Resumo sobre Tecido Nervoso: definição, principais células e mais!

Resumo sobre Tecido Nervoso: definição, principais células e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Tecido Nervoso, o responsável pela formação do sistema nervoso.

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Definição de Tecido Nervoso

Durante a evolução dos metazoários, surgiram dois sistemas de integração para coordenar as funções dos órgãos especializados: o sistema nervoso e o endócrino.

O sistema nervoso é composto por uma rede de comunicação formada pelo tecido nervoso. Anatomicamente, divide-se em sistema nervoso central (SNC) que inclui o encéfalo, a medula espinal e os componentes neurais do sistema fotorreceptor, e o sistema nervoso periférico (SNP) formado por nervos e gânglios nervosos.

O tecido nervoso possui dois principais componentes: os neurônios e as células da glia. Os neurônios, com longos prolongamentos, são responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos, enquanto as células da glia dão suporte aos neurônios.

No SNC, há uma distinção entre a substância cinzenta e a substância branca. A substância cinzenta contém principalmente corpos celulares de neurônios e células da glia, enquanto a substância branca é formada por prolongamentos de neurônios revestidos por mielina, um material esbranquiçado.

Os neurônios respondem a estímulos com mudanças no potencial elétrico da membrana celular. Essa propriedade, chamada excitabilidade, permite a propagação de impulsos nervosos que transmitem informações a outros neurônios, músculos ou glândulas.

O sistema nervoso tem duas funções fundamentais: detectar, transmitir, analisar e utilizar informações sensoriais (como calor, luz e alterações químicas) e organizar e coordenar quase todas as funções do corpo, incluindo funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. Dessa forma, o sistema nervoso mantém a estabilidade das condições internas do organismo e participa de comportamentos como alimentação, reprodução e defesa.

Neurônios

Os neurônios, ou células nervosas, são essenciais para a recepção, transmissão e processamento de estímulos. Eles também regulam diversas atividades no organismo e liberam neurotransmissores e outras moléculas de sinalização. 

Estruturalmente, os neurônios são compostos pelo corpo celular (ou pericário), que contém o núcleo, e pelos prolongamentos que partem desse corpo celular. Geralmente, o volume total desses prolongamentos é maior que o do corpo celular.

A morfologia dos neurônios é complexa, mas eles possuem três componentes principais:

  • Dendritos: Prolongamentos numerosos especializados em receber estímulos do ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios.
  • Corpo celular (ou pericário): Centro trófico da célula, também capaz de receber estímulos.
  • Axônio: Prolongamento único especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células (neurais, musculares, glandulares).

Os neurônios podem ser classificados morfologicamente em:

  • Neurônios multipolares: Possuem mais de dois prolongamentos celulares.
  • Neurônios bipolares: Têm um dendrito e um axônio.
  • Neurônios pseudounipolares: Apresentam um prolongamento único próximo ao corpo celular, que se divide em dois ramos: um direcionado à periferia e outro ao sistema nervoso central. Esses neurônios, inicialmente bipolares na vida embrionária, possuem prolongamentos que se fundem durante o desenvolvimento. Morfologicamente e funcionalmente, ambos os prolongamentos são considerados axônios, embora as terminações do ramo periférico funcionem como dendritos.

Essas células também podem ser classificadas de acordo com a função:

  • Neurônios motores: Controlam órgãos efetores como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares.
  • Neurônios sensoriais: Recebem estímulos sensoriais do ambiente e do próprio organismo.
  • Interneurônios: Estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos complexos. O aumento no número e na complexidade dos interneurônios ao longo da evolução dos mamíferos está relacionado às funções mais complexas do sistema nervoso.

No sistema nervoso central (SNC), os corpos celulares dos neurônios estão localizados exclusivamente na substância cinzenta, enquanto a substância branca é composta apenas por seus prolongamentos. No sistema nervoso periférico (SNP), os corpos celulares encontram-se nos gânglios e em alguns órgãos sensoriais, como a mucosa olfatória.

Fonte: Histologia Básica – JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2018. 

Células da Glia

Sob a designação de neuróglia ou glia, incluem-se vários tipos celulares presentes no sistema nervoso central, além dos neurônios. 

Estima-se que no sistema nervoso central existam aproximadamente 10 células da glia para cada neurônio. No entanto, devido ao menor tamanho das células da glia, elas ocupam cerca de metade do volume do tecido nervoso. 

O tecido nervoso possui uma quantidade mínima de material extracelular, e as células da glia são fundamentais para fornecer um microambiente adequado para os neurônios, além de desempenharem outras funções importantes.

Oligodendrócitos e células de Schwann

Os oligodendrócitos são células do sistema nervoso central responsáveis pela produção das bainhas de mielina, que atuam como isolantes elétricos para os neurônios. Essas células possuem prolongamentos que se enrolam ao redor dos axônios, formando a bainha de mielina.

No sistema nervoso periférico, as células de Schwann desempenham a mesma função que os oligodendrócitos. Cada célula de Schwann envolve um segmento de um único axônio, formando a mielina ao seu redor.

Astrócitos 

Os astrócitos são células estreladas do sistema nervoso central com múltiplos prolongamentos irradiando do corpo celular. Eles contêm filamentos intermediários compostos pela proteína fibrilar ácida da glia que reforçam a estrutura celular. 

Ligando neurônios a capilares sanguíneos e à pia-máter, os astrócitos se dividem em dois tipos: os astrócitos fibrosos, com prolongamentos longos e menos numerosos encontrados na substância branca, e os astrócitos protoplasmáticos, com prolongamentos curtos e ramificados, localizados principalmente na substância cinzenta.

Além de fornecer sustentação, os astrócitos regulam a composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Seus prolongamentos, conhecidos como pés vasculares, se expandem sobre os capilares sanguíneos, possibilitando a transferência de moléculas e íons do sangue para os neurônios. Eles também formam uma camada contínua na superfície do sistema nervoso central.

Os astrócitos desempenham um papel crucial na regulação das atividades neuronais, possuindo receptores para diversos neurotransmissores e hormônios, como norepinefrina, GABA, e angiotensina II. Eles controlam os constituintes do meio extracelular, absorvem excessos de neurotransmissores e sintetizam moléculas neuroativas, como encefalinas e peptídios da família do angiotensinogênio. 

Experimentalmente, há evidências de que astrócitos transportam compostos energéticos do sangue para os neurônios e metabolizam glicose em lactato, que é transferido para os neurônios.

Os astrócitos também se comunicam entre si por meio de junções comunicantes, formando uma rede que permite a troca de informações por grandes distâncias dentro do sistema nervoso central. Através dessa rede e da produção de citocinas, eles podem interagir com oligodendrócitos e influenciar a renovação da mielina, tanto em condições normais quanto patológicas.

Células ependimárias

As células ependimárias são células epiteliais de formato colunar que revestem os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinal. Em determinadas regiões, essas células possuem cílios, o que facilita o movimento do líquido cefalorraquidiano (LCR).

Micróglia

As células da micróglia são pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. Elas podem ser identificadas em lâminas histológicas coradas com hematoxilina-eosina devido aos seus núcleos escuros e alongados que contrastam com os núcleos esféricos das outras células da glia. 

A micróglia é composta por células fagocitárias derivadas de precursores provenientes da medula óssea, transportados pelo sangue, e representam o sistema mononuclear fagocitário no sistema nervoso central.

Essas células desempenham um papel crucial na inflamação e na reparação do sistema nervoso central. Quando ativadas, as células da micróglia retraem seus prolongamentos e assumem uma forma semelhante à dos macrófagos, tornando-se fagocitárias e capazes de apresentar antígenos. 

A micróglia também secreta diversas citocinas que regulam o processo imunológico e remove os restos celulares que surgem em lesões do sistema nervoso central.

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Referências

JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José; ABRAHAMSOHN, Paulo. Histologia básica. 13. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018

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