A pitiríase versicolor, popularmente conhecida como “pano branco”, é uma das infecções mais comuns da pele, associada a locais quentes e tropicais. Confira agora os principais aspectos referentes à esta dermatose, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à pitiríase versicolor.
- É causada pelo fungo Malassezia spp. quando se converte de células de levedura para forma filamentosa/micelial patogênica.
- As lesões típicas da pitiríase versicolor são manchas ou placas múltiplas, bem demarcadas, hipocrômicas, hiperpigmentadas ou eritematosas, com escamas finas.
- O diagnóstico é clínico na maioria das vezes, mas raspagem da lesão e realização de microscopia direta a partir de preparação com hidróxido de potássio (KOH) pode auxiliar no diagnóstico.
- Os antifúngicos tópicos são considerados a terapia de primeira linha para a pitiríase versicolor.
Definição da doença
É caracterizada por uma infecção fúngica, benigna e superficial da pele, causada pelo fungo Malassezia spp e mais frequente nas regiões quentes e úmidas.
Epidemiologia e fisiopatologia de pitiríase versicolor
Apresenta prevalência variada de acordo com as condições climáticas de cada país, sendo mais comum em condições quentes e úmidas, alcançando prevalência é tão alta quanto 50% em países tropicais. Enquanto isso, países frios, como na Escandinávia, a prevalência foi estimada em aproximadamente 1%. Apresenta incidência indiferente entre os sexos ou etnias, mas ocorre com mais frequência em adolescentes e adultos jovens, provavelmente devido ao aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas, que permitem um ambiente mais rico em lipídios no qual a Malassezia pode crescer.
A pitiríase versicolor é causada pelo fungo dimórfico Malassezia spp., um componente comensal da flora normal da pele. As principais espécies isoladas na pitiríase versicolor são Malassezia furfur, Malassezia globosa, Malassezia sympodialis. Ela se apresenta mais comumente como comensal em áreas oleosas, como rosto, couro cabeludo e costas.
Ela causa a doença quando se converte de células de levedura para forma filamentosa/micelial patogênica. As características do hospedeiro para o desenvolvimento de forma patogênica são ainda pouco esclarecidas, mas parece incluir uma predisposição genética, condições ambientais como calor e umidade, imunodeficiência, gravidez e pele oleosa.
Manifestações clínicas de pitiríase versicolor
As lesões típicas da pitiríase versicolor são manchas ou placas múltiplas, bem demarcadas, hipocrômicas, hiperpigmentadas ou eritematosas, com escamas finas. A descamação fica mais evidente ao se raspar ou passar a unha na lesão (sinal da unha) ou realizar estiramento da pele lesional (sinal de Zileri).
Os principais locais de acometimento são pescoço, tórax e raízes dos membros superiores. Em indivíduos de pele clara, a tinea versicolor pode ser hiperpigmentada, com cor marrom clara. A tinea versicolor hiperpigmentada pode se apresentar como máculas e manchas marrom-escuras a preto-acinzentadas em pessoas com pele escura.
Embora a maioria dos pacientes seja assintomática, alguns se queixam de prurido leve e muitos se preocupam com a estética. Embora a remissão espontânea tenha sido relatada, o distúrbio pode ser persistente se não for tratado.
#Ponto importante: a pitiríase versicolor não causa cicatrizes permanentes nem distúrbios pigmentares.
Diagnóstico de pitiríase versicolor
Na maioria dos locais o diagnóstico é realizado a partir da história clínica e exame físico. No entanto, as características clínicas variáveis da tinea versicolor e a existência de outras doenças de pele com achados semelhantes tornam preferível confirmar o diagnóstico a partir da raspagem da lesão e realização de microscopia direta a partir de preparação com hidróxido de potássio (KOH). Tanto as hifas quanto as células de levedura são evidentes em um padrão frequentemente descrito como “espaguete com almôndegas”.
Outro teste disponível para diagnóstico é o exame com lâmpada de Wood, uma luz negra ultravioleta que revelará em até dois terços dos casos uma fluorescência amarela a verde-amarelada da pitiríase versicolor.
Tratamento de pitiríase versicolor
Os antifúngicos tópicos são considerados a terapia de primeira linha para a pitiríase versicolor. Os tratamentos tópicos são divididos em agentes antifúngicos inespecíficos, como enxofre mais ácido salicílico, sulfeto de selênio 2,5% e piritionato de zinco que removem principalmente o tecido morto e previnem novas invasões, e drogas antifúngicas específicas, que incluem imidazólicos como clotrimazol, cetoconazol, econazol, isoconazol, miconazol, ciclopirox olamina, e alilamina, como a terbinafina.
#Ponto importante: o cetoconazol tópico é o antifúngico mais prescrito para este fim, mas sua formulação oral não é mais indicada para tratamento desta condição, devido a seus potenciais efeitos colaterais hepatotóxicos.
Os medicamentos orais são vistos como uma segunda linha de tratamento para pitiríase versicolor no caso de casos generalizados, graves ou recorrentes. As terapias sistêmicas incluem itraconazol e fluconazol que são preferidos ao cetoconazol oral. A terbinafina oral não é eficaz no tratamento da pitiríase versicolor.
Anormalidades nos testes de função hepática e interações medicamentosas podem ocorrer com antifúngicos azólicos sistêmicos.
Em casos de pitiríase versicolor recorrente, a terapia de manutenção pode ser necessária com antifúngicos tópicos, mas nesses casos os agentes sistêmicos são preferidos, pois consomem menos tempo e garantem melhor adesão.
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Referências bibliográficas:
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