Fala, estrategistas! As lesões cutâneas são um desafio para todo médico na atenção básica. A pitiríase rósea é uma condição dermatológica incomum, mas que deve fazer parte do seu arcabouço de diagnósticos diferenciais dentro da dermatologia.
Por este motivo, confira os principais aspectos referentes à esta dermatose que podem aparecer em seus atendimentos e serem cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à pitiríase rósea.
- Os vírus mais comumente associados à pitiríase rósea são os herpesvírus humanos 6 e -7 (HHV-6 e -7);
- A doença cutânea se caracteriza por uma placa arauto ou placa mãe seguida por placas ovais escamosas no tronco e nas extremidades proximais ao longo das linhas de clivagem de Langer;
- O diagnóstico de pitiríase rósea é baseado nos achados do exame físico e clínico;
- A pitiríase rósea é uma doença exantemática com curso autolimitado, sendo recomendando apenas sintomáticos para prurido, com emolientes, anti-histamínicos orais ou corticosteroides tópicos;
- Em casos mais graves, a radiação ultravioleta (UV), macrolídeos e aciclovir demonstraram benefício no prurido e duração dos sintomas em pequenos estudos.
Definição da doença
A pitiríase rósea é uma dermatose aguda e autolimitada, que se apresenta como pápulas e placas escamosas discretas ao longo das linhas de Langer (linhas de clivagem) sobre o tronco e os membros.
Epidemiologia e fisiopatologia da pitiríase rósea
A incidência aproximada de pitiríase rósea é de 0,5% a 2% ou 170 casos por 100.000 na população geral. Afeta pessoas de ambos os sexos e a faixa etária mais acometida está entre 10 a 35 anos de idade, podendo também afetar adultos mais velhos e crianças mais novas.
A causa exata da pitiríase rósea não é conhecida, mas a hipótese infecciosa, possivelmente viral, é considerada por muitos autores a mais plausível, principalmente devido à variação sazonal e agrupamento em comunidades da doença.
#Ponto importante: os vírus mais comumente associados à pitiríase rósea são os herpesvírus humanos 6 e -7 (HHV-6 e -7).
Em relação a fisiopatologia, a pouca abundância de células da resposta imune inata imediata sugere uma imunidade predominantemente mediada por células T. Quantidades aumentadas de células T CD4 e células de Langerhans estão presentes na derme, possivelmente refletindo o processamento e apresentação do antígeno viral. Queratinócitos anti-imunoglobulina M (IgM) foram encontrados em pacientes com pitiríase rósea. Isso pode estar associado à fase exantemática da infecção viral.
Manifestações clínicas da pitiríase rósea
Em até 70% das vezes, as lesões cutâneas na pitiríase rósea são precedidas por sintomas prodrômicos, como mal-estar geral, fadiga, náusea, dores de cabeça, dor nas articulações, linfonodos aumentados, febre e dor de garganta, e podem estar presentes antes e durante o curso da erupção cutânea.
A doença cutânea se caracteriza por uma placa arauto seguida por placas ovais escamosas no tronco e nas extremidades proximais ao longo das linhas de clivagem de Langer. As lesões geralmente possuem base eritematosa, são descamativas e apresentam um centro depressivo mais claro.
As lesões podem medir 3 cm ou mais de diâmetro e pode ser a única manifestação cutânea por aproximadamente duas semanas. Entretanto, existem casos mais crônicos de até seis meses de evolução, e casos recorrentes que cursam com episódios de recorrência com até cinco anos de duração.
#Ponto importante: Prurido moderado a intenso ocorre em 50% dos pacientes, sendo o principal sintoma a ser controlado.
Diagnóstico da pitiríase rósea
O diagnóstico de pitiríase rósea é baseado nos achados do exame físico e clínico. Ocasionalmente, pode-se realizar uma raspagem de pele ou fazer uma biópsia de pele se for menos certo. O aspecto histopatológico da pitiríase rósea é inespecífica e mostra um quadro de dermatite inflamatória aguda ou subaguda, paraqueratose focal em montículos, hiperplasia e espongiose focal na epiderme.
O diagnóstico diferencial mais comum são as dermatofitoses e outras micoses, diagnosticadas através de microscopia direta quando disponível. Além disso, em dúvida diagnóstica, a solicitação de reações sorológicas não treponêmicas, como VDRL, pode fazer parte da investigação de diagnóstico diferencial com a sífilis secundária.
Tratamento da pitiríase rósea
A pitiríase rósea é uma doença exantemática com curso autolimitado, permitindo uma espera vigilante e tratamento sintomático do prurido na maioria dos pacientes, com emolientes, anti-histamínicos orais ou corticosteroides tópicos.
Algumas terapias, como macrólidos e o aciclovir, têm sido associados a resolução mais rápida das lesões e ajudam a aliviar o prurido. No entanto, tem que se pesar os riscos de efeitos colaterais ao se prescrever essas medicações, geralmente reservadas para quadros mais extensos. Em casos mais graves, também têm sido utilizados radiação ultravioleta (UV), como benefício demonstrado em alguns estudos quando administrada na primeira semana da erupção.
Nos casos generalizados, o uso de corticoide sistêmico pode ser indicado, preferencialmente a prednisona. Alguns especialistas, no entanto, alegam que os corticoides em doses elevadas podem exacerbar e prolongar o tempo de evolução da doença.
Veja também:
- Resumo de Prurido: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de pitiríase versicolor: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de neurofibromatose tipo 1: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de roséola infantil: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo da alopecia androgenética: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de Tinea cruris: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de doenças exantemáticas na infância: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo sobre epidermólise bolhosa: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de dermatofitose (Tinea): diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- Litchman G, Nair PA, Le JK. Pityriasis Rosea. [Updated 2022 Jul 18]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK448091/
- Miranda SMB, Delmaestro D, Miranda PB, Filgueira AL, Pontes LFS. Pitiríase rósea. An Bras Dermatol. 2008;83(5):461-9.
- Villalon-Gomez JM. Pityriasis Rosea: Diagnosis and Treatment. Am Fam Physician. 2018 Jan 1;97(1):38-44. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29365241/
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