Olá, querido doutor e doutora! O Metapneumovírus Humano (HMPV) é um agente viral de distribuição global, identificado como uma causa significativa de infecções respiratórias, especialmente em crianças, idosos e imunossuprimidos. Descoberto em 2001, este vírus tem se destacado por sua capacidade de causar desde quadros leves, como resfriados comuns, até doenças graves, como bronquiolite e pneumonia.
Embora a maioria dos casos seja autolimitada, pacientes de risco podem evoluir para insuficiência respiratória, exigindo suporte intensivo.
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Conceito de Metapneumovírus
O Metapneumovírus Humano (HMPV) é um vírus de RNA de cadeia simples, pertencente à família Pneumoviridae, identificado pela primeira vez em 2001, nos Países Baixos. É um patógeno amplamente disseminado, responsável por causar infecções respiratórias que podem variar de quadros leves a graves. Ele acomete principalmente crianças pequenas, idosos e pessoas com imunidade comprometida, mas também pode afetar indivíduos saudáveis de todas as idades. O HMPV é conhecido por provocar infecções tanto no trato respiratório superior quanto no inferior, incluindo bronquiolite, pneumonia e exacerbações de asma.
Estrutura do Vírus Metapneumovírus
O Metapneumovírus Humano (HMPV) é um vírus envelopado, composto por uma única fita de RNA de sentido negativo. Sua estrutura inclui proteínas essenciais para a infecção e replicação, organizadas em aproximadamente oito genes que codificam nove proteínas. Dentre as principais proteínas estruturais, destacam-se:
- Proteína de fusão (F): facilita a entrada do vírus nas células hospedeiras ao promover a fusão da membrana viral com a membrana celular.
- Proteína de adesão (G): contribui para a ligação inicial do vírus às células do trato respiratório.
- Nucleocapsídeo (N): protege o material genético viral e participa do processo de replicação.
- Proteínas acessórias (SH e M): atuam na estabilização da estrutura viral e na modulação da resposta imune do hospedeiro.
Histórico de Infecções do Metapneumovírus
O Metapneumovírus Humano (HMPV) foi identificado pela primeira vez em 2001, nos Países Baixos, por pesquisadores que investigavam causas desconhecidas de infecções respiratórias em crianças. Análises retrospectivas, no entanto, revelaram que o vírus já circulava em populações humanas desde pelo menos 1958, conforme evidenciado por estudos sorológicos. Após sua descoberta inicial, o HMPV foi rapidamente reconhecido como um patógeno global, com casos identificados em diversos países da Europa, Ásia, América do Norte e, posteriormente, na América Latina.
No Brasil, os primeiros relatos de infecções por HMPV surgiram no início dos anos 2000, indicando que o vírus também estava presente no contexto nacional. Pesquisas realizadas em diferentes regiões do país confirmaram a circulação do HMPV entre crianças com infecções respiratórias agudas, muitas vezes em co-infecção com outros vírus como o vírus sincicial respiratório (RSV).
Em janeiro de 2025, a China registrou um aumento significativo de infecções pelo Metapneumovírus Humano (HMPV), especialmente entre crianças menores de 14 anos nas províncias do norte. No entanto, o Ministério da Saúde da China afirmou que o aumento de infecções respiratórias durante o inverno é esperado e que a situação está sob controle, sem evidências de que o surto atual seja mais grave do que em anos anteriores. O Ministério da Saúde do Brasil está monitorando de perto o surto de HMPV na China e reforça a importância da vacinação contra a COVID-19 e a influenza como medidas preventivas contra infecções respiratórias.
Fatores de Risco Para Infecção do Metapneumovírus
O Metapneumovírus Humano (HMPV) possui ampla distribuição global, com maior prevalência durante os meses de inverno e primavera em regiões de clima temperado. Desde sua descoberta em 2001, estudos têm demonstrado que o HMPV está presente em todos os continentes, acometendo principalmente crianças pequenas e populações vulneráveis. Em crianças, a infecção primária geralmente ocorre até os cinco anos de idade, com a maioria dos casos sendo registrados antes dos dois anos. Nos idosos e imunocomprometidos, o vírus é frequentemente associado a quadros mais graves.
Fatores de Risco
- Idade: crianças menores de dois anos estão entre os grupos mais suscetíveis, com taxas elevadas de hospitalização em lactentes.
- Condições pré-existentes: doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas e condições neurológicas podem agravar a progressão da infecção.
- Imunocomprometimento: indivíduos com imunidade reduzida, como transplantados, pacientes oncológicos e pessoas vivendo com HIV, apresentam maior risco de complicações graves.
- Prematuridade: lactentes prematuros apresentam maior vulnerabilidade devido à imaturidade do sistema imunológico e pulmonar.
- Idosos: pessoas acima de 65 anos estão mais propensas a desenvolver manifestações respiratórias graves, incluindo pneumonia.
Sintomas da Infecção por Metapneumovírus
O Metapneumovírus Humano (HMPV) pode causar infecções tanto no trato respiratório superior quanto no inferior, variando desde sintomas leves até quadros graves que exigem hospitalização, especialmente em populações de risco. O período de incubação do vírus é de 3 a 6 dias, e a duração dos sintomas pode variar de acordo com a gravidade da doença e a condição do paciente.
Manifestações no Trato Respiratório Superior
- Sintomas comuns: tosse, febre, congestão nasal, coriza e dor de garganta.
- Semelhança com outras infecções virais: os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de resfriados comuns ou gripes, dificultando o diagnóstico clínico inicial.
Manifestações no Trato Respiratório Inferior
- Casos mais graves: bronquiolite, pneumonia, exacerbação de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
- Sinais e sintomas associados: dispneia, taquipneia, sibilos, retrações torácicas e hipoxemia. Em crianças, a bronquiolite é uma das apresentações mais frequentes.
Diagnóstico da Infecção por Metapneumovírus
Diagnóstico Laboratorial
- O RT-PCR (transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) é o método de escolha, com alta sensibilidade e especificidade, utilizando amostras de secreção nasofaríngea. Esse exame identifica diretamente o material genético viral, permitindo a confirmação do HMPV e diferenciando-o de outros vírus respiratórios, como influenza e RSV.
- A imunofluorescência ou ensaios imunoenzimáticos (EIA) detectam antígenos virais em secreções respiratórias, sendo métodos rápidos, mas menos sensíveis que o RT-PCR.
O diagnóstico do Metapneumovírus Humano (HMPV) é baseado principalmente na avaliação clínica e em testes laboratoriais, especialmente em casos com sintomas graves ou em populações de risco. Embora o diagnóstico clínico seja suficiente em quadros leves, a confirmação laboratorial é importante para diferenciar o HMPV de outros patógenos respiratórios.
Diagnóstico Diferencial
O HMPV apresenta sintomas semelhantes a outros vírus respiratórios. Assim, é essencial considerar outras infecções no diagnóstico diferencial, incluindo:
- Vírus sincicial respiratório (RSV);
- Influenza A e B;
- Coronavírus, incluindo SARS-CoV-2;
- Adenovírus e rinovírus; e
- Bactérias que causam pneumonia, como Streptococcus pneumoniae.
Tratamento da Infecção por Metapneumovírus
Cuidados de Suporte Geral
O manejo do Metapneumovírus Humano (HMPV) é essencialmente baseado em cuidados de suporte, uma vez que ainda não há antivirais específicos ou vacinas disponíveis. A maioria dos casos leves pode ser tratada em casa com controle da febre, usando medicamentos como paracetamol ou ibuprofeno, e manutenção da hidratação adequada por via oral. Esses cuidados são suficientes para pacientes saudáveis e com sintomas moderados.
Oxigenoterapia e Suporte Respiratório
Em casos graves, particularmente em pacientes com hipoxemia (saturação de oxigênio abaixo de 90%), a oxigenoterapia é uma intervenção essencial. O uso de cânulas nasais, máscaras faciais ou dispositivos de alto fluxo pode ser necessário, dependendo do nível de comprometimento respiratório. Pacientes com insuficiência respiratória grave podem precisar de ventilação mecânica, invasiva ou não invasiva, especialmente aqueles com doenças pulmonares preexistentes ou imunossupressão.
Evolução Clínica
Em pacientes saudáveis, os sintomas geralmente são autolimitados, com resolução em cerca de 1 a 2 semanas. No entanto, complicações são mais frequentes em lactentes, idosos e indivíduos com doenças crônicas ou imunidade comprometida. Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária para manejo de insuficiência respiratória e desidratação.
Complicações
O Metapneumovírus Humano (HMPV) pode levar a complicações graves, especialmente em grupos de risco, como lactentes, idosos e imunocomprometidos. Entre as complicações mais frequentes estão a bronquiolite, pneumonia e insuficiência respiratória, que podem necessitar de hospitalização e suporte ventilatório. Coinfecções bacterianas secundárias, como otite média ou pneumonia bacteriana, também são possíveis e podem agravar o quadro clínico.
Prevenção
A prevenção da disseminação do HMPV é uma parte importante do manejo, especialmente em ambientes hospitalares. Medidas como precauções por gotículas, uso de máscaras e isolamento de pacientes internados são recomendadas para minimizar o risco de contágio. Além disso, práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente, são fundamentais tanto para profissionais de saúde quanto para familiares.
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Referências Bibliográficas
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