5 questões sobre Dengue que já caíram nas provas
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5 questões sobre Dengue que já caíram nas provas

Segundo dados atualizados do painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde (MS), o Brasil enfrenta um verdadeiro desafio de saúde pública na luta contra a dengue. Apenas nos primeiros dois meses de 2024, o país registrou mais de 900 mil casos comprovados ou em investigação.

De acordo com a pasta, o aumento significativo neste período do ano não era esperado, em vista que historicamente há tendência de pico das epidemias entre os meses de março e abril. Porém, diferentes motivos fizeram com que o aumento fosse antecipado, como alterações climáticas e mudanças nos sorotipos circulantes da doença.

Transmitida pelo mosquito de hábitos diurnos Aedes aegypti, a dengue possui três fases de manifestações clínicas em casos sintomáticos: febril, crítica e de recuperação, podendo chegar a casos graves e levar a óbito. Sua conduta para o melhor tratamento será baseada de acordo com a classificação de risco (grupos A, B, C, D) realizada a partir da prova de laço. Ao todo, 207 óbitos foram confirmados e outros 674 estavam em investigação até a data de publicação deste artigo.

Como a arbovirose de maior prevalência no país, a dengue tem se tornado um tema importante nas provas de Residência Médica e Revalida, além de ser comum na prática clínica. Por isso, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Dengue que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.

Se preferir, confira os resumos antes de resolver as questões sobre Dengue:
ResuMED de arboviroses: dengue, chikungunya e zika!
Resumo sobre a dengue hemorrágica: diagnóstico, tratamento e mais!

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Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF (2024)

Uma paciente de 57 anos de idade, com miocardiopatia chagásica, insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida em seguimento com cardiologia, procurou o pronto-socorro queixando-se de febre, mialgia e dor retro-orbitária há três dias. Foi realizada sorologia para dengue com NS1 positivo. Ao exame físico, mostrou-se sem alterações de sinais vitais, com prova do laço negativa.

Com base nesse caso clínico, é correto afirmar que se trata de um caso de dengue do grupo

A) A.
B) B.
C) C.
D) D.

Resolução: A alternativa B está correta.

O grupo B compreende os casos de suspeita de dengue sem sinais de alarme ou de choque, mas com sangramento de pele espontâneo (petéquias) ou induzido (prova do laço), ou com comorbidades ou condições especiais. São pacientes com risco mais elevado para complicações pela dengue e exigem maior atenção que aqueles do grupo A. 

Comorbidades e condições especiais e/ou de risco: 

– Idade < 2 anos ou > 65 anos; 

– Gestantes; 

– Hipertensão arterial sistêmica ou doenças cardiovasculares graves; 

– Diabetes mellitus;

– Doença pulmonar obstrutiva crônica; 

– Doença renal crônica; 

– Doença ácido péptica; 

– Risco social importante (Ex moradores de área livre)

– Hepatopatias; 

– Doenças autoimunes.

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte – SCMBH (2024)

A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, incluindo desde formas assintomáticas até formas graves da doença, podendo evoluir para óbito. O estadiamento de gravidade melhora a qualidade na condução clínica e é de vital importância para a tomada de decisões e implantação de medidas de maneira oportuna. Visto isso, assinale a alternativa INCORRETA.

A)
Na dengue são sinais de choque a hepatomegalia dolorosa, hipotensão postural e/ou lipotimia e desconforto respiratório.
B) Sinais de alarme para a possibilidade de evolução para as formas graves incluem a presença de dor abdominal intensa e contínua, hipotermia, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
C) São classificados como grupo B pacientes com sangramento de pele espontâneo ou induzido (prova do laço positiva), ou condição clínica especial ou risco social ou comorbidades e sem sinal de alarme.
D) É obrigatório solicitar hemograma completo para pacientes classificados como grupo B.

Resolução: A alternativa A está incorreta.

Os sinais de choque da dengue são de suma importância para definir a conduta médica a ser tomada, uma vez que na presença destes, classificaremos o paciente como grupo D (como veremos abaixo). 

Os sinais de choque na dengue são:

– Extremidades distais frias.

– Pulso fraco e filiforme / Enchimento capilar lento (>2 segundos). 

– Pressão arterial convergente (<20 mmHg). 

– Oligúria (< 1,5 mL/kg/h). 

– Hipotensão arterial. 

– Cianose.

Hepatomegalia, lipotímia e hipotensão postural configuram-se como sinais de alarme (como veremos abaixo). Por isso essa é a alternativa incorreta e que deve ser assinalada.

Seleção Unificada de Residência Médica do Ceará – SURCE (2024)

Homem de 45 anos iniciou quadro de febre alta, cefaleia, dor retrorbitária, prostração e mialgia difusa, há 4 dias. Até 18 horas atrás, parecia estar começando a melhorar, entretanto, nas últimas 6 horas voltou a ter febre associada a petéquias difusas pelo corpo e epistaxe leve. Sinais vitais encontram-se normais. Neste contexto, qual a conduta mais adequada para o paciente?

A) Prescrever soro de reidratação oral.
B) Realizar expansão volêmica com cristaloide.
C) Orientar conduta expectante e voltar à emergência se sinais de alarme.
D)
Solicitar exames laboratoriais, internar o paciente e iniciar hidratação venosa.

Resolução: Correta a alternativa D.

Pacientes do grupo C devem ser hospitalizados e receber hidratação intravenosa. Além disso, para todos os pacientes do grupo C (e também do grupo D) devem ser realizados hemograma, dosagem de albumina sérica, transaminases e exame para diagnóstico laboratorial de dengue. Recomenda-se a radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell para avaliação de derrame pleural) e ultrassonografia de abdome para investigação de derrames cavitários.

Universidade Estadual de Londrina – UEL (2023)

A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância, em saúde pública, nos últimos anos. O vírus dengue é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes.

Sobre a dengue, assinale a alternativa correta.

A) A prova do laço é importante para o diagnóstico diferencial da dengue, porém não deve ser realizada em pacientes com mais de 65 anos de idade, devido ao risco de complicações
B) A dengue pode ser confirmada através da sorologia – método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA), que deve ser solicitada a partir do segundo dia do início dos sintomas
C) O choque da dengue ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do extravasamento para o terceiro espaço, o que geralmente ocorre entre o 12º e 14º dia da doença.
D) O choque hemodinâmico da dengue é de rápida instalação e tem curta duração; podendo levar o paciente a óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou a sua recuperação rápida, após terapia apropriada.
E) O uso de aspirina (AAS) e de anti-inflamatório é permitido durante a suspeita clínica de dengue, e deve ser suspenso somente após o diagnóstico laboratorial da doença.


Resolução: Correta a alternativa D.

Quando ocorre, na fase crítica, o choque da dengue tem evolução rápida, sendo necessária a hidratação rápida e em grande volume para reversão do quadro. 

Revalida INEP (2022.2)

Em uma unidade do polo indígena onde, até o momento, não havia notificação de casos autóctones de arboviroses, um agente de combate a endemias (ACE) conduziu, para atendimento médico, um homem de 38 anos, hipertenso, com história de febre (38 °C), dores no corpo, cefaleia e ageusia havia 5 dias. Esse homem estava com pressão arterial de 120 × 80 mmHg, frequência cardíaca de 72 batimentos por minuto e frequência respiratória de 18 incursões respiratórias por minuto. A prova do laço resultou positiva.

Nesse caso, a hipótese diagnóstica e a conduta a ser realizada são, respectivamente

A)
covid-19; solicitar o teste rápido ou rt-PCR e iniciar antibioticoterapia com azitromicina e corticoide.
B) chikungunya; prescrever analgésico e anti-inflamatório, avaliar o uso de corticoide e notificar imediatamente o caso.
C) zika; iniciar sintomáticos e orientar o ACE a buscar todas as gestantes, para que possam ser feitas as medidas de prevenção à microcefalia.
D) dengue; iniciar hidratação, solicitar hemograma, alertar o ACE de que reforce as medidas individuais e coletivas de controle de mosquito e de que notifique o caso.

Resolução: Correta a alternativa D.

O Ministério da Saúde define suspeita de dengue da seguinte forma: 

“Indivíduo que resida ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde há casos de dengue e que apresentam febre (com duração usual entre 2 e 7 dias) e mais duas das seguintes manifestações: 

• náusea/vômitos;

• exantema;

• mialgia/artralgia;

• cefaleia/dor retro-orbital;

• petéquias/prova do laço positiva;

• leucopenia.”

Embora não exista relato de casos de arboviroses nessa região, o quadro clínico é sugestivo de dengue (febre, cefaleia, mialgia e prova do laço positiva). Além disso, nada impede que a doença tenha sido introduzida nessa comunidade recentemente. 

O tratamento da dengue deve ser realizado conforme a classificação de risco:

• Grupo A – ausência de sinais de alarme, comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais: hidratação em domicílio e retorno para reavaliação em caso de sinais de alarme ou quando ocorrer melhora da febre (ou no quinto dia doença, caso persista a febre).

• Grupo B – ausência de sinais de alarme, mas com sangramento de pele (petéquias ou prova do laço positiva) ou com comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais: realização de hemograma e hidratação oral na unidade de saúde; caso não apresente hemoconcentração ou outros sinais de alarme, encaminhar para hidratação em domicílio com retorno diário para reavaliação com hemograma até 48h após a queda da febre.

• Grupo C – presença de sinal de alarme: internação hospitalar e hidratação parenteral.

• Grupo D – presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos: internação em unidade de terapia intensiva e hidratação parenteral.

Como o paciente faz parte do grupo B (prova do laço positiva e hipertensão arterial sistêmica), está correta a orientação de iniciar hidratação e realizar hemograma.

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