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O que é Hepatite B?
A hepatite B é a infecção do fígado pelo vírus da hepatite B, que pertence à família Hepadnaviridae. A doença leva a um grande espectro de manifestações clínicas, desde a infecção aguda até a crônica.
Quanto mais jovem o paciente infectado, maior a chance de evoluir para a manifestação crônica.
A hepatite B aguda pode ser sintomática ou assintomática. Quando sintomática, o paciente pode apresentar uma fase prodrômica, com sintomas bastante inespecíficos, como: náuseas, vômitos, febre, redução do apetite, cefaleia e dores nas articulações. Nessa fase não há icterícia e perdura por aproximadamente uma semana.
Na sequência, há a fase ictérica. Nela, geralmente a febre desaparece, mas alguns sintomas prodrômicos persistem, como a redução de apetite e sintomas gastrointestinais. Nessa fase pode surgir a acolia fecal, que é a descoloração das fezes.
Na maior parte dos casos, há evolução para cura, entretanto é necessária atenção por parte do médico que acompanha o paciente, dado o risco de cronificação ou de agravamento e a possibilidade de evolução para hepatite fulminante.
Após essa fase intermediária, que perdura de 7 a 14 dias, há a fase de convalescença, na qual a icterícia começa a diminuir e o paciente fica assintomático. A partir desse ponto, a doença evolui para cura na maioria dos adultos e para cronicidade na maioria dos recém-nascidos.
Alguns pacientes têm a forma anictérica da doença, que geralmente é assintomática. Quando os sintomas estão presentes, são semelhantes ao da forma ictérica, porém sem a icterícia.
Quando ocorre a hepatite B crônica, ela pode ser assintomática por longos períodos. Entretanto, há um processo inflamatório que leva à necrose do tecido hepático. Durante a evolução, pode haver exacerbações agudas, com elevação das enzimas hepáticas e, por fim, pode culminar em cirrose ou câncer hepático. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento são importantes nessa doença.
Como acontece a transmissão?
As principais formas de transmissão da hepatite B são a vertical – por meio da mãe para o bebê durante a gestação – e a transmissão sexual, que ocorre em relações sexuais desprotegidas.
Também é possível a transmissão por transfusão sanguínea, caso não haja os cuidados necessários com a qualidade do sangue utilizado, ou por meio de objetos contaminados como seringas, agulhas, alicates de unha, lâminas de barbear, materiais usados em tatuagem e colocação de piercing, entre outros.
Diagnóstico da Hepatite B
Na anamnese, o médico deve avaliar os sintomas associados à história clínica do paciente, como compartilhamento de objetos, relações sexuais desprotegidas e histórico vacinal.
Já no exame físico, o profissional deve observar se há presença de icterícia, de sinais de insuficiência hepática – como eritema palmar, telangiectasias, ginecomastia -, além de analisar as características do fígado, como hepatimetria, consistência, bordas, e a possível existência de ascite e circulação colateral.
Laboratorialmente, a hepatite B aguda pode ser diagnosticada com a elevação das transaminases (TGO/TGP), enzimas que mostram a ocorrência de lesão hepática, e a elevação da bilirrubina, causa da icterícia. Nesse exame, há elevação tanto da bilirrubina conjugada como da não conjugada, porém a primeira predomina.
Além disso, há a presença de anticorpo contra o antígeno core da Hepatite B da classe IgM (anti-HBc-IgM), que se mantém elevado na infecção aguda e declina após 3 meses. Na hipótese de suspeita de hepatite B crônica, é necessário avaliar o perfil sorológico do paciente, analisando quais anticorpos são expressos.
Os principais anticorpos e antígenos que podemos ver na sorologia para Hepatite B são:
- anti-HBc: anticorpo contra proteína core do vírus da Hepatite B, já explicado anteriormente;
- AgHBs: antígeno de superfície do vírus da Hepatite B. Indica a presença de hepatite aguda ou crônica ativas;
- AgHBe e Anti-HBe (antígeno “e” e anticorpo anti-e): o antígeno faz parte da estrutura da proteína core. Indica hepatite aguda ou hepatite crônica na fase replicativa; e
- Anti-HBs: anticorpo anti-AgHBs. Indica existência de infecção pregressa ou imunização por vacina.
Assim, a interpretação da sorologia do paciente para Hepatite B deve ser feita conforme a seguinte tabela:
Anti-HBc total | Anti-HBc IgM | Anti-HBs | AgHBs | Conclusão |
– | – | + | – | Imune por vacina |
+ | – | + | – | Imune por infecção |
+ | – | – | + | Infecção crônica |
+ | + | – | + | Infecção aguda (por vezes, crônica por exacerbação) |
+ | + | + | -/+ | Em resolução |
Tratamento
Na infecção aguda por Hepatite B, a conduta é expectante, pois na grande maioria dos casos há resolução sem necessidade de qualquer intervenção. Sugere-se apenas o uso de sintomáticos para tratar febre, náuseas e outros sintomas que podem trazer desconforto ao paciente.
Em casos raros, como quando a hepatite B aguda evolui para um quadro fulminante, utiliza-se o antiviral lamivudina.
Para a infecção crônica, o primeiro medicamento aprovado foi o Interferon-alfa (IFN-α). Ele leva à normalização das transaminases e pode reduzir, ou eliminar, a atividade inflamatória no fígado. Entretanto, apresenta muitos efeitos adversos, como síndrome influenza-like, perda de peso, queda de cabelo, manifestações psíquicas, entre outros.
A segunda medicação aprovada foi a lamivudina, que é capaz de suprimir a replicação do vírus da Hepatite B. Necessita de tratamento prolongado e é pouco eficaz em pacientes com imunodepressão, como portadores de HIV.
Outros antivirais aprovados mais recentemente para o combate ao vírus da hepatite B são o adefovir, o entecavir e o tenofovir.
A recomendação para tratamento da Hepatite B é para os pacientes que têm doença imunoativa, após 6 meses a 12 meses de acompanhamento dos níveis de carga viral e TGP. A doença imunoativa é caracterizada por TGP acima dos limites superiores normais e a carga viral detectada como o DNA do vírus da Hepatite B na corrente sanguínea em valores acima de 2000 UI/mL e abaixo de 20000 UI/mL.
Além de tratamento, é necessário pensar na prevenção da Hepatite B. Tendo em vista a forma de transmissão, é importante ter relações sexuais protegidas e usar objetos perfuro-cortantes descartáveis, pessoais ou devidamente esterilizados.
Também existe a vacina para hepatite B, que está disponível no SUS. Ao nascer, os bebês recebem a primeira dose. Após os 7 anos, deve-se tomar novamente a vacina, em um esquema de três doses.
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