Resumo de Onfalocele: conceito, diagnóstico e mais!

Resumo de Onfalocele: conceito, diagnóstico e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! O resumo de hoje é sobre a onfalocele, uma condição médica rara que ocorre durante o desenvolvimento fetal, envolvendo uma abertura na parede abdominal que permite que os órgãos internos, como o intestino, se projetem para fora do abdômen e fiquem contidos em uma bolsa.

Vem com o Estratégia MED entender o processo de formação da onfalocele e como diagnosticar. Ao final, separei uma questão de prova para respondermos juntos sobre o tema! 

“Você não pode colocar um limite em algo, quanto mais você sonha mais longe você irá.”

Michael Phelps

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O que é a Onfalocele

A onfalocele é uma malformação congênita e rara da parede abdominal onde há um defeito na linha média na altura do anel umbilical que permite a evisceração do conteúdo intra-abdominal como intestino delgado, intestino grosso, estômago e até mesmo o fígado. 

O defeito está coberto por um saco membranoso de três camadas composto por âmnio, geleia de Wharton e peritônio. O cordão umbilical se insere no ápice do saco contendo uma hérnia abdominal.

Defeito da parede abdominal mediana na base do cordão umbilical, com o cordão inserindo em seu ápice e recoberto por âmnio e peritônio e contendo conteúdo abdominal. UpToDate

Epidemiologia da Onfalocele 

A Onfalocele possui uma prevalência mundial de aproximadamente 2,6 casos por 10.000 nascidos vivos. Alguns fatores de risco encontrados incluem:

  • Gestantes nos extremos da idade reprodutiva (<20 ou >40 anos);
  • Trissomia do cromossomo 13, 18 e 21 (em 25%-50% dos casos)
  • Síndrome de Beckwith-Wiedemann;
  • Obesidade materna;
  • Recém-nascidos do sexo masculino; e
  • Multiparidade. 

Fisiopatologia da Onfalocele

A fisiopatologia da onfalocele está relacionada a uma falha no fechamento adequado da parede abdominal durante o desenvolvimento fetal. Durante a sexta semana de desenvolvimento, o crescimento rápido do fígado e intestinos causa herniação desses órgãos para a cavidade amniótica. Na 10ª semana, a cavidade abdominal é suficientemente grande para acomodar o retorno do fígado e intestinos. 

Na onfalocele, os órgãos abdominais não retornam à cavidade abdominal, em vez disso, eles permanecem na cavidade amniótica delimitado pelo anel umbilical. Outra causa inclui a falha no fechamento das pregas laterais esquerda e direita, criando um grande defeito na parede abdominal através do qual o conteúdo da cavidade abdominal (incluindo o fígado) pode herniar.

Onfalocele cujo conteúdo era fígado e vesícula biliar. Medscape

Diagnóstico da Onfalocele

O diagnóstico da onfalocele é feito durante a gravidez por meio da ultrassonografia obstétrica, onde os achados incluem: 

  • Defeito da parede abdominal da linha média de tamanho variável na área do umbigo coberto por um saco membranoso;
  • Observamos conteúdo abdominal como intestino, fígado e, ocasionalmente, estômago ou bexiga; 
  • O cordão se insere no ápice do saco; e
  • A ascite pode ser observada no saco ou no abdômen.

O diagnóstico pré-natal da onfalocele não hepática pode ser feito de forma confiável após 12 semanas, enquanto a onfalocele hepática pode ser feito a partir de 9 a 10 semanas. 

USG de 28 semanas com onfalocele contendo líquido e fígado fetal. UpToDate

Tratamento da Onfalocele

O tratamento da onfalocele geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e podemos dividir entre os cuidados durante a gestação e os cuidados com o recém-nascido

  1. Cuidados durante a gestação
  • Acompanhamento fetal: caso o crescimento seja adequado e o volume de líquido amniótico normal, realizamos o acompanhamento fetal com exames de ultrassonografia a cada três a quatro semanas para avaliar o crescimento fetal.
  • Momento do parto: o ideal é que o parto ocorra em um centro terciário com o nível adequado de atendimento médico e cirúrgico neonatal e, caso não haja indicações para o parto precoce, o manejo será expectante, tendo como via preferencial o parto vaginal
  1. Cuidados com o recém-nascido
  • Preservar a membrana amniótica: a primeira medida após o parto será preservar a membrana amniótica com gaze estéril, umedecida em solução salina. Além disso, outras medidas incluem cobrir o curativo com filme plástico transparente, inserir uma sonda gástrica para descomprimir o estômago, estabilizar a via aérea para garantir ventilação adequada e estabelecer acesso intravenoso periférico.
  • Abordagem cirúrgica: a prioridade é a preservação do fluxo sanguíneo intestinal. Nos defeitos pequenos e médios, realizamos o fechamento primário da fáscia e da pele. Em casos onde não é possível o fechamento primário, podemos utilizar enxertos protéticos, fechamentos com retalhos de pele ou colocação de um silo para redução sequencial e fechamento estagiado.
Reparo completo da Onfalocele. Medscape 

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão feita pelo Hospital do Câncer de Barretos em 2020 sobre onfalocele (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

(Hospital do Câncer de Barretos– 2020) É um defeito congênito central da parede abdominal. O defeito fascial é geralmente maior do que 4 cm de diâmetro, com um saco membranoso intacto, composto por uma camada exterior de âmnio e uma camada interior de peritônio:

A) Gastrosquise. 

B) Hérnia inguinal.

C) Pentalogia de Cantrell. 

D) Onfalocele.

Comentário da Equipe EMED: Essa é exatamente a principal diferença entre essas duas malformações (Onfalocele e Gastrosquise) e a mais cobrada pelas bancas! É na ONFALOCELE que as vísceras herniadas apresentam-se envoltas por membrana transparente. Portanto, alternativa D.

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Veja também: 

Referências Bibliográficas 

  1. Stephenson, C., & Lockwood, C. Omphalocele: Prenatal diagnosis and pregnancy management. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate 
  2. Glasser, J. Pediatric Omphalocele and Gastroschisis (Abdominal Wall Defects) Treatment & Management. Medscape, 2019. Disponível em: Medscape 
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