Olá, querido doutor e doutora! O músculo peitoral maior é uma estrutura robusta localizada na parede anterior do tórax, desempenhando um papel importante na mobilidade do ombro e do braço. Sua anatomia, vascularização e inervação são aspectos essenciais para a compreensão de sua função e das possíveis lesões que podem afetá-lo. Este texto explora suas características, abordando desde sua origem e inserção até suas principais patologias e aplicações clínicas.
O diagnóstico da ruptura do peitoral maior é baseado no exame clínico e pode ser confirmado por ultrassonografia ou ressonância magnética para avaliar a extensão da lesão.
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Conceito do músculo peitoral maior
O músculo peitoral maior é uma das principais estruturas da parede anterior do tórax. Com formato largo e achatado, ele se posiciona logo abaixo do tecido mamário e se estende desde a parte superior do tórax até o úmero. Sua anatomia permite a realização de diversos movimentos do ombro e do braço, além de contribuir para o contorno da região torácica.
Origem e inserção
Origem
O peitoral maior apresenta duas porções principais, cada uma com um ponto de origem distinto:
- Cabeça clavicular: tem início na metade medial da clavícula, contribuindo para os movimentos de flexão do braço.
- Cabeça esternocostal: se origina na face anterior do esterno, nas cartilagens costais das primeiras seis ou sete costelas e na bainha do músculo oblíquo externo do abdômen. Essa porção é responsável por movimentos de adução e rotação medial do braço.
Inserção
As fibras das duas porções convergem lateralmente para se inserir na borda lateral do sulco intertubercular do úmero. Essa disposição anatômica permite que o músculo realize movimentos variados, dependendo de qual porção é ativada.
Vascularização e inervação
Artérias
O principal suprimento sanguíneo do peitoral maior vem da artéria toracoacromial, um ramo da artéria axilar. Esse vaso se divide em diferentes ramos, sendo o ramo peitoral o mais relevante para nutrir essa musculatura. Além disso, outras artérias auxiliam na irrigação do músculo, incluindo:
- Artéria torácica lateral: também derivada da artéria axilar, contribui para o suprimento sanguíneo da região lateral do peitoral maior.
- Artérias intercostais perfurantes: ramos das artérias intercostais que fornecem fluxo sanguíneo para a porção esternocostal do músculo.
- Artéria subescapular: pode fornecer pequenos ramos auxiliares para a vascularização da região.
Drenagem venosa
A drenagem do sangue venoso do peitoral maior ocorre principalmente por meio da veia toracoacromial, que acompanha a artéria homônima e drena para a veia axilar. Além disso, outras veias, como a torácica lateral e ramos das veias intercostais, também participam do retorno venoso da musculatura.
Inervação
O músculo peitoral maior recebe sua inervação a partir de dois nervos que se originam do plexo braquial, permitindo a coordenação de seus movimentos e sua interação com outros músculos da cintura escapular e do braço.
- Nervo peitoral lateral: origina-se do fascículo lateral do plexo braquial e inerva principalmente a porção clavicular do músculo.
- Nervo peitoral medial: derivado do fascículo medial do plexo braquial, atravessa o músculo peitoral menor antes de alcançar a porção esternocostal do peitoral maior.
Função do músculo peitoral maior
O músculo peitoral maior é um dos principais responsáveis pelos movimentos do ombro e do membro superior, atuando na mobilidade e estabilidade da articulação glenoumeral. Sua estrutura e disposição de fibras permitem a execução de diferentes ações, dependendo da porção ativada. As funções do peitoral maior variam conforme a região do músculo envolvida:
- Adução do braço: aproxima o membro superior em direção ao eixo do corpo, sendo um movimento essencial para atividades como empurrar objetos ou cruzar os braços.
- Rotação medial do ombro: gira o braço internamente, trazendo a face anterior do úmero para dentro, auxiliando em gestos como segurar algo contra o peito.
- Flexão do braço: a porção clavicular contribui para a elevação do membro superior à frente do corpo, facilitando movimentos como alcançar objetos acima da cabeça.
- Extensão do braço a partir da posição flexionada: a porção esternocostal auxilia na descida controlada do braço quando ele já está elevado.
Lesões e patologias
Ruptura do músculo peitoral maior
A ruptura do músculo peitoral maior é uma lesão rara que ocorre principalmente em indivíduos que praticam atividades físicas intensas, como levantamento de peso. O mecanismo mais comum envolve uma contração excêntrica brusca do músculo quando o braço está em extensão e rotação externa, como no exercício de supino. Os principais sinais incluem dor súbita no tórax ou ombro, equimose, edema e possível deformidade muscular devido à retração da porção rompida. A fraqueza ao realizar movimentos de adução e rotação medial do braço também é frequente.
O diagnóstico é baseado no exame clínico, podendo ser confirmado por ultrassonografia ou ressonância magnética para avaliar a extensão da lesão. O tratamento depende do grau da ruptura: lesões parciais costumam responder bem a manejo conservador com repouso, analgesia e fisioterapia, enquanto rupturas completas geralmente requerem reparo cirúrgico, especialmente em pacientes jovens e ativos, para restaurar força e função do membro superior.
Síndrome de Poland
A Síndrome de Poland é uma condição congênita rara caracterizada pela ausência parcial ou completa do músculo peitoral maior, geralmente no lado direito do corpo. Além da deficiência muscular, a condição pode envolver alterações na parede torácica, como hipoplasia da mama e do mamilo, além de malformações na mão, como a fusão dos dedos (sindactilia). A causa exata não é completamente compreendida, mas acredita-se que ocorra devido a uma interrupção no fluxo sanguíneo para a região torácica durante o desenvolvimento fetal.
O diagnóstico é clínico, sendo baseado na observação das assimetrias musculares e das possíveis anomalias associadas. Em alguns casos, exames de imagem, como ressonância magnética, podem ser utilizados para avaliar a extensão da ausência muscular. O tratamento depende do impacto funcional e estético da síndrome, podendo incluir cirurgia reconstrutiva para restaurar a simetria torácica e melhorar a funcionalidade do membro afetado.
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Referências Bibliográficas
- SOLARI, Francesca; BURNS, Bracken. Anatomy, Thorax, Pectoralis Major. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/books/NBK525991/. Acesso em: 04 mar. 2025.