Resumo de hiperhomocisteinemia: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de hiperhomocisteinemia: diagnóstico, tratamento e mais!

A hiperhomocisteinemia é uma condição até comum em sua forma leve, que tem sido recentemente associada como fator de risco para diversas doenças, incluindo condições cardiovasculares e neurológicas. Confira os principais aspectos referentes a esta alteração, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à hiperhomocisteinemia.

  • Embora seja um aminoácido intermediário, sua ação no metabolismo da metionina a torna essencial para a vitalidade da célula. 
  • Elevações na homocisteína sugerem interrupções nas vias que a convertem em metionina e cisteína, como mutação na enzima responsável (MTHFR) ou deficiência de vitamina do complexo B. 
  • Níveis elevados de homocisteína no sangue têm propriedades aterogênicas e pró-trombóticas primárias, além de condições como demência e osteoporose. 
  • A AHA só indica medição sérica de homocisteína em casos suspeitos de homocistinúria. 
  • A AHA traz que a suplementação de ácido fólico (0,2 a 15 mg/d) pode diminuir os níveis de homocisteína, mas sem comprovação na redução de risco cardiovascular.

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Definição da doença

A hiperhomocisteinemia é caracterizada por níveis séricos elevados de homocisteína, um aminoácido não fornecido pela dieta que precisa de vitaminas específicas para seu metabolismo. Os valores da normalidade deste aminoácido no sangue variam entre 5 a 15 micromol/L, sendo que hiper-homocisteinemia ocorre quando os níveis excedem 15 micromoles/L. 

Um alto nível sanguíneo de homocisteína tem sido considerado nos últimos 10 anos um marcador de risco independente para doença vascular aterosclerótica e para tromboembolismo venoso (TEV, bem como um fator de risco para muitas outras patologias, incluindo Alzheimer e outras demências. 

Etiologia e fisiopatologia da hiperhomocisteinemia

Elevação de homocisteína plasmática leves são mais comuns, ocorrendo em 5 a 7% da população. A condição possui causa multifatorial, com herança genética, deficiência de certas vitaminas,  doença renal e uso de medicamentos contribuindo para a doença.   

As principais hipovitaminoses implicadas são deficiência de folato, vitamina B6 ou vitamina B12 e a alteração genética que gera uma variante termolábil da enzima metileno tetrahidrofolato redutase ( MTHFR ) com atividade reduzida são as principais envolvidas, pois diminuem a conversão de homocisteína em cisteína e metionina. 

A doença renal crônica diminui a remoção do aminoácido e certos medicamentos, incluindo fibratos, ácido nicotínico, metformina e metotrexato, além do tabagismo, interferem no metabolismo da homocisteína.

Fisiologia da homocisteína

A homocisteína é um aminoácido intermediário formado pela conversão da metionina em cisteína. É extremamente importante para a homeostase da célula, embora sua atividade fisiológica seja essencial para o metabolismo da metionina, esta sim, com um papel vital para a viabilidade da célula.

A homocisteína é convertida em cisteína e metionina por duas vias principais: através da combinação de vitaminas do complexo B, incluindo B12, B6 e folato, e a outra através da enzima MTHFR.

Crédito: Tinelli Caterina et al. (2019)

Especificamente, a homocisteína é convertida em metionina por um processo conhecido como remetilação com a ajuda da vitamina B12. A metionina pode subsequentemente ser quebrada em S-adenosil-metionina para ser regenerada em homocisteína. Elevações na homocisteína sugerem interrupções em um dos componentes dessa reação. 

Condições clínicas da hiperhomocisteinemia

Níveis elevados de homocisteína no sangue têm propriedades aterogênicas e pró-trombóticas primárias, causando lesão da camada endotelial, promovendo inflamação e aumentando o estresse oxidativo. 

Tem sido associado a risco aumentado de doença cardiovascular e cerebrovascular, tromboembolismo venoso e complicações obstétricas. Alguns outros sintomas e doenças que podem se apresentar na hiper-homocisteinemia incluem fratura de quadril, demência, osteoporose, doença renal crônica, hipotireoidismo, doença de Alzheimer e esquizofrenia. Em crianças, pode se apresentar como lente ectópica e atraso no desenvolvimento. 

#Ponto importante: Por mais que níveis elevados de homocisteína se associam a doenças vasculares, não foi demonstrado que a redução da homocisteína previne eventos cardiovasculares.  

Avaliação da hiperhomocisteinemia

Atualmente um exame de sangue pode detectar facilmente concentrações elevadas de homocisteína. No entanto, de acordo com a American Heart Association (AHA), os níveis de homocisteína não preveem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, logo seus níveis não devem ser solicitados de triagem ou de rotina para pacientes com risco aterosclerótico, exceto em casos de pacientes com suspeita ou história familiar de homocistinúria,

Alguns autores sugerem que seja solicitado em casos precoces de osteoporose, glaucoma e descolamento de retina, especialmente em crianças e adolescentes.

Tratamento da hiperhomocisteinemia

Vários estudos têm tentado demonstrar a eficácia da suplementação vitamínica na redução do risco cardiovascular e tromboembólico, mas, como vimos, as diretrizes disponíveis não orientam testar ou tratar hiper-homocisteinemia, a menos que haja suspeita ou confirmação de homocistinúria. 

Em pacientes com homocistinúria com hiperhomocisteinemia grave, tratamentos redutores de homocisteína com piridoxina, ácido fólico e hidroxocobalamina demonstraram reduzir o risco cardiovascular.

A AHA traz que a suplementação de ácido fólico (0,2 a 15 mg) pode diminuir os níveis de homocisteína, mas sem comprovação na redução de risco cardiovascular. Além disso, uma dieta rica em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura e pobre em gorduras saturadas podem diminuir a homocisteína sérica. 

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Referências bibliográficas:

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