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Definição da doença
No século 17 o anatomista Edward Tyson notou lesões macroscópicas na coroa do pênis, interpretando-as como a origem do esmegma. Como Tyson havia usado o termo “glândula”, autores posteriores encontraram glândulas sebáceas ectópicas na glande e no prepúcio referiram-se a elas como glândulas de Tyson, embora não produzem o esmegma e nem seja Tyson que tenha as descrito.
Diante desta confusão de epônimos, atualmente as glândulas de Tyson referem-se a pequenas verrugas presentes ao redor do sulco coronal da glande e ao redor do freio balano-prepucial que pode ser substituído por duas expressões descritivas diferentes: papilomatose corona peniana e glândulas sebáceas ectópicas.
Essas glândulas são consideradas resquícios embrionários, mas que exercem função de melhorar lubrificação para ato sexual e gerar proteção para a glande.
Manifestações clínicas das glândulas de Tyson
Alguns pensam que são doenças venéreas do órgão sexual, no entanto, são estruturas normais da anatomia genital masculina. Elas são mais visíveis em alguns homens, principalmente homens negros. Em relação à forma podem ser planas, pilosas ou verrucosas. As formas são acentuadas durante a ereção.
Em até 10% dos homens possuem glândulas de Tyson muito aumentadas, condição chamada de hiperplasia das glândulas sebáceas. O exame histológico dessas estruturas demonstra glândulas sebáceas hiperplásicas e dilatadas. Quando a hiperplasia é intensa.
Essas glândulas de tyson podem se tornar inflamadas devido principalmente por uso de substâncias irritantes tópicas, tornando-se aumentadas de volume, similares a lesões pelo HPV.
Tratamento das glândulas de Tyson
As glândulas de Tyson compõem a anatomia normal do pênis masculino e não requerem nenhum tratamento específico. No entanto, alguns homens se sentem incomodados com a estética e optam pela remoção dessas estruturas junto com o urologista. As técnicas mais utilizadas para remoção são cauterização, crioterapia e laser.
#Ponto importante: Não devem ser utilizadas pomadas na tentativa de remover as glândulas, como ácidos. O ato sexual não é contraindicado, nem parece piorar as lesões.
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Referências bibliográficas:
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- Moll FH, Halling T, Leissner J, Fangerau H. Tyson-Drüsen. Zur Eponymik und Diskussion in Urologie und Dermatologie [Tyson’s glands. On eponymic and discussion in urology and dermatology]. Urologe A. 2015 Jun;54(6):878-86. German. doi: 10.1007/s00120-013-3264-8.
- Paolino G, Muscardin LM, Panetta C, Donati M, Donati P. Linear ectopic sebaceous hyperplasia of the penis: the last memory of Tyson’s glands. G Ital Dermatol Venereol. 2018 Jun;153(3):429-431. doi: 10.23736/S0392-0488.16.05129-4.
- Crédito da imagem em destaque: Pixabay