Resumo de miocardite: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de miocardite: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais!

Quer conhecer mais sobre a miocardite, como suas causas, quadro clínico e diagnóstico? Veja esse artigo que o Estratégia MED preparou especialmente para você, futuro residente!

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Caso precise se atentar aos principais detalhes sobre a miocardite, sugerimos os seguintes tópicos:

  • Causas da miocardite
  • Quadro clínico 
  • Diagnóstico da miocardite

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Definição de miocardite

A miocardite é a inflamação do músculo do coração, caracterizada pela presença de infiltrado inflamatório no miocárdio, capaz de levar à necrose ou à degeneração dos cardiomiócitos, entretanto devem estar ausentes causas isquêmicas.

Epidemiologia e fisiopatologia da miocardite

A incidência da miocardite é de difícil avaliação, entretanto alguns estudos mostraram que 12% dos pacientes com menos de 40 anos que tiveram morte súbita tinham essa condição.

Diversas causas são associadas à miocardite e podem ser classificadas em infecciosas e não infecciosas. Entre as primeiras, podemos citar:

  1. Vírus: adenovírus, arboviroses, CMV, EBV, vírus da hepatite B e C, herpes simplex 1 e 2, HIV, influenza A e B, sarampo, raiva, entre outros;
  2. Bactérias: Brucella, Chlamydia, Haemophilus influenzae, Mycobacterium, Neisseria meningitidis, Streptococcus do grupo A, Leptospira, Treponema pallidum, entre outras;
  3. Helmintos: Ascaris lumbricoides, Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis, Taenia solium, entre outros; e
  4. Fungos: Actinomyces, Aspergillus, Candida, Histoplasma, entre outros;
  5. Protozoários: Entamoeba histolytica, Leishmania, Plasmodium falciparum, Trypanosoma cruzi, entre outros.

Já em relação às causas não infecciosas, podemos subdividir em:

  1. Drogas: anfetaminas, cocaína, catecolaminas, cloranfenicol, etanol, fenitoína, trastuzumabe, zidovudina, entre outras;
  2. Reação de hipersensibilidade: AINEs, benzodiazepínicos, clozapina, dobutamina, diuréticos de alça e tiazídicos, cefalosporinas, macrolídeos, tetraciclinas, penicilinas, entre outras etiologias;
  3. Ambientais: arsênico, chumbo, cobre, ferro e monóxido de carbono;
  4. Doenças autoimunes; dermatomiosite, doenças inflamatórias intestinais, artrite reumatoide, doença de Sjogren, lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia, entre outras;
  5. Doenças sistêmicas: síndrome de Churg-Strauss, síndrome hipereosinofílica, doença de Kawasaki, sarcoidose, entre outras; e
  6. Outras causas: hipotermia, rejeição ao transplante e radiação ionizante. 

A fisiopatologia da miocardite não é conhecida completamente, entretanto na miocardite viral, considerada a principal etiologia, é possível verificar 3 fases – aguda, subaguda e crônica – entretanto, nem todos os pacientes chegam à última fase.

A primeira está relacionada à infecção inicial, que pode se curar sem qualquer sequela ou levar à insuficiência cardíaca e morte, ou progredir para as fases seguintes. 

Nessas etapas subsequentes, que ocorrem em uma minoria dos pacientes, o vírus não é eliminado, o que leva a lesões miocárdicas persistentes e inflamação secundária à resposta imune. Na evolução, é possível o advento de miocardite dilatada.  

Manifestações clínicas 

As manifestações da miocardite são amplas, podendo ser assintomáticas até apresentar sinais compatíveis com infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca descompensada e choque cardiogênico

Além disso, é possível que haja dor torácica e arritmias atriais ou ventriculares. Em uma minoria dos casos, observa-se a existência de infecção respiratória e gastrointestinal compatível com etiologia viral.

Diagnóstico da miocardite

Como marcadores inespecíficos de atividade inflamatória, alguns exames como proteína C-reativa e velocidade de hemossedimentação podem estar aumentados. A troponina também pode ser dosada, com o objetivo de observar se há necrose miocárdica. 

Existem alguns achados que podem estar presentes no eletrocardiograma, como alterações do segmento ST – ondas Q, supra ou infradesnivelamento do segmento ST e inversão de onda T -; arritmias atriais e ventriculares e bloqueios atrioventriculares podem sugerir miocardite, se houver quadro clínico compatível.

A ressonância magnética do coração tem sido cada vez mais utilizada para o diagnóstico de miocardite, sendo que os principais sinais são edema nas imagens ponderadas em T2, hipersinal no realce global precoce e áreas de fibrose e/ou necrose no realce tardio

Entretanto, o padrão ouro para diagnóstico da miocardite é a biópsia de endomiocárdio, que deve ser indicada na investigação de insuficiência de início recente, na presença de bloqueios e arritmias ventriculares, sem melhora com tratamento convencional. 

Tratamento da miocardite

Atualmente, o tratamento específico para essa doença se restringe à imunossupressão nas miocardites eosinofílica, de células gigantes e associadas a doenças autoimunes, classificação essa que será dada pela biópsia.

Nos demais casos, deve ser dado suporte clínico, especialmente com o tratamento clássico da insuficiência cardíaca.

Se houver choque cardiogênico, é preciso que haja uso de inotrópicos, vasodilatadores e dispositivos de assistência circulatória, até a melhora dessa condição.

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Referências bibliográficas:

  • Tratado de Cardiologia SOCESP/editores Carlos Costa Magalhães … (et al.].- 3. ed. – Barueri, SP: Manole, 2015.
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