Para saber mais sobre a menopausa, o que é, sintomas relacionados e quais demandas as pacientes trazem no consultório, confira esse artigo que o Estratégia MED preparou.
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Dicas do Estratégia para provas
Esse são os principais tópicos sobre menopausa, caso seu tempo esteja escasso, foque nesses pontos!
- Principais sintomas dessa condição
- Quando é necessário realizar intervenções
- Terapias disponíveis
Definição da menopausa
A transição menopáusica é uma condição fisiológica que leva, gradualmente, a mulher em idade reprodutiva para o fim dos períodos menstruais, em decorrência da senescência ovariana.
Devido ao aumento da expectativa de vida da população, a maioria das mulheres viverá aproximadamente um terço da vida após a menopausa. Assim, é necessário compreender essa fase, para trazer mais qualidade de vida a essa população.
A menopausa é a última menstruação. É um diagnóstico na vida da mulher que ocorre de forma retroativa, um ano após a cessação da menstruação. A pós-menopausa é o período que se segue a esse ponto no tempo.
A média de idade das mulheres que têm sua última menstruação é de 51,5 anos. A transição menopáusica normalmente dura em torno de 4 a 7 anos, se iniciando geralmente entre os 45 e 50 anos e termina na menopausa.
Fisiologia da menopausa
A transição menopáusica é um evento fisiológico que irá ocorrer com todas as mulheres que atingirem a idade para esse fenômeno. No início da transição, os níveis de inibina B e, posteriormente, FSH se elevam discretamente.
No final, a mulher acaba sofrendo uma redução da foliculogênese e maior incidência de ciclos anovulatórios, devido à taxa acelerada na perda de folículos que leva à exaustão do seu suprimento.
Existem também outras alterações que colaboram para a menopausa, como alterações dos esteroides adrenais, do nível de globulinas de ligação ao hormônio sexual e endometriais.
Manifestações clínicas da menopausa
Apesar da menopausa ser um evento fisiológico, sua chegada promove diversas alterações na vida da mulher, o que pode causar impactos na sua qualidade de vida e devem ser adequadamente acompanhadas.
Essas mulheres podem manifestar, entre outras condições, as seguintes:
- Sangramento uterino anormal: pode estar presente em até 50% das mulheres em transição menopáusica;
- Sintomas vasomotores: sensação de fogacho, acompanhado de aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e sudorese;
- Distúrbios do sono: a principal queixa é a insônia, muitas vezes associada aos sintomas vasomotores;
- Alterações no metabolismo ósseo: a queda de estrogênio pode levar essas mulheres à osteoporose e osteopenia;
- Aumento do risco de doenças cardiovasculares;
- Ganho de peso;
- Alterações dermatológicas: surgimento de rugas, hiperpigmentação e ressecamento;
- Redução da libido; e
- Atrofia urogenital: presença de secura vaginal e dispaurenia.
Diagnóstico da menopausa
A transição menopáusica é diagnosticada pela presença de sintomas próprios de sua ocorrência e exame físico completo.
Laboratorialmente, podem ser dosadas as gonadotrofinas e estrogênio, entretanto o diagnóstico dessa conclusão é eminentemente clínico, de modo que tais exames não se fazem necessários na maioria dos casos.
Os diagnósticos diferenciais podem ser realizados na hipótese de suspeita que os sintomas não são decorrentes da transição menopáusica. Para diferenciar dos sintomas vasomotores, deve-se pensar em hipertireoidismo, feocromocitoma, doença febril e sintomas psicológicos.
Já no sangramento uterino anormal, é preciso pensar em anovulação por outras causas, câncer de colo do útero e de endométrio, hiperplasia endometrial, pólipos endometriais e leiomioma uterino.
Terapêutica
Como a menopausa é parte da vida da mulher, ela em si não deve ser tratada. No entanto, caso haja sintomas ou condições que comprometam a qualidade de vida, podem ser feitas intervenções.
É possível indicar terapia de reposição hormonal com estrogênio para mulheres com sintomas vasomotores e atrofia vaginal e para prevenção ou tratamento da osteoporose.
Nesses casos, é sugerida a reavaliação da manutenção da reposição hormonal a cada 6 a 12 meses. O tratamento deve ser na menor dose efetiva e pelo menor tempo necessário.
A reposição hormonal é contraindicada nas seguintes hipóteses:
- Sangramento uterino anormal sem diagnóstico;
- Câncer de mama ou outra neoplasia estrogênio-dependente;
- Antecedente ou presença de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar;
- Doença arterial tromboembólica ativa ou no último ano;
- Disfunção ou doença hepática;
- Hipersensibilidade à formulação; e
- Gestação suspeita ou confirmada.
Também deve ser usada com cautela nas seguintes hipóteses:
- Demência;
- Colecistite;
- Hipertrigliceridemia;
- Icterícia colestática prévia;
- Hiipotireoidismo;
- Retenção hídrica com disfunção cardíaca ou renal;
- Hipocalcemia grave;
- Endometriose prévia; e
- Hemangioma hepático.
Além disso, para os sintomas vasomotores da pós-menopausa, é possível o uso de medicações psicoativas, como fluoxetina, paroxetina, venlafaxina, entre outros. Também existem fitoestrogênios, como as isoflavonas de soja.
As condições que afetam o metabolismo ósseo também devem ser acompanhadas e tratadas, com reposição de vitamina D e, em casos mais avançados, com bisfosfonatos ou com modulador seletivo do receptor de estrogênio.
As demais condições que podem se associar à menopausa devem ser tratadas como aquelas que não têm ligação com tal fenômeno, como a depressão.
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Referências bibliográficas:
- Ginecologia de Williams [recurso eletrônico] / Hoffman … [etal.] ; tradução: Ademar Valadares Fonseca … [et al.] ;[coordenação técnica: Suzana Arenhart Pessini ; revisão técnica: Ana Paula Moura Moreira … et al.]. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014.