Resumo de Lipotimia: conceito, causas e mais!

Resumo de Lipotimia: conceito, causas e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! A palavra “lipotimia” significa um estado delicado ou sutil da alma, ou do espírito. Historicamente, o termo é utilizado na medicina para descrever uma condição em que ocorre uma sensação de desmaio, indicando uma fragilidade temporária do estado de consciência ou do equilíbrio fisiológico.

Vem com o Estratégia MED entender as causas de lipotimia e como diferenciar de um quadro de síncope. Ao final, separei uma questão para vermos em que contextos se apresenta a lipotimia na sua prova! 

O que é a Lipotimia  

A lipotimia representa uma condição médica que se caracteriza por uma sensação de desmaio e queda temporária de pressão arterial. Este fenômeno ocorre devido a uma resposta exagerada do sistema nervoso autônomo, resultando em uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o cérebro. 

É importante compreender a lipotimia como um fenômeno comum, muitas vezes inofensivo, mas que demanda atenção clínica para excluir possíveis causas subjacentes e proporcionar orientações adequadas aos pacientes afetados.

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Lipotimia X Síncope 

Em resumo, a lipotimia muitas vezes é considerada uma forma mais leve de síncope, caracterizada por uma sensação de quase desmaio, enquanto a síncope envolve uma perda mais completa e temporária de consciência. Podemos considerar a lipotimia como uma “pré-sincope”, onde há a possibilidade do paciente passar de um estado de lipotimia para um estado de síncope.

Causas de Lipotimia 

A etiologia da lipotimia envolve uma resposta exagerada do sistema nervoso autônomo, resultando em uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo para o cérebro. Diversos fatores e desencadeadores podem contribuir para o desenvolvimento desses episódios. Abaixo estão algumas das principais causas e fatores associados à lipotimia: 

  • Gatilhos emocionais: situações de estresse emocional, ansiedade, medo ou dor intensa podem desencadear a resposta vasovagal, levando à lipotimia. O sistema nervoso autônomo responde de maneira exagerada a estímulos emocionais; 
  • Postura: ficar em pé por longos períodos pode levar à redistribuição do sangue nos membros inferiores, resultando em hipotensão ortostática, o que é particularmente relevante em ambientes quentes;
  • Desidratação: a falta de líquidos pode levar a uma diminuição do volume sanguíneo, contribuindo para a hipotensão e aumentando o risco de lipotimia;
  • Fatores ambientais: ambientes quentes, abafados ou lotados podem aumentar o risco de lipotimia. A temperatura elevada pode levar à vasodilatação, enquanto locais lotados podem gerar ansiedade;
  • História familiar: a existência de casos de lipotimia na família sugere uma predisposição genética, embora a influência genética não seja totalmente compreendida;
  • Idade: a lipotimia é mais comum em jovens e adultos, sendo menos frequente em idosos; e
  • Hiperventilação: a respiração rápida e superficial pode alterar os níveis de dióxido de carbono no sangue, contribuindo para a lipotimia em algumas situações.

Quadro Clínico da Lipotimia

A lipotimia se apresenta com um quadro clássico, precedido de queixas por parte do paciente, sendo as mais comuns: 

  • “Sinto que vou desmaiar” 
  • “Estou meio tonto” 
  • “Estou enxergando tudo embaralhado”
  • “Sinto as pernas e braços pesados” 

Os sintomas mais comuns incluem: tontura, palidez, sudorese excessiva, sensação de calor, fraqueza e visão turva. O quadro é benigno, mas o paciente pode passar de um estado de lipotimia para um estado de síncope. 

Tratamento da Lipotimia 

O tratamento da lipotimia geralmente se concentra em estratégias de prevenção e gerenciamento dos fatores desencadeantes. Aqui estão algumas abordagens comuns: 

  1. Hidratação adequada: incentivar o paciente a manter uma boa hidratação é fundamental, pois a desidratação pode contribuir para a lipotimia;
  1. Modificações na postura: recomendar evitar ficar em pé por longos períodos, especialmente em ambientes quentes. A utilização de técnicas como cruzar as pernas ao ficar de pé pode ajudar a evitar a redistribuição súbita do sangue;
  1. Evitar gatilhos emocionais: identificar e gerenciar situações de estresse, ansiedade ou outras emoções intensas pode reduzir a incidência de episódios de lipotimia; e
  1. Técnicas de relaxamento: ensinar técnicas de relaxamento, como respiração profunda e mindfulness, pode ajudar a reduzir a resposta do sistema nervoso autônomo.

O Que Você Precisa Saber: 

  • A lipotimia é considerada uma forma mais leve de síncope, muitas vezes sendo uma “pré-síncope” com a possibilidade de evoluir para um estado completo de síncope;
  • Os episódios são frequentemente desencadeados por fatores emocionais, estresse, ansiedade, dor intensa, ou podem ocorrer após períodos prolongados em pé, desidratação ou em ambientes quentes e lotados;
  • A lipotimia apresenta sintomas prévios, como tontura, visão embaralhada e fraqueza. Durante um episódio, os pacientes podem relatar sensações como “Sinto que vou desmaiar” ou “Estou meio tonto”; e
  • O tratamento se concentra em estratégias de prevenção e gerenciamento dos fatores desencadeantes.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre bradiarritmias, onde o paciente se apresentou com lipotimia (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

(RJ – Universidade Federal Fluminense – UFF, Hospital Universitário Antônio Pedro – HUAP, 2018) Mulher, 80 anos, sem comorbidades conhecidas, é trazida ao pronto-socorro com lipotimia e cansaço. No exame físico, a extremidade é fria, o pulso é fino, PA = 80 x 40 mmHg e FC = 35 bpm. É registrado o traçado abaixo no monitor. O médico administra 0,5 mg de atropina em seis doses sequenciais, sem resposta. Com base nas recomendações de 2015 do ACLS (Advanced Cardiac Life Support), a conduta imediata a ser tomada é: 

A. Marca-passo transvenoso. 

B. Marca-passo transcutâneo. 

C. Adrenalina 1 mg venosa. 

D. Infusão contínua de noradrenalina. 

E. Infusão contínua de dobutamina.

Comentário da Equipe EMED

Em pacientes sintomáticos, o bloqueio atrioventricular está impedindo o coração de fornecer o débito cardíaco necessário. Dessa forma, a primeira conduta visa identificar causas reversíveis (tônus vagal aumentado, uso de medicamentos, bloqueios supra-hissianos). Administramos atropina visto que promoverá o bloqueio da ação da acetilcolina (ação parassimpática). Se não houver resposta, significa que o bloqueio é avançado e demanda implante de marca-passo provisório. Em casos de instabilidade hemodinâmica, optamos, inicialmente, pelo marca-passo transcutâneo até implante de marca-passo transvenoso. Em pacientes hipotensos a dopamina pode ser administrada, enquanto a dobutamina é uma opção em pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca. 

Portanto, correta a alternativa B, pois o paciente apresenta sinais de instabilidade e necessita de aporte cronotrópico imediato para manter o débito cardíaco. Lembre-se de que, em alguns pacientes, a carga necessária para estimular o coração pode ser elevada e gerar desconforto ao paciente. Nesses casos, algum grau de sedação pode ser necessário. Pode ser feito com midazolam, diazepam ou fentanil.

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Veja também:

Referências Bibliográficas 

  1. David Benditt. Reflex syncope in adults and adolescents: Clinical presentation and diagnostic evaluation. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate
  1. David Benditt. Syncope in adults: Clinical manifestations and initial diagnostic evaluation. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate
  2. Imagem em destaque: Pexels
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