Resumo de Prurido: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de Prurido: diagnóstico, tratamento e mais!

O prurido é o sintoma cutâneo mais comum, sendo motivo recorrente de busca por atendimentos médicos. Por este motivo, confira agora o que você precisa estar atento na hora de atender pacientes com este sintoma!

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao prurido.

  • Além da histamina, outros mediadores têm papel na patogênese do prurido, incluindo interleucinas, peptídeos opióides e  5-hidroxitriptamina (5-HT). 
  • A coceira foi classificada de acordo com as causas em 4 categorias: cutânea, neuropática, neurogênica e psicogênica.
  • Primeiramente devemos observar se há alguma doença cutânea primária, baseada na história e inspeção das lesões. 
  • A possibilidade de um distúrbio sistêmico deve ser considerada em pacientes com prurido generalizado e sem evidência de lesões cutâneas primárias. 
  • Como tratamento, os anti-histamínicos sempre devem ser tentados. Outras terapias incluem anticonvulsivantes, antidepressivos e fototerapia. 

Definição da doença

O prurido ou coceira é caracterizado por uma sensação desagradavel na pele que leva ao ato de coçar, o que afeta negativamente os aspectos psicológicos e físicos da vida. É classificado em agudo, quando o prurido dura menos de seis semanas, e crônico acima desta duração. 

Epidemiologia e fisiopatologia do prurido

O prurido é um sintoma comum que é experimentado por todos os seres humanos em algum momento durante o curso da vida. O prurido é ainda mais comum em adultos mais velhos. 

Patogênese

Por mais que o prurido seja classicamente ligado a mediação pela histamina, a patogênese exata do prurido permanece desconhecida. Relatórios recentes mostram que outros mediadores podem estar envolvidos, como 5-hidroxitriptamina (5-HT), interleucinas, citocinas inflamatórias, proteases e peptídeos opióides, desempenham papel crucial no mecanismo de coceira. 

A histamina é armazenada em mastócitos e queratinócitos e liberada após essas células serem estimuladas por células inflamatórias, prostaglandinas, citocinas e interleucinas em resposta a processo agressor alergênico, irritativo ou infecciosa da pele. 

A serotonina (5-HT) é outro composto de amina armazenado nas plaquetas humanas. É liberado quando as plaquetas se agregam. Esta substância pode regular a coceira agindo nos receptores 5-HT3. A acetilcolina, um neurotransmissor, estimula as fibras C sensíveis e insensíveis à histamina. As prostaglandinas, metabólitos do ácido araquidônico, não são pruriginosas, mas potencializam o prurido causado pela histamina e outros mediadores.

Além disso, as vias de sinalização têm efeitos importantes sobre este sintoma. É aceito que a transmissão de sinais ao longo das fibras nervosas C periféricas não mielinizadas, sensíveis à histamina e não sensíveis à histamina, distintas das fibras nervosas C que transmitem dor, seja um dia mecanismos no desenvolvimento do prurido. 

#Ponto importante: O prurido causado por estase biliar tem em sua fisiopatologia um fator neurogênico, visto que pacientes com prurido colestático têm níveis plasmáticos elevados de opioides, que atuam no receptor µ -opioide . Além disso, a enzima autotaxina e seu substrato, o ácido lisofosfatídico, foram propostos como potenciais mediadores na coceira colestática.

Etiologia

A coceira foi classificada de acordo com as causas em 4 categorias: cutânea, neuropática, neurogênica e psicogênica. 

A coceira cutânea se origina na pele, que é causada por inflamação, ressecamento ou danos direto à pele. Algumas doenças típicas, como urticária, sarna, dermatite inflamatória pertencem a essa categoria. 

O prurido neuropático está associado a alterações patológicas na via aferente das fibras nervosas sensitivas, sendo um sintoma comum neuralgia da pós-herpética por exemplo.

O prurido neurogênico é derivado do sistema nervoso central, no qual a coceira é produzida pela indução e transmissão de mediadores e receptores sem danos aos nervos. Acredita-se que esse é um fator do prurido colestático mediado pelos receptores opióides.

O prurido psicogênico é um distúrbio somático, acreditando-se que seja causado por fatores psicológicos e anormalidades psiquiátricas. A fobia parasitária é um distúrbio comum caracterizado por prurido psicogênico. 

Avaliação do prurido

Primeiramente devemos observar se há alguma doença cutânea primária, baseada na história e inspeção das lesões, como urticária ou presença de alergia por picada de insetos, causas comuns. Se forem identificadas lesões cutâneas primárias, mas o diagnóstico permanecer incerto, uma biópsia de pele pode ser usada para auxiliar no diagnóstico.

A possibilidade de um distúrbio sistêmico deve ser considerada em pacientes com prurido generalizado e sem evidência de lesões cutâneas primárias. Nesses pacientes,a avaliação inicial geralmente envolve exames laboratoriais simples, como hemograma completo com diferencial para avaliar a evidência de doença mieloproliferativa ou deficiência de ferro, bilirrubina sérica, transaminases, GGT e fosfatase alcalina para avaliar a evidência de doença hepática colestática, função renal para avaliar uremia e hormônios tireoidianos para avaliar a evidência de um distúrbio da tireoide. 

Esses exames geralmente são suficientes para realizar a maioria dos diagnósticos diferenciais de prurido ou pelo menos guiar a realização de outros exames. 

Tratamento do prurido

O tratamento geral do prurido inclui medidas gerais, como manter a pele hidratada aplicando emolientes e loções refrescantes. 

Como a histamina é o mediador implicado na fisiopatologia do prurido, os anti-histamínicos sempre devem ser tentados. No entanto, é importante saber que os anti-histamínicos podem agir apenas em alguns pacientes apenas por sedação, sendo os de primeira geração mais eficazes nesse sentido, como a dexclorfeniramina e prometazina. Os efeitos sedativos dos anti-histamínicos de primeira geração são benéficos para pacientes com dificuldade para dormir devido ao prurido.

Outras intervenções podem ser úteis para prurido que não pode ser controlado com terapias iniciais comuns, como uso de anticonvulsivantes, gabapentina e pregabalina, além de antidepressivos, como a mirtazapina. 

A fototerapia é uma abordagem alternativa que pode ser benéfica para alguns pacientes. Ultravioleta B (UVB) tem a capacidade de aliviar o prurido através da redução do número de fibras nervosas ativadas pelo CGRP no sistema nervoso periférico. Além disso, o UVB é extremamente eficaz no controle da coceira causada por doenças inflamatórias da pele, uremia, colestase primária, globulismo, linfoma de Hodgkin e outras doenças sistêmicas.

Antagonistas dos receptores opióides, agonistas dos receptores opióides e outros agentes sistêmicos são normalmente reservados para prurido grave ou refratário.

Veja também:

Referências bibliográficas:

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