-10 cm de comprimento, cuja principal função é impedir o refluxo do conteúdo cecal para o íleo via válvula ileocecal. O apêndice vermiforme se origina mais frequentemente da porção póstero medial do ceco, além de possuir função de defesa imunológica. Sua localização mais comum é retrocecal, porém pode ser encontrada em posição pélvica, subcecal, pre-ileal e retroileal. 

Por fim, lembre-se que o apêndice, quando inflamado, gera apendicite aguda com a dor que se inicia em região epigástrica e irradia para fossa ilíaca direita posteriormente. 

A junção retossigmóide é demarcada pelo fim das tênias colônicas, cerca de 15 cm do ânus. Cabe ressaltar, que por ter um mesentério longo o sigmóide está sujeito a torções.  

A artéria mesentérica superior para irrigar os intestinos emite, a artéria ileocólica, cólica direita e cólica média. Já a artéria mesentérica inferior emite os ramos cólica esquerda, sigmóideas e retal superior, irrigando assim os cólons. 

Testando seu conhecimento sobre anatomia e fisiologia intestinal 

1) (Hospital São Domingos – MA – 2018) As três artérias que se originam habitualmente do tronco celíaco são: 

A) Gastroduodenal; hepática comum e gástrica esquerda 

B) Esplênica; hepática comum e gástrica esquerda 

C) Hepática comum, gástrica direita e gastroduodenal 

D) Hepática direita; gástrica direita e esplênica 

E) Hepática direita; hepática esquerda e gástrica direita

Resposta: alternativa B

Explicação: Questão conceitual, acabamos de estudar! O autor quer saber quais são as três artérias que compõem o tronco celíaco. Ele dá origem às artérias hepáticas comum, esplênica e gástrica esquerda. A artéria hepática comum dá origem às artérias gastroduodenal (irriga pâncreas e duodeno) e hepática própria (irriga o fígado). 

2) (Universidade Estadual do Piauí – PI – 2017) Quanto aos elementos absorvidos no trato gastrointestinal, marque a alternativa INCORRETA. 

A) Duodeno: ferro, cálcio e magnésio. 

B) Jejuno proximal: glicídios, lipídios, aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis e folatos. 

C) Transição jejuno-íleo: sais biliares, vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis. 

D) Íleo terminal: sais biliares e vitamina B12. 

E) Cólon: água e eletrólitos.

Resposta: alternativa C

Explicação: Questões explorando, diretamente ou indiretamente, quais são os locais do intestino delgado com maior absorção de um nutriente específico são relativamente comuns. Nesse caso, o autor quer a resposta incorreta. A alternativa C está incorreta, porque os sais biliares são absorvidos no íleo terminal.

Chegamos ao fim, futuro residente, gostou desse conteúdo de anatomia e fisiologia intestinal? O blog do Estratégia MED  tem muito mais informações esperando por você. Certamente, com o  nosso Banco de Questões MED e o Curso Extensivo MED você terá o diferencial necessário para atingir sua aprovação na desejada vaga de Residência Médica ou Revalida. Vamos vencer juntos mais esse  grande desafio. Vem ser coruja!

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