Resumo de taquipneia: causas, manejo e mais!

Resumo de taquipneia: causas, manejo e mais!

A taquipneia é um sinal comum evidenciado nas unidades de urgência e emergência. Por este motivo, confira agora aspectos importantes referente a base fisiopatológica, avaliação e manejo desta condição.

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à taquipneia.

  • Em adultos, valores superiores a 20 rpm são considerados anormais para a maioria dos autores.
  • Em crianças, a taquipneia é definida como uma FR superior a 60 rpm em um lactente com menos de 2 meses de idade, superior a 50 em lactentes de 2 a 12 meses, superior a 40 em crianças de 1 a 4 anos.
  • Pode ser de causa fisiológica, como ocorre durante exercícios físicos. Causas patológicas geralmente são de origem pulmonar, cardíaca ou metabólica.   
  • A avaliação deve levar em consideração sinais e sintomas associados. Exames complementares iniciais envolvem gasometria arterial, painel metabólico e radiografia de tórax. 
  • O manejo envolve o tratamento da causa subjacente.

Definição da taquipneia

A taquipneia é caracterizada como aumento da frequência de incursões respiratórias por minuto, geralmente com respiração superficial. Diversas condições fisiológicas e patológicas podem aumentar a frequência respiratória com valores limites que variam entre lactentes, crianças e adultos. É importante diferenciar da hiperventilação que ocorre quando a respiração do paciente é rápida, mas profunda.  

A taxa de respiração normal para um adulto médio é de 12 a 20 respirações por minuto (rpm), com valores superiores a 20 considerados anormais para a maioria dos autores. Na pediatria, é definida como uma FR superior a 60 rpm em um lactente com menos de 2 meses de idade, superior a 50 em lactentes de 2 a 12 meses, superior a 40 em crianças de 1 a 4 anos.

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Fisiopatologia

A taquipneia resulta de alterações centrais em meio ao acúmulo de dióxido de carbono (CO²) no sangue. A acidose metabólica causada por esse acúmulo de CO² é percebida pelo cérebro que sinaliza o impulso respiratório para aumentar o ritmo na tentativa de corrigir o desequilíbrio. Ao fazer isso, o pH do sangue pode retornar à faixa normal de acidez, uma acidose metabólica compensada. 

Pode ocorrer devido a resposta fisiológica durante a prática de exercícios físicos, aumento da temperatura ou estado metabólico. Causas involuntárias incluem ansiedade, medo, dor ou febre.

#Ponto importante: A presença de febre pode ser um confundidor importante na hora de mensurar a frequência respiratória, principalmente em crianças. 

Causas de taquipneia

Das causas patológicas, ocorre mais comumente em resposta à acidose respiratória ou hipoxemia (pneumonia, síndrome da angústia respiratória aguda (SARA), asma ou DPOC) ou na tentativa de restaurar o equilíbrio do pH durante a acidose metabólica, como ocorre na cetoacidose diabética, envenenamento por salicilato ou desidratação. Algumas condições psiquiátricas comumente se apresentam com taquipneia na emergência, principalmente como crises de pânico.

A embolia pulmonar não necessariamente reduz a saturação de oxigênio ou causa baixa PO2 na gasometria arterial, devendo sempre ser considerada em pacientes de risco com taquipneia aguda inexplicável. Além disso, outras causas comuns na emergência incluem anormalidades cardíacas primárias, como insuficiência cardíaca congestiva.  

Nos lactentes, as causas mais comuns incluem asma, bronquiolite ou pneumonia. No recém-nascidos, a taquipneia transitória do recém-nascidos e  

Avaliação do paciente com taquipneia

O principal sintoma associado a taquipneia é a sensação de falta de ar, ou seja, dispneia. Quando a taquipneia é acompanhada de insuficiência respiratória ou choque circulatório, os pacientes podem apresentar cianose de extremidades e uso de musculatura acessória ou peitorais para respirar, demonstrando esforço respiratório. Por outro lado, os pacientes podem apresentar sem quaisquer sintomas óbvios. 

Nos lactentes, os sinais de gravidade incluem cianose perioral, estridor ou sinais de dificuldade para respirar, retração do tórax durante a respiração, balanço da cabeça e/ou batimento de asas nasais. 

A avaliação inclui a coleta de história direcionado para queixa principal, avaliação do estado físico geral e busca por sinais de instabilidade hemodinâmica, como hipotensão e sinais de má perfusão tecidual. 

Exames complementares úteis inicialmente incluem gasometria arterial para avaliação da dinâmica dos gases sanguíneos, radiografia de tórax, além de um hemograma completo e um painel metabólico completo para investigar quaisquer evidências de anemia ou infecções que podem causar taquipneia. 

Na gasometria arterial, se o pH indicar acidose, algumas causas potenciais são cetoacidose diabética, acidose láctica ou encefalopatia hepática. Uma glicemia, se tomada, também pode indicar ou descartar a cetoacidose diabética. 

Manejo da taquipneia

O manejo dessa alteração envolve o tratamento da causa subjacente. Por exemplo, se a taquipneia for causada por asma ou DPOC, os pacientes podem necessitar de broncodilatadores. Os antibióticos são indicados para tratar a pneumonia bacteriana, mas a pneumonia viral pode ser tratada com suporte e hidratação, sem antibióticos. 

Em pacientes com taquipneia e dessaturação associada pode ser necessário o uso de O2 suplementar. A taquipneia associado ao esforço respiratório intenso, com utilização de musculatura acessória, pode levar a fadiga ventilatória, principalmente em lactentes. Nesses pacientes, garantir uma via aérea definitiva com intubação orotraqueal pode ser necessária. 

No contexto de urgência, o primeiro episódio de crise de pânico ou outros transtornos de ansiedade são considerados como diagnóstico de exclusão, podendo ser manejados com técnicas de treinamento respiratório e uso de benzodiazepínicos.  

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Referências bibliográficas:

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