Resumo de esteatose hepática: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de esteatose hepática: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Quer conhecer mais sobre a esteatose hepática e como pode ser cobrada nas provas de residência médica? Veja esse artigo que o Estratégia MED preparou para você.

Dicas do Estratégia MED para provas

Caso seu tempo esteja curto, sugerimos esses tópicos como principais para que possa entender melhor a esteatose hepática:

  • Fatores de risco e diagnóstico da esteatose hepática
  • Possíveis complicações
  • Tratamento da esteatose hepática

Definição 

A esteatose hepática, também conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica, engloba diversas alterações hepáticas que podem ser apenas o depósito de gordura no interior dos hepatócitos, até casos graves, nos quais há evolução para esteato-hepatite não alcoólica, cirrose e carcinoma hepatocelular, em pacientes não etilistas. 

Essa condição foi descrita em 1980 por Ludwif et. al e é definida como uma entidade clínico-patológica, na qual há alterações histológicas semelhantes às da doença hepática alcoólica

Pode apresentar esteatose macro e microvesicular, infiltrado inflamatório e balonização hepatocelular. Nas formas mais graves, causa a formação de fibrose pericelular, corpúsculos de Mallory e cirrose.

A morfologia da esteatose hepática não alcoólica é indiferenciável da doença hepática alcoólica, entretanto ocorre em pessoas com consumo diário de álcool inferior a 20g diários para mulheres e 40g para homens. 

A doença se associa aos componentes da síndrome metabólica: diabete mellitus tipo 2, resistência à insulina, hipertensão arterial sistêmica, obesidade visceral e dislipidemia. Pode ocorrer também em pacientes que se submeteram a bypass jejunoileal.

Epidemiologia e fisiopatologia da esteatose hepática

Em virtude do aumento da prevalência da obesidade na população, a esteatose hepática é cada vez mais frequente. Na população adulta, acomete cerca de 10 a 15% das pessoas dentro do peso normal e 70 a 80% dos obesos

A etiologia dessa condição é multifatorial e, como já explicitado, associada à síndrome metabólica. A patogênese da doença não é completamente conhecida, sendo atualmente a mais aceita a teoria dos múltiplos hits.

Nela é considerado que a resistência insulínica é a condição inicial – first hit – para o acúmulo de ácidos graxos no hepatócitos. Na sequência, há estresse oxidativo, liberação de citocinas inflamatórias, estresse do retículo endotelial – múltiplos hits – que, em conjunto, causam o desenvolvimento de inflamação e fibrose.

Manifestações clínicas da esteatose hepática

Na maioria dos casos, a esteatose hepática, em especial nas fases iniciais, é assintomática, podendo ser diagnosticada incidentalmente ao se realizar exames por outros motivos. 

Sintomas como fadiga, desconforto abdominal no quadrante superior direito, perda ponderal e fraqueza ocorrem quando a doença já está relativamente avançada ou já evoluiu para cirrose. 

Quando há cirrose, surgem as manifestações características da insuficiência hepática como presença de spiders, ginecomastia, eritema palmar, aumento do tempo de coagulação, entre outras. 

Diagnóstico da esteatose hepática

No exame físico, os pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade, isto é, IMC >25 kg/m², hipertensão arterial sistêmica e acúmulo de gordura abdominal. Em até 75% dos pacientes, pode haver hepatomegalia

Na investigação laboratorial, a principal alteração encontrada é a elevação leve a moderada das aminotransferases – ALT e AST. Em cerca de 50% dos pacientes com esteatose hepática, a gama GT pode estar elevada, ao passo que um terço dos pacientes têm elevação da fosfatase alcalina

Quando a insuficiência hepática já está presente, é possível que haja outras anormalidades, como hiperbilirrubinemia, hipoalbuminemia e aumento do tempo de protrombina.

Um exame de imagem que pode auxiliar a identificação da esteatose hepática e que é bastante disponível no sistema de saúde é a ultrassonografia de abdome, pois é capaz de identificar com margem de segurança esteatose de grau moderado a grave

Tratamento da esteatose hepática

Não existe tratamento efetivo para a doença, de maneira que atualmente, a principal forma de controle seja a mudança de estilo de vida, como dieta, redução de consumo de álcool e prática regular de atividades físicas. 

Os fatores de risco, como hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2, devem ser controlados. Pacientes com IMC > 35 kg/m² e esteato-hepatite não alcoólica podem ser tratados com cirurgia bariátrica. Já os pacientes que evoluem com cirrose podem ser elegíveis ao transplante de fígado

Prevenção

A principal forma de prevenir a doença é alterar os fatores de risco modificáveis, como manter o peso dentro da faixa normal, evitar dieta com alimentos gordurosos, ultraprocessados ou riscos em carboidratos simples e controlar as doenças crônicas associadas. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Tratado de gastroenterologia : da graduação à pós-graduação / editores Schlioma Zaterka, Jaime Natan Eisig. — 2. ed. — São Paulo : Editora Atheneu, 2016
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