Resumo de distimia: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de distimia: diagnóstico, tratamento e mais!

Fala, estrategista! A distimia faz parte dos transtornos de humor, sendo um diagnóstico diferencial dentro deste grupo de distúrbios psiquiátricos muito comuns na prática médica. Por este motivo, venha conferir agora sobre essa doença, que pode aparecer nos seus atendimentos e nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso agora, veja abaixo os principais tópicos referentes à distimia:

  • O DSM-V alterou a nomenclatura, referenciando a distimia como transtorno depressivo persistente.
  • A susceptibilidade genética e fatores estressores do ambiente são os mais implicados na patogênese. 
  • A característica essencial é o humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, pelo menos nos últimos dois anos em adultos. 
  • Na distimia o início geralmente é insidioso, com sintomas crescentes e decrescentes e com breves períodos de humor normal, o que ajuda a diferenciar uma depressão unipolar maior. 
  • O tratamento envolve a utilização de antidepressivos e psicoterapia. 

Definição da doença

No DSM-IV, a distimia era referenciada como transtorno distímico, um transtorno de humor de longa duração caracterizado por disforia flutuante que pode ser pontuada por breves períodos de humor normal. 

O DSM-V alterou a nomenclatura, referenciando a distimia como transtorno depressivo persistente. A principal diferença é que agora também inclui pacientes que foram rotulados como depressão maior unipolar crônica no DSM-IV, visto que havia pouca diferença entre transtorno distímico e depressão maior crônica com relação à demografia, padrões de sintomas, resposta ao tratamento e história familiar.   

Epidemiologia e etiologia da distimia

Dividindo a distimia conforme trazia o DSM-V, a prevalência em 12 meses nos Estados Unidos é de aproximadamente 0,5% para transtorno depressivo persistente e de 1,5% para transtorno depressivo maior crônico. 

A etiologia da doença ainda não foi bem elucidada e nenhuma anormalidade biológica consistente foi confirmada.  Assim como a maioria dos transtornos mentais, fatores genéticos e ambientais se misturam como fatores de risco na etiopatogênese da doença. 

Dentre os fatores de risco, a susceptibilidade genética é uma das mais percebidas, visto que estudos familiares indicam taxas mais altas de distimia, depressão maior e transtornos de personalidade em parentes. Além disso, estresse na infância e na idade adulta e circunstâncias sociais desfavoráveis, como isolamento social e falta de apoio geralmente estão presentes. 

Alterações em algumas regiões cerebrais foram implicadas na fisiopatologia, como córtex pré-frontal, cingulado anterior, amígdala e hipocampo. Também existem possíveis irregularidades polissonográficas do sono, além de algumas correlações com elevações na interleucina-1, disfunção serotonérgica e menor atividade da monoamina oxidase plaquetária em pacientes do sexo feminino. 

Manifestações e Diagnóstico da distimia

Seguindo os critérios diagnósticos do DSM-V, o transtorno depressivo persistente tem como característica essencial o humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, pelo menos nos últimos dois anos em adultos e um ano para crianças e adolescentes (Critério A), associado a: 

B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características:

1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso.

2. Insônia ou hipersonia.

3. Baixa energia ou fadiga.

4. Baixa autoestima.

5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.

6. Sentimentos de desesperança.

C. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses.

D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos.

E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico.

F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado.

G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo).

H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

O principal diagnóstico diferencial é o transtorno depressivo maior. A diferenciação ocorre através da anamnese, visto que pacientes com distimia o início geralmente é insidioso, com sintomas crescentes e decrescentes e com breves períodos de humor normal. Em contraste, a depressão maior é caracterizada por um início razoavelmente bem definido, sintomas sustentados e episódios discretos.  

As consequências da distimia podem ser tão grandes quanto ou maiores do que os do transtorno depressivo maior, prejudicando o funcionamento social e profissional.

Tratamento da distimia

O tratamento geralmente inclui farmacoterapia, seguindo uma linha parecida com a depressão maior unipolar. Opções de antidepressivos inclui principalmente os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a fluoxetina e escitalopram, inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina, como venlafaxina e duloxetina, mirtazapina e bupropiona

Não há consenso quanto à duração da farmacoterapia da distimia, mas o tratamento contínuo ou vitalício parece provável em muitos casos. 

A psicoterapia é uma ferramenta importante de auxílio nesses pacientes, como a terapia cognitivo-comportamental. No entanto, a tendência empírica recente não apoia a psicoterapia isoladamente, mas sim associada à farmacoterapia. 

Veja também:

Referências bibliográficas:

  • American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. 
  • Elisabeth Schramm et al. Review of dysthymia and persistent depressive disorder: history, correlates, and clinical implications. The Lancet Psychiatry, Volume 7, Issue 9, 2020, Pages 801-812, ISSN 2215-0366, https://doi.org/10.1016/S2215-0366(20)30099-7
  • Sansone RA, Sansone LA. Dysthymic disorder: forlorn and overlooked? Psychiatry (Edgmont). 2009 May;6(5):46-51. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2719439/
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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