5 questões sobre asma que já caíram nas provas
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5 questões sobre asma que já caíram nas provas

A asma figura como um dos temas predominantes no bloco de Pediatria das provas de residência médica e revalidação, requerendo atenção especial dos candidatos. Compreender os principais sintomas, causas, quais os tipos de asma, diagnóstico e tratamento é fundamental para ter um bom desempenho. Então, para aqueles que querem mandar bem na prova, veja abaixo 5 questões resolvidas para praticar e revisar o tema.

Conceito de asma

Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que causa sintomas respiratórios como falta de ar, sibilos e tosse. Ela é representada por uma constrição brônquica reversível, desencadeada por uma resposta exagerada a diversos e variados estímulos, principalmente ambientais, como mudanças de temperatura, atividade física intensa, alérgenos e infecções.

Tal obstrução é gerada por inflamação dos brônquios por meio da atuação de eosinófilos, hiperatividade das células musculares lisas dos brônquios e a hipertrofia dessas células.

Importante destacar que a asma não é uma doença homogênea, ou seja, pode ser iniciada por fatores extrínsecos – também chamados de atópicos – ou por uma via intrínseca.

Confira o resumo antes de resolver as questões: Asma: o que é, tratamento e muito mais!

Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica e do Revalida, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre asma que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.

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HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS – HSL (2024)

Menino de 7 anos apresenta, há mais de 6 meses, tosse seca recorrente e acorda à noite, 1 a 2 vezes por semana, por tosse e dispneia. Às vezes, esses sintomas se associam a quadro gripal. Nega febre, obstrução nasal ou coriza constante. Refere que não apresentou chiado no peito e nem procurou pronto-socorro por dispneia neste período. Gosta de desenhar e não quer mais jogar bola, porque fica cansado com facilidade e precisa parar, por crise de tosse.

Antecedentes pessoais: nasceu de 35 semanas, com 2.400 g; foi internado por bronquiolite aos 2 meses e apresentou dermatite até os 3 anos de idade. Nega sibilância. Irmão de 9 meses tem alergia à proteína do leite de vaca e sibilos recorrentes. A mãe é fumante. Ao exame físico: paciente apresenta bom estado geral e bom estado nutricional e nenhuma alteração. Entre os exames abaixo, o melhor para a confirmação da principal hipótese diagnóstica desse menino é:

A. Phmetria esofágica.

B. Dosagem sérica de IgE específica (RAST) para leite de vaca.

C. Radiografia de tórax e PPD.

D. Espirometria.

E. Pesquisa de sódio e cloro no suor.

Resolução: A criança do enunciado apresenta sinais, sintomas e antecedentes sugestivos de asma, tais como:

-tosse seca recorrente

-piora à noite

-dispneia

-associação com quadro gripal

-cansaço quando realiza atividades físicas

-antecedente  de dermatite

-irmão com sibilos recorrentes

O diagnóstico da asma é diferenciado para crianças menores e maiores de 6 anos.

Em crianças menores de 6 anos, o diagnóstico é baseado em dados clínicos, como:

– Presença recorrente de sintomas típicos de asma (dispnéia, tosse, sibilância e sintomas noturnos).

-Sibilância na ausência de infecção respiratória.

-Os sintomas permanecem por mais de 10 dias após um episódio de infecção de vias aéreas superiores.

-Apresentar sintomas mais de três vezes por ano, ou episódios graves e/ou sintomas que pioram durante a noite.

– No período entre os sintomas, a criança apresenta tosse, dispneia ou sibilância quando ri, faz exercícios físicos ou brinca muito; sintomas acontecem sem associação com IVAS.

-Presença de fatores de risco para o desenvolvimento de asma, como: história familiar de atopia; sensibilização alérgica, história pessoal de alergia alimentar ou dermatite atópica;

– Melhora dos sintomas em resposta ao tratamento de controle empírico e piora após a suspensão do medicamento.

– Pais e/ou irmãos receberam prescrição e usaram medicação inalatória (broncodilatadores, corticoides) em algum momento no passado.

– História familiar de asma em parentes de 1º grau.

– Resposta a broncodilatador inalatório durante as crises de sibilância acompanhada e comprovada por médico.

Em crianças maiores de 6 anos utilizamos tanto os dados clínicos como a espirometria.

A espirometria pode ser realizada após os 6 anos, pois as crianças conseguem colaborar com o exame, trazendo resultados confiáveis.

As evidências de obstrução das vias aéreas na espirometria, especialmente se forem reversíveis com broncodilatador, apoiam fortemente o diagnóstico de asma. No entanto, a espirometria normal ou a falta de reversibilidade da obstrução no cenário de uma exacerbação aguda não exclui o diagnóstico. Nos pacientes que não são capazes de realizar a espirometria (especialmente crianças menores de 6 anos), podemos fazer um teste terapêutico com medicações para asma. Se a criança apresentar melhora dos sintomas, o diagnóstico de asma é altamente provável.

Observe os principais parâmetros extraídos da espirometria:

• VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo.

Está reduzido na crise de asma e frequentemente no período intercrítico. Seu aumento após uso de broncodilatador é um critério diagnóstico de asma.

• CVF: capacidade vital forçada consiste no total de ar que sai dos pulmões após a expiração forçada. Nos asmáticos, a CVF é reduzida, pois, na expiração forçada, a pressão intratorácica nesses pacientes fica bastante positiva, colabando algumas vias aéreas terminais e impedindo a saída de parte do ar que normalmente seria expirada.

• Índice de Tiffenau (relação de VEF1/CVF) está reduzido na asma porque o VEF1 diminui muito mais que a CVF. Esse é o principal exame de medida da função pulmonar, mas exige esforço e colaboração do paciente. Por isso, dificilmente um paciente menor de seis anos consegue realizá-lo. A demonstração de obstrução reversível ao fluxo de ar estabelece o diagnóstico de asma e facilita a avaliação da gravidade.

Correta D, a espirometria é o teste que corrobora o diagnóstico de asma.

PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU MG (2024)

Os fatores de risco para o desenvolvimento de asma em lactentes têm sido cada vez mais elucidados. Sobre esses fatores, assinale a alternativa CORRETA:

A. Caso um dos pais seja alérgico, estudos genéticos ajudam a caracterizar a susceptibilidade para asma e determinar a gravidade da doença.

B. Infecções virais, como pelo rinovírus, estão associadas a menor risco de asma devido ao desvio da resposta inflamatória para células TH1.

C. Sensibilização a aeroalérgenos é um dos fatores associados à persistência de asma até a idade adulta.

D. Uso de antibióticos no primeiro ano de vida tem relação com menor risco de asma por reduzir a colonização de microbiota das vias aéreas.

Resolução: Existem inúmeros  fatores de risco  associados à asma. Eles podem variar com a idade de início da doença, o tempo de exposição e comportamentos relativos ao desencadeamento da asma. Vamos a eles:

• Fatores Genéticos e história familiar

Alguns fenótipos da asma são claramente hereditários, mas não se esqueça de que são necessários fatores genéticos associados a fatores ambientais para o desenvolvimento da asma.

• Atopia

É o principal fator de risco para o desenvolvimento da asma. Já está bem documentada a associação entre asma e outras condições atópicas (por exemplo, rinite alérgica e dermatite atópica). Um crescente número de pesquisas sugere que o microbioma do início da vida influencia a probabilidade de uma predisposição alérgica resultar em asma. 

• Alérgenos

Alérgenos como ácaros da poeira doméstica, alérgenos de gato e cachorro, baratas e fungos podem se relacionar à asma.

O ácaro do pó doméstico parece ter uma associação importante com a asma, contribuindo potencialmente para 65% a 90% dos casos entre crianças e adultos jovens.

• Obesidade

A elevação do IMC (índice de massa corpórea) do paciente está associada à maior prevalência de asma. Observa-se melhora dos sintomas respiratórios com a redução do IMC.

• Ocupacional

Estudos identificaram várias ocupações que estão associadas a um risco aumentado de início de asma. As principais são enfermagem e profissionais de limpeza. Ocupações que possam estar expostas a acidentes inalatórios (por exemplo, incêndios, mistura de agentes de limpeza, derramamentos industriais) também foram associadas a um risco aumentado de início de asma.

• Exposição pré-natal ao tabagismo materno

A exposição pré-natal ao tabagismo materno é um fator de risco bem estabelecido para asma infantil, estando associado à redução da função pulmonar do bebê e maior probabilidade de asma.

Correta C, porque mencionou um dos fatores desencadeantes de asma na criança.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE – UFCSPA (2024)

Dentre os dispositivos inalatórios que produzem aerossol do tipo nebulizador, qual é o contraindicado para o uso de soluções contendo antibióticos ou corticóides? Assinale a alternativa CORRETA:

A. Nebulizadores a jato.

B. Nebulizadores ultrassônicos.

C. Nebulizadores de membrana ativa.

D. Qualquer nebulizador que possua bateria para fonte de alimentação.

Resolução: O examinador solicita informações a respeito dos nebulizadores que não podem ser utilizados para administração de antibióticos e corticoides.

Uma questão muito específica e pouco cobrada em provas, mas vamos lá!

Os nebulizadores a jato são aqueles inaladores clássicos que usamos para inalação caseira. Eles podem ser usados para antibióticos e corticoides, pois não são capazes de alterar as propriedades químicas dos medicamentos.

Já os nebulizadores ultrassônicos agem de forma muito rápida e promovem aumento de temperatura, assim, podem alterar as propriedades químicas de medicamentos como antibióticos e corticoides, não sendo recomendados para esse fim

Nebulizadores de  membrana vibratória são mais modernos e seu mecanismo de ação ocorre por passar a medicação por meio dos orifícios microscópicos da membrana, criando o aerossol. Eles podem ser usados para medicamentos

Correta B devido ao calor produzido, pode haver alterações das propriedades dos medicamentos, não sendo recomendado para esse fim.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ (2023)

Apesar de ser uma condição sensível à Atenção Primária à Saúde, a asma ainda representa uma parcela significativa de internações no Sistema Único de Saúde (SUS). Para o tratamento de manutenção da asma em crianças, está indicado(a):

A. Fenoterol em aerossol, para casos leves

B. Budesonida spray, para casos com bom controle

C. Prednisona oral em dose média, para casos moderados

D. Nebulização com fenoterol e ipratrópio, para casos leves

Resolução: O tratamento de manutenção da asma é baseado em medidas farmacológicas e não farmacológicas. As medidas não farmacológicas baseiam-se no controle do ambiente e de possíveis gatilhos para o paciente asmático.

Em relação às medidas não farmacológicas, o paciente deve ser orientado a:

• Manter o ambiente limpo, arejado e livre de mofo;

• Não varrer a casa ou tirar poeira dos móveis, apenas passar um pano úmido no chão e nos móveis, de preferência, diariamente;

• Trocar constantemente roupas de cama e banho;

• Usar capa protetora (antimofo e antiácaro) nos travesseiros e colchões.

O tratamento FARMACOLÓGICO de manutenção  da asma é baseado em:

• Medicações de controle

Usadas para diminuir a inflamação causada pela asma, controlar os sintomas e reduzir os riscos futuros, além de prevenir as exacerbações

e evitar o remodelamento pulmonar. Devem ser usadas diariamente. A principal droga recomendada é o corticoide inalatório.

• Medicações de resgate

São usadas nos pacientes em exacerbação de asma. Também podem ser usadas antes da prática de exercício físico para prevenção de

broncoespasmo. O objetivo principal do tratamento de manutenção é eliminar o uso ou ao menos, diminuir o uso da medicação de

resgate. A principal droga utilizada como resgate é o beta2 agonista de curta ação inalatório (SABA).

Correta B, a budesonida é um corticoide inalatório que pode ser usado como tratamento de manutenção da asma, mas faltou citar o SABA como resgate.

Revalida INEP (2011)

Um estudante, com 15 anos de idade, chega à Emergência informando ser portador de asma desde a infância. Relata que manteve controle da asma nos últimos meses e que apresenta piora há dois dias, quando passou a apresentar dispneia associada à tosse, expectoração mucosa e chiado no peito. Ao exame físico observa-se tórax tipo pectus carinatum, com discreta tiragem intercostal; frequência respiratória = 32 irpm; Frequência cardíaca=100 bpm; ausculta pulmonar com sibilos difusos. Na sala de Emergência, diante do paciente com crise asmática, além do quadro clínico, consideram-se como procedimentos objetivos importantes para avaliação da gravidade, a realização, quando possível, de

Diante do caso descrito, são considerados critérios para asma de difícil controle em crianças, EXCETO:

A. Radiografia de tórax e medida do pico de fluxo expiratório (PFE).

B. Radiografia de tórax e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2).

C. Hemograma e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2).

D. Medida do pico de fluxo expiratório (PFE) e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2).

E. Eletrocardiograma e medida do pico de fluxo expiratório (PFE).

Resolução: Temos um paciente de 15 anos, portador de asma. Há 2 dias, vem apresentando:

– Dispneia;

– Tosse;

– Expectoração;

– Tosse.

Ao exame físico:

– Discreta tiragem intercostal; 

– Frequência respiratória = 32 irpm; 

– Frequência cardíaca=100 bpm; 

– Ausculta pulmonar com sibilos difusos.

Estamos diante de um caso de crise de asma, certo? Vejamos:

Asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por uma hiperresponsividade das vias aéreas inferiores, com hipersecreção de muco, edema e broncoconstrição. É de caráter obstrutivo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Manifesta-se com episódios recorrentes de sibilância, dispneia, dor no peito e tosse seca, principalmente à noite e pela manhã. O diagnóstico geralmente é clínico em crianças menores de 5 anos de idade. Nas maiores de 5 anos, o diagnóstico baseia-se em critérios clínicos e funcionais. A espirometria é capaz de avaliar o grau de obstrução pulmonar e a resposta ao tratamento.

Exacerbação de asma caracteriza-se por um aumento progressivo nos sintomas de tosse, sibilos, sensação de aperto no peito e dispnéia, com risco de causar insuficiência respiratória. Há mudança dos sintomas e da função pulmonar em relação ao basal do paciente.

Pode ter vários fatores desencadeantes, como: infecções respiratórias virais; exposição a alérgenos; alergia a alimentos; poluição do ar; mudanças sazonais; má adesão ao tratamento. 

A base do tratamento da crise de asma faz-se com a seguinte tríade de medicamentos:

• Oxigenioterapia, se saturação < 94%. O objetivo é manter a saturação entre 94 a 98%.

• Usar β2 agonista de curta duração inalatório, de 20 em 20 minutos, na primeira hora. 

• O corticoide sistêmico atua como uma medicação anti-inflamatória, também usado nas crises de asma. 

Alternativa D: Correta. 

O Pico de Fluxo Expiratório representa o fluxo máximo gerado durante uma expiração forçada. É capaz de indicar a presença de obstrução das vias aéreas. O valor do PFE pode ser medido através de espirômetros, ou por medidores portáteis. Os valores variam em relação à idade, estatura e sexo do paciente. Contudo, a melhor forma de avaliá-lo é comparar o paciente com sua melhor medida prévia.

A saturação indica o grau de hipoxemia do paciente, se menor que 94% há necessidade de oxigenoterapia.

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