Resumo de Ectima: conceito, causas, diagnóstico e mais!
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Resumo de Ectima: conceito, causas, diagnóstico e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O ectima é uma infecção bacteriana da pele que evolui para úlceras profundas com crostas aderentes. Geralmente causado por Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus, afeta principalmente indivíduos com imunidade comprometida ou higiene inadequada. O tratamento envolve antibióticos e cuidados locais para evitar complicações e cicatrizes permanentes.

A progressão do impetigo para ectima ocorre, sobretudo, em pacientes com higiene precária e doenças predisponentes.

Conceito de Ectima 

O ectima é uma infecção cutânea profunda de origem bacteriana, caracterizada por lesões ulceradas recobertas por crostas espessas e aderentes. Frequentemente, é causado pelo Streptococcus pyogenes, podendo também ser associado ao Staphylococcus aureus. Diferente do impetigo, que acomete camadas mais superficiais da pele, o ectima se estende até a derme e, em alguns casos, pode atingir o tecido subcutâneo, resultando em cicatrizes após a resolução do quadro.

Ectima. Estratégia MED

Formação do Ectima 

O ectima inicia-se com a invasão da pele por bactérias, principalmente Streptococcus pyogenes, podendo estar associado ao Staphylococcus aureus. A infecção frequentemente ocorre em áreas previamente lesionadas, como escoriações, picadas de insetos ou dermatites, onde a barreira cutânea está comprometida.

A resposta inflamatória local leva à formação de pústulas sobre uma base eritematosa, que evoluem para úlceras profundas recobertas por crostas espessas e aderentes. O comprometimento da derme e, em alguns casos, do tecido subcutâneo ocorre devido à ação de toxinas bacterianas e à resposta inflamatória exacerbada.

Causas de Ectima   

O ectima é causado principalmente pela infecção bacteriana da pele, sendo o Streptococcus pyogenes o agente mais comum, com possível associação ao Staphylococcus aureus. Em algumas situações, especialmente em pacientes imunocomprometidos, pode haver o envolvimento de bactérias resistentes, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA).

A infecção geralmente ocorre em locais onde houve algum tipo de lesão prévia na pele, como escoriações, picadas de insetos, dermatites ou feridas traumáticas. Esses fatores comprometem a barreira cutânea, facilitando a invasão bacteriana.

Além das lesões cutâneas, algumas condições favorecem o desenvolvimento do ectima, incluindo: 

  • Higiene inadequada: favorece a proliferação bacteriana e aumenta o risco de infecção secundária. 
  • Doenças crônicas: diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e desnutrição podem comprometer a resposta imunológica. 
  • Estados de imunossupressão: HIV, uso de corticoides ou quimioterapia predispõem a infecções mais graves. 
  • Fatores ambientais: calor e umidade aumentam a proliferação bacteriana e a disseminação cutânea.

Diagnóstico de Ectima

Sintomas

O ectima se manifesta inicialmente como pequenas vesículas ou pústulas sobre uma base eritematosa. Essas lesões evoluem para úlceras profundas, recobertas por crostas espessas de coloração amarelo-acastanhada ou melicérica, firmemente aderidas à pele. Os sintomas mais comuns incluem: 

  • Lesões ulceradas dolorosas, principalmente em membros inferiores. 
  • Eritema e edema ao redor das úlceras, indicando inflamação local. 
  • Linfadenopatia regional, com aumento dos linfonodos próximos às lesões. 
  • Cicatrização lenta, frequentemente deixando marcas permanentes na pele. 
  • Possível febre e mal-estar, em casos mais extensos e complicados.
Ectima. Medscape

Exames Complementares

O diagnóstico do ectima é clínico, baseado na aparência característica das lesões ulceradas com crostas aderentes. No entanto, alguns exames podem ser úteis para confirmar a infecção e direcionar o tratamento: 

  1. Cultura do material da lesão: pode identificar o agente causador, especialmente em casos resistentes ou recorrentes. 
  1. Exame bacterioscópico com Gram: pode revelar cocos Gram-positivos, como Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. 
  1. Hemograma: útil para avaliar sinais de infecção sistêmica, como leucocitose. 
  1. Testes sorológicos: podem ser indicados em suspeita de complicações pós-estreptocócicas, como glomerulonefrite.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial deve incluir outras infecções ulcerativas, como ectima gangrenoso, leishmaniose cutânea, pioderma gangrenoso e infecções micobacterianas.

Tratamento de Ectima 

Cuidados locais e controle da infecção 

O manejo do ectima começa com a adoção de medidas de higiene adequadas para reduzir a carga bacteriana na pele. A limpeza das lesões com sabonetes antissépticos e a aplicação de compressas úmidas ajudam a remover as crostas espessas que recobrem as úlceras. Essa abordagem facilita a penetração dos medicamentos e promove uma cicatrização mais rápida.

Uso de antibióticos tópicos 

Em lesões isoladas e sem sinais sistêmicos, o tratamento pode ser feito com antibióticos tópicos, como mupirocina ou ácido fusídico. Esses medicamentos atuam diretamente na área afetada, combatendo as bactérias causadoras da infecção e impedindo sua progressão. No entanto, a aplicação deve ser contínua e associada à remoção das crostas para garantir a eficácia do tratamento.

Nos casos mais extensos, com múltiplas lesões ou sinais de comprometimento sistêmico, é necessária a administração de antibióticos orais. A penicilina é a opção de escolha para infecções confirmadas por Streptococcus pyogenes. Quando há suspeita de coinfecção por Staphylococcus aureus, recomenda-se o uso de cefalexina ou dicloxacilina. Se houver suspeita de infecção por cepas resistentes, como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), antibióticos como sulfametoxazol-trimetoprim, clindamicina ou doxiciclina devem ser considerados.

Evolução

O ectima tem evolução lenta, mas responde bem ao tratamento adequado, com cicatrização geralmente entre 2 a 3 semanas. No entanto, a formação de cicatrizes é comum, especialmente em casos mais profundos. 

A resposta ao tratamento antibiótico costuma ser favorável, mas em pacientes imunocomprometidos ou com lesões extensas, a recuperação pode ser mais demorada.

Complicações

Embora a maioria dos casos evolua sem maiores problemas, algumas complicações podem ocorrer: 

  • Cicatrizes permanentes, devido à profundidade das lesões. 
  • Linfadenopatia persistente, com inflamação dos linfonodos regionais. 
  • Celulite e abscessos, quando a infecção se dissemina para tecidos profundos.
  • Bacteremia, com risco de disseminação para outros órgãos. 
  • Glomerulonefrite pós-estreptocócica, uma complicação rara associada à infecção pelo Streptococcus pyogenes.

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Referências Bibliográficas 

  1. DAVIS, Loretta S. Ecthyma. Medscape, 2024. Disponível em: https://emedicine.medscape.com/article/1052279-print. Acesso em: 17 fev. 2025. 
  1. SHAH, Muneeb; CRANE, Jonathan S. Ecthyma Gangrenosum. StatPearls, 2025. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK534777/. Acesso em: 17 fev. 2025. 
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