Resumo de Hemorragia Interna: causa, tratamento e mais!
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Resumo de Hemorragia Interna: causa, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A hemorragia interna é uma condição grave caracterizada pelo sangramento dentro do organismo sem saída visível. Pode ocorrer em diversas regiões, como abdômen, tórax e crânio, e muitas vezes não é detectada nos estágios iniciais. O reconhecimento precoce e o manejo adequado são essenciais para evitar complicações potencialmente fatais. 

A hemorragia interna pode ser silenciosa nos primeiros momentos, mas conforme evolui, manifesta sinais de hipovolemia e disfunção orgânica.

Conceito de Hemorragia Interna 

A hemorragia interna ocorre quando há extravasamento de sangue dentro do organismo, sem que haja saída visível para o meio externo. Esse tipo de sangramento pode se instalar em diferentes regiões, como a cavidade abdominal, torácica, o trato gastrointestinal ou os tecidos ao redor de ossos longos fraturados, como o fêmur e a pelve.

Resposta a Hemorragia Interna 

A hemorragia interna resulta da ruptura de vasos sanguíneos, levando ao extravasamento de sangue para espaços internos do corpo. Esse processo pode ser desencadeado por traumas, ruptura de aneurismas, complicações cirúrgicas ou distúrbios da coagulação. A resposta fisiológica do organismo à perda sanguínea envolve uma série de mecanismos compensatórios para manter a perfusão tecidual e a oxigenação dos órgãos vitais.

Resposta Inicial à Perda de Sangue 

Nos estágios iniciais da hemorragia, o organismo ativa mecanismos reflexos para manter a pressão arterial e o fluxo sanguíneo aos órgãos essenciais. O sistema nervoso simpático é ativado, resultando em: 

  • Vasoconstrição periférica para redirecionar o fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como coração e cérebro. 
  • Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) para compensar a redução do volume sanguíneo. 
  • Liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), promovendo a contração dos vasos e aumento da contratilidade do coração.

Efeitos da Hemorragia Progressiva 

Se o sangramento persistir, os mecanismos compensatórios tornam-se insuficientes, levando a: 

  • Diminuição da pressão arterial e do débito cardíaco, comprometendo a perfusão tecidual. 
  • Hipóxia celular, causando metabolismo anaeróbico e produção de ácido lático, resultando em acidose metabólica. 
  • Alterações na coagulação, pois a perda de fatores de coagulação e plaquetas contribui para a dificuldade de conter o sangramento.

Causas de Hemorragia Interna   

Causas Traumáticas 

Os traumas são uma das principais origens da hemorragia interna, especialmente em situações de impacto ou lesões penetrantes. Entre as principais causas estão: 

  1. Acidentes automobilísticos: podem levar a lesões internas graves, como ruptura do baço, fígado ou vasos sanguíneos importantes. 
  1. Quedas e impactos violentos: podem causar fraturas ósseas com lesões vasculares associadas. 
  1. Ferimentos perfurantes e por arma de fogo: frequentemente resultam em lesões internas extensas com grande sangramento. 
  1. Fraturas de ossos longos (fêmur, pelve): a medula óssea é altamente vascularizada e, em fraturas graves, pode ocorrer grande perda sanguínea para os tecidos adjacentes.

Causas Não Traumáticas 

Além dos traumas, diversas condições médicas podem provocar hemorragia interna. As principais incluem: 

  1. Ruptura de aneurismas: dilatações anormais das artérias podem se romper, causando sangramento grave, como na ruptura de aneurisma da aorta ou aneurisma cerebral. 
  1. Doenças do trato gastrointestinal: úlceras gástricas ou duodenais, varizes esofágicas (associadas à cirrose hepática) e doenças inflamatórias intestinais podem provocar hemorragia digestiva. 
  1. Distúrbios da coagulação: doenças como hemofilia, trombocitopenia e uso de anticoagulantes (varfarina, heparina) podem aumentar o risco de sangramentos espontâneos. 
  1. Câncer: tumores podem invadir vasos sanguíneos, resultando em sangramento contínuo, especialmente em câncer de estômago, fígado, pulmão ou intestino. 
  1. Ectopia e complicações obstétricas: gestações ectópicas, descolamento prematuro de placenta e ruptura uterina podem causar hemorragia grave na gestante. 
  1. Dissecção de grandes vasos: dissecção da aorta pode levar a hemorragia significativa devido à separação das camadas da parede arterial.

Sintomas da Hemorragia Interna

Os sintomas gerais decorrem da redução do volume sanguíneo circulante, comprometendo a perfusão dos órgãos: 

  • Fraqueza e tontura (especialmente ao se levantar); 
  • Taquicardia (compensação para manter o débito cardíaco); 
  • Hipotensão arterial (em sangramentos significativos) Pele fria e pegajosa (vasoconstrição periférica); 
  • Sudorese intensa (ativação do sistema nervoso simpático); 
  • Fadiga e sonolência (hipóxia cerebral); e
  • Alteração do nível de consciência (confusão, desorientação ou até coma nos casos mais graves). 

Se não tratado, o quadro pode evoluir para choque hemorrágico, com falência circulatória e risco de morte.

Conduta na Hemorragia Interna

Avaliação Inicial e Suporte Imediato 

A primeira etapa na abordagem de um paciente com suspeita de hemorragia interna é a avaliação do ABCDE (vias aéreas, respiração, circulação, disfunção neurológica e exposição). 

  • Avaliação da circulação: sinais de hipovolemia devem ser identificados precocemente, como taquicardia, hipotensão e perfusão periférica reduzida. 
  • Monitorização contínua: monitor cardíaco, oximetria de pulso e controle rigoroso dos sinais vitais são essenciais para guiar a conduta. 

Se houver sinais de choque hemorrágico, a ressuscitação volêmica deve ser iniciada imediatamente.

Estabilização Hemodinâmica 

  • Acesso venoso calibroso: dois acessos venosos de grande calibre (≥ 18G) devem ser obtidos para administração de fluidos e hemoderivados. 
  • Reposição volêmica: iniciar reposição com cristaloides (solução fisiológica ou Ringer lactato), porém evitando excessiva diluição do sangue. 
  • Transfusão sanguínea: se houver instabilidade hemodinâmica, transfusão de concentrado de hemácias deve ser feita o mais cedo possível. A reposição deve seguir o protocolo 1:1:1 (hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas). 
  • Uso de ácido tranexâmico: se indicado, pode ser administrado nas primeiras 3 horas para reduzir a fibrinólise e a perda sanguínea.

Exames Complementares para Diagnóstico 

A confirmação da hemorragia interna e a localização da fonte do sangramento são essenciais para guiar a conduta definitiva. 

  • FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma): ultrassom de emergência para avaliar presença de líquido livre no abdômen, tórax ou pelve. 
  • Tomografia computadorizada (TC): exame de escolha em pacientes estáveis para determinar a localização e extensão da hemorragia. 
  • Hemograma e coagulograma: monitorar níveis de hemoglobina, hematócrito e distúrbios de coagulação.
  • Lactato sérico e gasometria arterial: avaliados para detectar hipoperfusão tecidual.

Tratamento Definitivo 

Após a estabilização inicial, a abordagem definitiva depende da localização e gravidade da hemorragia interna. 

  • Cirurgia de emergência (laparotomia ou toracotomia): indicada para sangramentos volumosos não controláveis clinicamente. 
  • Angiografia com embolização: utilizada em hemorragias de origem arterial, como em casos de aneurisma roto ou sangramentos pélvicos. 
  • Procedimentos endoscópicos: indicados para hemorragias digestivas (endoscopia digestiva alta para varizes esofágicas ou úlceras sangrantes; colonoscopia para hemorragias do trato inferior).

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Referências Bibliográficas 

  1. JOHNSON, Anna B.; BURNS, Bracken. Hemorrhage. StatPearls – NCBI Bookshelf. 2025. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK542273/. Acesso em: 10 fev. 2025.
  1. JORDAN, Jaime. Hemorragia interna – Lesões e envenenamentos. Manual MSD. 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/lesões-e-envenenamentos/primeiros-socorros/hemorragia-interna. Acesso em: 10 fev. 2025. 
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