Resumo de Intertrigo: conceito, causas, tratamento e mais!
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Resumo de Intertrigo: conceito, causas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O intertrigo é uma dermatite inflamatória que ocorre nas dobras da pele, frequentemente associada a fatores como calor, umidade e atrito. Com uma apresentação clínica variável, essa condição pode ser exacerbada por infecções secundárias, demandando um diagnóstico preciso e tratamento individualizado. Além disso, sua recorrência é frequente, especialmente em pacientes com condições predisponentes, como obesidade e diabetes.

As dobras cutâneas criam um ambiente propício para a proliferação de microrganismos, favorecendo o desenvolvimento de infecções secundárias.

Conceito de  Intertrigo

O intertrigo é uma dermatite inflamatória superficial que ocorre em áreas de dobras cutâneas, caracterizada pelo atrito entre superfícies de pele adjacentes. Essa condição pode ser exacerbada por fatores como calor, umidade e má ventilação, criando um ambiente propício para infecções secundárias, especialmente por Candida, mas também por outras bactérias, fungos e vírus. A inflamação resultante pode variar de eritema leve a lesões erosivas e exsudativas.

Como Ocorre o Intertrigo 

O intertrigo é causado pela combinação de fatores mecânicos e ambientais que promovem a inflamação das áreas intertriginosas. O atrito contínuo entre superfícies cutâneas leva à ruptura da barreira epidérmica, permitindo que agentes irritantes, como suor e secreções, agravem a irritação local. A retenção de umidade nessas regiões favorece a maceração da pele, enfraquecendo ainda mais a camada córnea.

O ambiente quente e úmido dessas áreas facilita a proliferação de microrganismos, incluindo bactérias, fungos (particularmente Candida) e, ocasionalmente, vírus. Em indivíduos com diabetes ou obesidade, a pele nas dobras apresenta um pH mais elevado e alterações na microbiota, o que aumenta a susceptibilidade a infecções secundárias. A inflamação local pode progredir para lesões erosivas, fissuras e formação de crostas, intensificando os sintomas e o risco de complicações.

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Fatores de Risco do Intertrigo 

O intertrigo é uma condição comum que pode afetar pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos. Sua prevalência é maior em climas quentes e úmidos, onde o calor e a transpiração aumentam o risco de irritação nas dobras cutâneas. Embora não haja predileção por sexo ou etnia, populações específicas apresentam maior vulnerabilidade devido a fatores predisponentes. 

Entre os principais fatores de risco estão obesidade, diabetes mellitus, hiperidrose, incontinência urinária ou fecal e mobilidade reduzida. A obesidade, em particular, aumenta a área das dobras cutâneas, criando um ambiente favorável para a retenção de umidade e o desenvolvimento de lesões. Indivíduos com imunossupressão, como aqueles em tratamento oncológico ou com doenças crônicas, também apresentam maior susceptibilidade. Em lactentes, o intertrigo é frequentemente associado à dermatite de fralda, enquanto em idosos é comum em decorrência de imobilização prolongada e cuidados inadequados com a pele.

Sintomas do Intertrigo 

O intertrigo geralmente apresenta início insidioso, com sintomas localizados nas áreas de dobras cutâneas. Os sinais mais comuns incluem eritema, sensação de queimação, prurido e dor. À medida que a condição progride, podem surgir outros achados, como maceração, fissuras, erosões, exsudação e formação de crostas.

A presença de infecção secundária pode alterar a apresentação clínica. Lesões por Candida, por exemplo, frequentemente apresentam pápulas satélites ao redor das áreas afetadas, enquanto infecções bacterianas, como as causadas por Staphylococcus ou Streptococcus, podem resultar em exsudato purulento e eritema intenso. Infecções por Pseudomonas podem ser identificadas por uma coloração azul-esverdeada característica nas roupas ou na pele. Em casos mais graves, os sintomas podem incluir dor intensa e dificuldade de mobilidade devido à extensão das lesões.

Medscape

Como é Feito o Diagnóstico de Intertrigo

O diagnóstico de intertrigo é principalmente clínico, baseado na história e no exame físico. Lesões características, como eritema e inflamação em áreas de dobras cutâneas, geralmente são suficientes para confirmar a condição. No entanto, em casos mais complexos ou resistentes ao tratamento, exames complementares podem ser necessários. Entre os métodos diagnósticos auxiliares estão: 

  • Microscopia com KOH (hidróxido de potássio): útil para identificar infecções fúngicas, como a candidíase, por meio da observação de hifas ou leveduras. 
  • Cultura microbiológica: indicada para identificar agentes bacterianos ou fúngicos em infecções secundárias. 
  • Lâmpada de Wood: pode ajudar a detectar infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa (fluorescência verde) ou Corynebacterium minutissimum (fluorescência coral). 
  • Biópsia de pele: reservada para casos atípicos, refratários ou com suspeita de condições subjacentes, como psoríase inversa ou doenças malignas.

Diagnóstico Diferencial

As condições que podem ser confundidas com intertrigo incluem dermatite seborreica, psoríase inversa, dermatite de contato, eritrasma e infecções fúngicas ou bacterianas específicas. É fundamental excluir infecções por dermatófitos, Candida ou Staphylococcus em casos suspeitos. Lesões atípicas devem ser investigadas para excluir doenças metabólicas, malignidades ou autoimunes.

Tratamento de Intetrigo

O manejo do intertrigo inclui medidas para reduzir atrito, umidade e calor nas áreas afetadas. As opções terapêuticas dependem da gravidade e da presença de infecções secundárias. Em casos leves, agentes secantes, como talco ou soluções com acetato de alumínio, ajudam a controlar a umidade. Para infecções fúngicas ou bacterianas, antifúngicos tópicos (clotrimazol, nistatina) ou antibióticos tópicos/orais podem ser necessários. Em casos de inflamação significativa, corticoides tópicos de baixa potência podem ser usados por curtos períodos, evitando atrofia cutânea.

Evolução

Com tratamento adequado e controle dos fatores predisponentes, a evolução do intertrigo é geralmente favorável, com resolução dos sintomas em poucos dias ou semanas. Entretanto, a recorrência é comum, especialmente em indivíduos com fatores de risco persistentes, como obesidade e diabetes não controlada.

Complicações

As principais complicações incluem infecções secundárias, como celulite ou abscessos, que podem progredir para condições mais graves, como sepse, se não tratadas. A maceração prolongada e o uso inadequado de medicamentos tópicos, como corticoides, podem levar à formação de fissuras, atrofia da pele e striae. Em casos raros, intertrigo crônico ou refratário pode ocultar doenças malignas ou autoimunes subjacentes.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre o tema (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

(GO – Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia – SMS 2020) RN com 21 dias de vida apresentando em região glútea e genital pápulas que confluem em placas, pústulas, lesões satélites e algumas pústulas rompidas de base eritematosa. Qual o diagnóstico? 

A. Impetigo. 

B. Tinha crural. 

C. Dermatite atópica.

D. Candidose cutânea.

Comentário da Equipe EMED 

Alternativa D) Correta. Como está descrito no enunciado que há a presença de pápulas satélites, fica claro que o diagnóstico é de candidíase intertriginosa. O tratamento é feito com antifúngicos tópicos.

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Referências Bibliográficas 

  1. VAKHARIA, P.; JAMES, W. D. Intertrigo. Atualizado em 02 ago. 2024. Disponível em: https://emedicine.medscape.com/article/1087691-print. Acesso em: 15 jan. 2025. 
  1. NOBLES, T.; SYED, H. A.; MILLER, R. A. Intertrigo | Treatment & Management | Point of Care. Atualizado em 28 out. 2024. Disponível em: https://www.statpearls.com/point-of-care/23652. Acesso em: 15 jan. 2025.
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