Resumo de epididimite aguda: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de epididimite aguda: diagnóstico, tratamento e mais!

Fala, estrategista! A epididimite aguda é uma condição comum nos homens e um diagnóstico diferencial importante de escroto agudo na emergência, sendo a torção testicular seu principal diagnóstico diferencial na emergência. 

Confira os principais aspectos referentes a esta condição urológica, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à epididimite aguda.

  • Em pacientes menores de 35 anos, predomina como causa infecções sexualmente transmissíveis e após os 39 anos de idade a Escherichia coli
  • O quadro clínico principal é dor testicular localizada e edema à palpação do epidídimo afetado, geralmente de início gradual e não tão agudo quanto na torção testicular.  
  • Ao exame físico, o sinal de Prehn é positivo e o reflexo cremastérico está presente. 
  • Para pacientes menores de 35 anos com riscos de ISTs, a ceftriaxona mais doxiciclina é o esquema terapêutico de escolha. 
  • Pacientes idosos e com baixo risco de ISTs, fluorquinolonas são as primeiras opções de tratamento.  

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Definição da doença

A epididimite é uma infecção ou inflamação do epidídimo, um pequeno corpo tubular situado na parte superior do testículo onde os espermatozóides amadurecem antes da ejaculação. 

Crédito: Uptodate

Epidemiologia e fisiopatologia de epididimite 

É a causa mais comum de dor escrotal em adultos em regime ambulatorial, respondendo por 600.000 casos por ano nos Estados Unidos. O pico de incidência ocorre entre 20 e 39 anos, sem aparente predomínio de etnia. 

#Ponto importante: Um ponto importante na epididimite aguda é que a frequência do agente etiológico muda de acordo com a idade. 

Em pacientes menores de 35 anos, predomina infecções sexualmente transmissíveis, sendo N. gonorrhoeae e C. trachomatis os organismos mais comuns. Após os 39 anos de idade, o agente etiológico mais comum responsável pela epididimite é a Escherichia coli, além de outros coliformes e espécies de Pseudomonas , principalmente em homens idosos, muitas vezes em associação com uropatia obstrutiva por hiperplasia prostática benigna.

É possível ainda que seja causada por processo inflamatório não infeccioso secundário a traumas diretos ou por traumas repetitivos, como ocorre em atividades repetitivas como esportes, e doenças autoimunes.  

Patogênese

É causada principalmente pela ascensão de bactérias pelo trato geniturinário até o epidídimo durante relação sexual, no caso de uma doença sexualmente transmissível, ou devido fluxo retrógrado ou estagnação da urina na infecção do trato urinário. 

Quando a epididimite é causada por movimentos repetitivos, a mobilidade do escroto e seu conteúdo pode resultar em inflamação dos testículos ou do epidídimo. Certos vírus, como o da caxumba, podem provocar reação inflamatória nos testículos. 

Manifestações clínicas da epididimite

A epididimite se apresenta principalmente com dor testicular localizada e edema à palpação do epidídimo afetado, geralmente de início gradual e não agudo. Pode haver sintomas urinários associados, como disúria, polaciúria ou incontinência urinária. 

Uma forma mais avançada de apresentação é associado a dor testicular generalizada e edema que ocorre quando um quadro de orquite é associado. Eritema da parede escrotal e hidrocele reativa podem estar presentes. 

Ao exame físico as principais características que ajudam a diferenciar de outras causas de escroto agudo, como torção testicular, é um sinal de Prehn positivo, que consiste em alívio da dor quando há elevação manual do escroto, sendo mais frequentemente observado na epididimite do que na torção testicular. O reflexo cremastérico está presente, que é a retração do testículo após toque suave na face interna da coxa, geralmente ausente na torção testicular. 

Diagnóstico de epididimite 

O diagnóstico de epididimite aguda é feito presumivelmente com base na história e no exame físico. Os testes adicionais iniciais incluem exame de urina com urocultura e um teste de amplificação de ácido nucleico na urina (NAAT) para N. gonorrhoeae e C. trachomatis. 

#Ponto importante: O resultado desses exames iniciais não deve atrasar o início do tratamento quando este for altamente presumível, devendo ser instalada antibioticoterapia empírica. 

A ultrassonografia testicular é o exame de imagem de escolha, pois pode demonstrar inflamação do epidídimo e do testículo, além de avaliar o fluxo vascular para o testículo através do doppler. A tomografia computadorizada também pode ser útil nos casos em que o paciente apresenta dor no flanco e sintomas urinários associados a um problema geniturinário agudo, como ureterolitíase. 

Tratamento de epididimite aguda

Pacientes com menos de 35 anos e com epididimite devem ser tratados com antibióticos com coberturas para a ISTs, principalmente para N. gonorrhoeae e C. trachomatis. Recomenda-se nesses casos ceftriaxona 500 mg intramuscular em dose única ou 1 g se o paciente pesar 150 kg ou mais, associado com doxiciclina 100 mg via oral, duas vezes ao dia, por 10 dias. A azitromicina 1 g dose única via oral pode ser usada como alternativa no lugar da doxiciclina. 

Para pacientes idosos ou com baixo risco de DSTs, as fluoroquinolonas podem ser utilizadas para cobertura de germes entéricos, por exemplo, levofloxacino 500 mg por via oral uma vez ao dia por 10 dias. Um agente alternativo inclui o sulfametoxazol-trimetoprima. 

A epididimite causada por traumas ou atividade repetitiva é tratada sintomaticamente com repouso, medicamentos anti-inflamatórios e suporte escrotal, não necessitando de antibioticoterapia.  A dor e o inchaço podem ser drasticamente reduzidos em muitos casos com o uso de gelo, principalmente se aplicados nas primeiras horas e dias. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Robert C Eyre. Acute scrotal pain in adults. Uptodate
  • Rupp TJ, Leslie SW. Epididimite. [Atualizado em 28 de novembro de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430814/
  • Tiago Moura Mendonça. Epididimite no adulto. Acta Urológica 2007, 24; 1: 83-89. Disponível em apulorogia.pt 
  • Crédito da imagem em destaque: Pixabay
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