Quer aprender sobre colelitíase, condição bastante presente na prática clínica e que é cobrada nas provas de residência médica? Leia esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você, futuro residente!
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Dicas do Estratégia MED para provas
Sugerimos que você foque nos tópicos seguintes, caso precise maximizar seu tempo:
- Quadro clínico da colelitíase
- Diagnóstico
- Tratamento da colelitíase
Definição da colelitíase
Colelitíase é a presença de cálculos biliares na vesícula biliar. É a doença biliar mais comum na maioria dos países ocidentais. Pode evoluir para colecistite, coledocolitíase, colangite ou pancreatite biliar.
Epidemiologia e fisiopatologia da colelitíase
No Brasil, cerca de 9,3% da população com mais de 20 anos de idade, sendo que 30% das mulheres e 20% dos homens acima de 50 anos, apresentam colelitíase. É uma doença incomum entre crianças e adolescentes.
Os principais fatores de risco para essa doença são sexo feminino, obesidade, idade avançada, algumas etnias, como ameríndios, dieta ocidental, perda ponderal rápida e antecedente familiar.
A formação dos cálculos pode se iniciar com o barro biliar, formado por estase da vesícula biliar, que ocorre em determinadas condições, como a gestação. Essa substância é formada por bilirrubinato de cálcio, microcristais de colesterol e mucina.
Na hipótese de este barro biliar não desaparecer espontaneamente, pode converter-se em cálculos e migrar para as vias biliares, causando os sintomas característicos da colelitíase.
Os cálculos podem ser de colesterol, correspondentes a 80% do total, cálculos negros, são compostos por colesterol, bilirrubina não conjugada e mucina, ou marrons, formados por bilirrubinato de cálcio, sais de cálcio, colesterol e ácidos graxos.
Os cálculos negros se associam a doenças hemolíticas e doença hepática alcoólica, já os marrons estão relacionados a processos infecciosos, inflamatórios e infestações por parasitas.
Manifestações clínicas da colelitíase
A maioria dos portadores de cálculos biliares são assintomáticos. Entre os sintomas, o principal é a cólica biliar, que se inicia repentinamente, geralmente no hipocôndrio direito, aumenta gradualmente na primeira hora e perdura por algumas horas.
Outros sintomas que podem ser citados são náuseas e vômitos, dor à palpação no hipocôndrio direito e epigástrio. Entre os episódios das cólicas, o paciente se sente bem.
Diagnóstico
Na presença de cólica biliar, a colelitíase deve ser sempre suspeitada. Na maior parte dos casos, os exames laboratoriais não são bons para esclarecimento diagnóstico. O melhor exame complementar é a ultrassonografia abdominal, com sensibilidade e especificidade de 95% para cálculos biliares.
Tratamento da colelitíase
A colelitíase assintomática geralmente tem conduta expectante, entretanto alguns grupos podem ser submetidos à cirurgia profilática, de acordo com World Gastroenterology Organization Practice Guidelines, como:
- Residentes em locais remotos, que poderia dificultar o atendimento em complicações;
- Grupos de risco para colangiocarcinoma, como pacientes oriundos do Chile, Bolívia e Índia;
- Pessoas imunossuprimidas e/ou em uso de quimioterápicos como ciclosporina A e tacrolimus, devido a seu papel litogênico;
- Diabéticos insulinodependentes, pelo maior risco de infecções; e
- Portadores de vesícula em “porcelana” pelo risco aumentado de desenvolvimento de câncer.
Já as colelitíases sintomáticas, o tratamento de escolha é a colecistectomia, que pode ser realizada por videolaparoscopia – forma mais comum atualmente – minilaparotomia e cirurgia convencional.
Caso haja contraindicação formal para realização da cirurgia, os principais medicamentos utilizados para reduzir o tamanho dos cálculos e evitar a formação de novos são o ácido ursodeoxicólico e o ezetimiba, embora seu uso seja infrequente.
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Referências bibliográficas:
- MSD Manuals – Colelitíase – Versão de profissionais de saúde
- Tratado de gastroenterologia : da graduação à pós-graduação / editores Schlioma Zaterka, Jaime Natan Eisig. — 2. ed. — São Paulo : Editora Atheneu, 2016.