Bronquiectasia: o que é, sintomas e muito mais!

Bronquiectasia: o que é, sintomas e muito mais!

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O que é Bronquiectasia?

A bronquiectasia é uma doença caracterizada por dilatação permanente e anormal das vias aéreas, principalmente dos brônquios e bronquíolos. Ela é o resultado final de um processo, normalmente infeccioso ou por obstrução prolongada sendo, portanto, classificada como uma doença secundária. Normalmente, cursa com obstrução das pequenas vias aéreas por conta da resposta inflamatória deflagrada.

Quais as causas da Bronquiectasia?

Os sintomas da bronquiectasia são gerados, principalmente, pelo aumento do diâmetro das vias aéreas de forma irreversível. A principal causa desse processo é a destruição do tecido elástico, da cartilagem e da musculatura lisa que dão suporte à função respiratória do pulmão.

A obstrução do brônquio é uma causa comum da bronquiectasia e tem como exemplos a ocorrência de tumores, muco e corpos estranhos. Nesses casos, o quadro de bronquiectasia pode ser visto no segmento pulmonar que se encontra comprometido.

Algumas doenças genéticas e condições hereditárias podem estar relacionadas à manifestação de quadros de bronquiectasia em alguns pacientes, as principais são:

  • Situações de imunodeficiência principalmente relacionadas às imunoglobulinas, quando o indivíduo encontra-se suscetível a infecções recorrentes, normalmente por bactérias;
  • Síndrome de Kartagener, que causa, entre outras coisas, deformidades estruturais e, consequentemente, funcionais nos cílios. Isso limita o correto clearance de muco e de patógenos ou alérgenos, permitindo infecções recorrentes no trato respiratório; 
  • Fibrose cística, principalmente relacionada a viscosidade anormal do muco seguida de obstrução;
  • Asma;
  • Artrite reumatóide; e
  • Síndrome de Sjogren.

As infecções recorrentes, como as pneumonias supurativas ou necrosantes, são uma importante causa para a ocorrência da doença. Infecções por bactérias como Staphylococcus aureus e Klebsiella sp. merecem destaque e estão frequentemente associadas à bronquiectasia. Por conta da vacinação infantil disseminada, as pneumonias virais têm sido menos associadas a essa complicação, mas a tuberculose ainda é uma doença importante nesse contexto.

Dessa forma, duas principais falhas no mecanismo respiratório são referidas como as causas da bronquiectasia: infecções persistentes e obstrução. Ambas estão relacionadas e podem aparecer concomitantemente ou em uma relação de causa-consequência, formando um ciclo.

Quais os sintomas?

Os sintomas podem ser bastante semelhantes aos de outras doenças com comprometimento do trato respiratório. As principais manifestações da bronquiectasia são tosse intensa e contínua, com frequente expectoração de muco e catarro, por muitas vezes com odor fétido. Pode haver hemoptise e o escarro pode apresentar fios de sangue. Importante notar que os sinais costumam apresentar-se em episódios sintomáticos que tem como desencadeadores as infecções respiratórias. Outros sintomas possíveis são:

  • Hipocratismo digital;
  • Defeito na funcionalidade ventilatória de caráter obstrutivo;
  • Hipercapnia;
  • Hipóxia;
  • Cor pulmonale; 
  • Hipertensão pulmonar; e
  • Formação de abscesso metastáticos no cérebro.

Diagnóstico

O diagnóstico começa pela anamnese e exame físico, principalmente a ausculta pulmonar e seus ruídos. Um exame muito utilizado, diante de uma suspeita clínica, é a radiografia, que pode mostrar as dilatações das vias respiratórias ou mesmo o espessamento das paredes bronquiolares por conta da inflamação local, muitas vezes é possível perceber o padrão em ‘vidro fosco’. A presença de grande quantidade de muco pode ser vista por opacidades alongadas e tubulares dispersas no parênquima pulmonar, evidenciando o enchimento das vias aéreas com catarro. 

A tomografia computadorizada é o padrão-ouro e muitos autores a consideram necessária para o diagnóstico, ela possui elevada sensibilidade e especificidade ajudando na delimitação da extensão da bronquiectasia. O sinal de sinete, quando um brônquio está dilatado e aparece ao lado de uma artéria, é bastante comum da bronquiectasia. 

Alguns testes para avaliação do correto funcionamento pulmonar são válidos para avaliar a evolução do quadro, principalmente os valores de FEV1 e FEV1/CVF.

Além disso, é importante que a causa da bronquiectasia também seja investigada, principalmente as com origem infecciosas por bactérias. Isso pode ser feito por dosagem de anticorpos, biópsias das vias respiratórias, testes cutâneos e culturas de escarro.

Tratamento e Prevenção da Bronquiectasia

A prevenção é parte importante do tratamento, mesmo para pacientes que apresentam um quadro prévio de bronquiectasia. Controlar possíveis infecções com vacinas contra o vírus influenza ou outros vírus, além da PPSV23 e evitar o tabagismo são medidas que ajudam na manutenção da funcionalidade pulmonar, portanto, limitam a manifestação sintomática da doença.

Para a desobstrução das vias aéreas, a fisioterapia torácica é bastante indicada, principalmente com percussão do tórax. A abordagem medicamentosa é recomendada para alguns pacientes e os broncodilatadorees e corticoides inalatórios são as principais escolhas para ajudar na desobstrução das vias respiratórias. Para casos de associação com outras doenças, como a fibrose cística, o tratamento deve ser bem analisado, e pode incluir soro fisiológico mucolítico ou soluções salinas hipertônicas. Durante crises agudas, o suporte com oxigenoterapia pode ajudar.

Para os casos de infecção aguda, a principal abordagem deve ser feita com antibióticos e a associação amoxiciclina/ clavulanato ou azitromicina são os mais indicados. Em algumas situações a abordagem cirúrgica pode ser indicada, com lobectomia ou segmentectomia.

Algumas técnicas mais modernas, como Flutter ou Shaker, podem ajudar, principalmente por combinar abordagens de oscilação de alta frequência com técnicas de pressão expiratória positiva.

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