Resumo de Plasmócitos: conceito, estrutura, função e mais!
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Resumo de Plasmócitos: conceito, estrutura, função e mais!

Olá, querido doutor e doutora! Os plasmócitos são células especializadas do sistema imunológico adaptativo, derivadas dos linfócitos B, com a função principal de produzir e liberar anticorpos específicos contra antígenos. Eles desempenham um papel fundamental na resposta imunológica humoral e estão envolvidos em mecanismos regulatórios do sistema imune. Este texto explora aspectos essenciais sobre essas células, desde sua diferenciação, estrutura e função até seu papel em condições clínicas.

Um único plasmócito é capaz de secretar milhares de moléculas de anticorpos por segundo, destacando sua eficiência na defesa imunológica.

Conceito de Plasmócitos

Os plasmócitos são células derivadas de linfócitos B que desempenham uma função relevante na resposta imunológica adaptativa. Essas células, localizadas principalmente em órgãos linfoides, como a medula óssea, o baço e os linfonodos, têm como principal característica a capacidade de sintetizar e liberar excesso de imunoglobulinas (anticorpos). Essas proteínas desempenham papel importante na defesa contra agentes infecciosos ao reconhecer e neutralizar antígenos específicos.

Os linfócitos, especialmente os linfócitos B, são células do sistema imunológico responsáveis pelo reconhecimento de antígenos e pela ativação inicial da resposta imune adaptativa. Eles possuem receptores específicos (BCR) em sua superfície que identificam patógenos e iniciam o processo de diferenciação. Por outro lado, os plasmócitos são a forma terminalmente diferenciada dos linfócitos B, especializados na produção e secreção abundantes de anticorpos específicos contra os antígenos previamente reconhecidos. Enquanto os linfócitos B são células proliferativas e podem se dividir, os plasmócitos são células não proliferativas dedicadas exclusivamente à função secretora.

Diferenciação e Desenvolvimento dos Plasmócitos

Os plasmócitos se desenvolvem a partir de linfócitos B ativados, após a exposição a antígenos específicos, em órgãos linfoides, como medula óssea, baço e linfonodos. Esse processo é complexo, envolvendo diversas etapas e a regulação por fatores moleculares e sinais do microambiente imunológico.

  • Ativação dos linfócitos B: a ativação ocorre quando os linfócitos B reconhecem um antígeno específico através de seus receptores de célula B (BCR). Esse evento é seguido por estímulos coadjuvantes, como aqueles fornecidos por células T auxiliares foliculares (Tfh), por meio de citocinas como IL-21. 
  • Formação de plasmoblastos: após a ativação, os linfócitos B proliferam e formam plasmoblastos, que ainda têm capacidade proliferativa e começam a produzir pequenas quantidades de anticorpos. Os plasmoblastos representam uma etapa intermediária na maturação para plasmócitos. 
  • Diferenciação em plasmócitos maduros: plasmoblastos migram para nichos especializados, como a medula óssea, onde se diferenciam em plasmócitos maduros. Nesse estágio, as células perdem a capacidade de proliferação e se tornam altamente especializadas na produção e secreção de imunoglobulinas.

Os plasmócitos maduros são células terminalmente diferenciadas, não proliferativas, com uma estrutura adaptada para sua função secretora. Durante sua curta vida útil (2 a 3 dias), essas células produzem centenas de milhares de moléculas de anticorpos por segundo, garantindo uma resposta imunológica eficiente e direcionada.

Células plasmáticas. StarPearls

Estrutura e Características Morfológicas dos Plasmócitos

Tamanho e Forma 

Os plasmócitos têm entre 14 e 20 micrômetros de diâmetro e apresentam uma forma arredondada ou ovóide. Essa dimensão maior em comparação aos linfócitos B reflete o aumento do aparato celular necessário para a secreção contínua de imunoglobulinas. 

Núcleo e Cromatina 

O núcleo dos plasmócitos é excêntrico, ou seja, está deslocado para uma lateral da célula. A cromatina nuclear é organizada em um padrão característico conhecido como “roda de carroça” ou “roda de carro”, resultado de aglomerados de cromatina densa alternados com áreas mais claras. Esse arranjo é um marcador histológico distintivo dos plasmócitos. 

Citoplasma 

O citoplasma é abundante e de coloração azul intensa, devido à alta concentração de RNA associado ao retículo endoplasmático rugoso. Uma região clara ao redor do núcleo, chamada de zona perinuclear, corresponde ao aparelho de Golgi, uma organela essencial para a modificação e o transporte de imunoglobulinas.

Organelas Especializadas 

  • Retículo endoplasmático rugoso: estruturalmente proeminente, é responsável pela síntese de anticorpos e seu dobramento correto. 
  • Aparelho de golgi: localizado próximo ao núcleo, processa e embala as imunoglobulinas para secreção. 
  • Mitocôndrias: presentes em excesso, fornecem energia para as intensas demandas metabólicas associadas à síntese proteica.

Microscopia Óptica e Eletrônica 

  • Microscopia óptica: revela a coloração intensa do citoplasma e o núcleo excêntrico com cromatina em padrão de roda de carroça. 
  • Microscopia eletrônica: detalha o retículo endoplasmático organizado em camadas paralelas e a presença de inclusões intracitoplasmáticas, como cristais de imunoglobulinas.

Função e Papel dos Plasmócitos na Resposta Imune 

Produção de Anticorpos 

A principal função dos plasmócitos é a síntese de imunoglobulinas, proteínas que reconhecem e neutralizam antígenos, como vírus, bactérias e toxinas. Durante sua curta vida útil (geralmente de 2 a 3 dias), um único plasmócito pode produzir centenas de milhares de anticorpos por segundo. Esses anticorpos desempenham diversas funções: 

  • Neutralização de patógenos: impedem a ligação de microorganismos a células do hospedeiro. 
  • Opsonização: facilitam a fagocitose ao marcar patógenos para reconhecimento por macrófagos e neutrófilos. 
  • Ativação do sistema complemento: iniciam a cascata do complemento, promovendo a lise de patógenos.

Especialização na Imunidade Humoral 

Os plasmócitos são os principais efetores da imunidade humoral. Eles respondem rapidamente a estímulos antigênicos, seja em infecções agudas ou na reativação da memória imunológica, garantindo uma defesa eficaz e duradoura. 

Regulação da Resposta Imune 

Estudos recentes indicam que os plasmócitos também desempenham papéis regulatórios na imunidade: 

  • Modulação de células T auxiliares foliculares (Tfh): plasmócitos podem inibir a formação de células Tfh, regulando a produção de citocinas como a IL-21, que afetam a maturação e longevidade de centros germinativos. 
  • Feedback negativo: atuam em um ciclo de regulação que limita a produção excessiva de plasmócitos e imunoglobulinas, prevenindo respostas imunológicas desnecessárias ou patológicas.

Papel na Defesa contra Infecções 

A ausência ou disfunção dos plasmócitos, como ocorre em condições como agamaglobulinemia ou imunodeficiência comum variável, está associada a infecções recorrentes e aumento da suscetibilidade a patógenos. Isso reforça a importância dessas células na proteção imunológica.

Valores dos Plasmócitos 

Em condições normais, os plasmócitos representam menos de 5% das células na medula óssea e são raramente encontrados no sangue periférico. Sua presença em maior número é geralmente restrita a respostas imunológicas específicas ou inflamações, quando ocorre ativação e diferenciação dos linfócitos B. Um aumento significativo e persistente na quantidade de plasmócitos, especialmente na medula óssea, pode indicar condições patológicas, como neoplasias plasmocitárias, incluindo mieloma múltiplo ou plasmocitomas. Assim, a avaliação quantitativa dos plasmócitos é importante para o diagnóstico e monitoramento de doenças relacionadas.

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Referências Bibliográficas 

  1. ALLEN, Hunter C.; SHARMA, Poonam. Histology, Plasma Cells. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK556082/. Acesso em: 25 nov. 2024.
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