Resumo de Mitomania: conceito, sintomas, tratamento e mais!
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Resumo de Mitomania: conceito, sintomas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A mitomania, também conhecida como mentira patológica, é uma condição complexa que envolve a criação compulsiva de narrativas falsas, sem uma motivação clara e consciente. Indivíduos com essa característica tendem a elaborar histórias detalhadas e convincentes, misturando fatos com invenções. Embora muitas vezes acreditem em suas próprias mentiras, eles conseguem reconhecer a falsidade quando confrontados com a verdade. Este texto explora os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos da mitomania, fornecendo uma visão abrangente sobre como esse comportamento afeta a vida do indivíduo e suas relações.

O comportamento compulsivo de mentir, mesmo sem ganhos aparentes, muitas vezes está enraizado em desejos inconscientes de autoafirmação e aceitação.

Conceito de Mitomania

A mitomania, também conhecida como pseudologia fantástica ou mentira patológica, é uma condição psiquiátrica caracterizada pela compulsão de mentir de forma persistente e exagerada. Diferentemente de mentiras comuns, onde há consciência da falsidade e um objetivo claro, o mitômano frequentemente acredita em suas próprias narrativas fabricadas. Essas histórias podem envolver exageros sobre aspectos pessoais, como conquistas ou relações, sendo contadas de forma convincente, misturando elementos da realidade com ficções elaboradas.

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Epidemiologia da Mitomania

A mitomania é uma condição de difícil rastreamento em termos epidemiológicos devido à sua complexidade e ao diagnóstico raro. Geralmente, o início dos sintomas ocorre na adolescência, por volta dos 16 anos, embora a maioria dos casos só seja relatada quando a pessoa atinge cerca de 22 anos. Essa fase de transição para a vida adulta, marcada por descobertas pessoais e maior autonomia, pode estar associada ao surgimento do comportamento mentiroso compulsivo.

Quanto à prevalência entre os gêneros, os estudos são divergentes. Enquanto alguns apontam uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres, outros sugerem que os homens podem ser mais afetados, o que pode ser influenciado por fatores culturais e sociais, como normas sobre honestidade.

Além disso, muitos indivíduos com mitomania apresentam outros transtornos psiquiátricos, o que dificulta avaliar a verdadeira extensão da condição. Por evitarem buscar ajuda ou admitir suas mentiras, é ainda mais desafiador estabelecer uma prevalência exata.

Fisiopatologia da Mitomania

A fisiopatologia da mitomania ainda é pouco clara, mas há indicações de que o problema envolva alterações em regiões cerebrais que controlam impulsos, emoções e tomadas de decisão, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico. Essas disfunções podem dificultar para o indivíduo controlar o comportamento de mentir repetidamente.

Embora as mentiras pareçam não ter um motivo óbvio, elas atendem geralmente a desejos inconscientes, como a necessidade de aumentar a autoestima, ter controle ou evitar lidar com realidades difíceis. As histórias criadas por pessoas com mitomania misturam fatos com fantasia, e elas podem acabar acreditando nessas versões alteradas da realidade.

A baixa autoestima é frequentemente mencionada como um dos fatores que levam ao desenvolvimento da mitomania, pois os indivíduos criam mentiras como uma forma de se sentirem melhor consigo mesmos ou para obter aceitação. Com o tempo, essas mentiras podem se tornar cada vez mais frequentes, formando um ciclo onde a pessoa reforça suas histórias fictícias.

Além disso, algumas pesquisas sugerem que pode haver uma ligação entre a mitomania e certas condições neurológicas, como lesões cerebrais, infecções ou distúrbios como a epilepsia. Outro ponto observado é que muitas dessas pessoas têm uma habilidade verbal acima da média, o que pode facilitar a construção de histórias envolventes e convincentes.

Quadro Clínico da Mitomania

O quadro clínico da mitomania é marcado pela criação de narrativas elaboradas e fantasiosas que o indivíduo muitas vezes considera como verdadeiras. Essas histórias podem abranger diferentes aspectos da vida da pessoa, como realizações profissionais, relacionamentos ou experiências pessoais. Embora as mentiras possam parecer muito detalhadas e plausíveis, elas tendem a ser inconsistentes ao longo do tempo, e a pessoa pode mudar de versão conforme necessário para manter a credibilidade.

Geralmente, os mitômanos não apresentam um propósito claro para suas mentiras, como obter vantagens materiais. As motivações são mais psicológicas, relacionadas à busca por reconhecimento, aceitação ou controle sobre determinadas situações. Diferente de outras condições psiquiátricas, como os delírios, os indivíduos com mitomania podem reconhecer, ao serem confrontados com a verdade, que suas narrativas são falsas, mas tendem a retornar ao comportamento mentiroso.

No dia a dia, o mitômano pode apresentar sinais de baixa autoestima, ser excessivamente dramático ou buscar constantemente atenção. Eles também podem ter dificuldade em manter relações estáveis, pois o hábito de mentir mina a confiança e a comunicação com os outros.

Diagnóstico da Mitomania

O diagnóstico da mitomania é complexo e envolve uma avaliação abrangente do comportamento e da história do paciente. Como não há critérios diagnósticos específicos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a mitomania é geralmente vista como uma característica de outros transtornos, como os de personalidade do grupo B (narcisista, antissocial, histriônico) ou o transtorno factício.

O processo de diagnóstico requer uma investigação detalhada das mentiras repetidas, sua frequência, conteúdo e a possível ausência de motivações externas claras. Isso envolve observar se as histórias são exageradas ou fabulosas e se o indivíduo acredita parcialmente nelas. Além disso, é necessário distinguir a mitomania de outras condições psiquiátricas, como delírios e transtornos factícios, onde o paciente pode mentir para obter ganhos evidentes, como atenção médica.

As avaliações psicológicas e cognitivas são essenciais para identificar traços de personalidade subjacentes e outras condições psiquiátricas. Entrevistas estruturadas com o paciente e, sempre que possível, com familiares e pessoas próximas ajudam a fornecer uma visão mais clara sobre a persistência e o impacto das mentiras no cotidiano. A colaboração de familiares é importante para verificar a consistência das histórias e entender o contexto de vida do paciente.

Tratamento da Mitomania

O tratamento da mitomania é desafiador, uma vez que a pessoa raramente busca ajuda espontaneamente, e o comportamento de mentir pode criar barreiras na relação terapêutica. A abordagem costuma ser multidisciplinar, envolvendo psicoterapia e, em alguns casos, medicação para tratar condições associadas, como ansiedade ou depressão.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das principais ferramentas usadas para tratar a mitomania. Ela foca em auxiliar o paciente a reconhecer seus padrões de pensamento e comportamento, promovendo mudanças na forma como ele lida com as situações que o levam a mentir. A TCC visa desenvolver habilidades para lidar com a autoestima e o controle de impulsos, além de trabalhar a construção de relacionamentos mais saudáveis baseados na verdade.

Em termos de medicação, antidepressivos como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) ou os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) podem ser indicados para tratar sintomas de depressão e ansiedade que comumente coexistem com a mitomania. No entanto, não existem medicamentos específicos para o tratamento do comportamento mentiroso compulsivo.

O apoio familiar também é um componente importante no tratamento. Orientar os familiares a entender a condição e a lidar com o comportamento mentiroso pode contribuir para uma melhora na dinâmica familiar e no suporte ao paciente.

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Referências Bibliográficas 

  1. KAINTH, Tejasvi; GUNTURU, Sasidhar. Pseudologia Fantastica. In: STATPEARLS [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK606104/. Acesso em: 20 out. 2024.
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