Resumo de Pseudomonas Aeruginosa: ciclo biológico e mais!
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Resumo de Pseudomonas Aeruginosa: ciclo biológico e mais!

Olá, querido doutor e doutora! Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram-negativa amplamente disseminada no ambiente, reconhecida por sua capacidade de causar infecções tanto em indivíduos saudáveis quanto, principalmente, em pacientes com comprometimento imunológico. Este patógeno é especialmente relevante no ambiente hospitalar, onde está associado a infecções graves e de difícil tratamento devido à sua elevada resistência a antibióticos. Neste texto, discutiremos suas características, o quadro clínico que provoca, os métodos diagnósticos e as estratégias terapêuticas, visando um manejo mais eficaz das infecções associadas a esta bactéria.

O manejo eficaz das infecções por Pseudomonas aeruginosa depende da identificação precoce e da escolha adequada de antibióticos, considerando o alto potencial de resistência desse patógeno.

Conceito de Pseudomonas Aeruginosa

Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram-negativa, aeróbica e em forma de bastonete, encontrada amplamente em ambientes aquáticos e terrestres. É conhecida por sua capacidade de causar infecções em indivíduos tanto imunocompetentes quanto imunocomprometidos, sendo especialmente perigosa para pacientes com sistema imunológico enfraquecido. Devido à sua versatilidade, resistência a antibióticos e ampla gama de fatores de virulência, Pseudomonas aeruginosa é um agente patogênico significativo tanto em infecções adquiridas na comunidade quanto em infecções nosocomiais (hospitalares).

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Estrutura da Pseudomonas Aeruginosa 

A estrutura de Pseudomonas aeruginosa é típica de uma bactéria gram-negativa, com uma parede celular complexa composta por uma fina camada de peptidoglicano e uma membrana externa rica em lipopolissacarídeos. Essa membrana externa é uma das principais barreiras que contribuem para sua resistência aos antibióticos, limitando a entrada de muitos agentes antimicrobianos.

Além disso, a bactéria possui flagelos, que lhe conferem motilidade, permitindo que ela se desloque em busca de nutrientes e se estabeleça em diferentes ambientes. Também consegue formar estruturas conhecidas como biofilmes, aglomerados de células bacterianas envoltas em uma matriz extracelular protetora. Essa formação facilita a sobrevivência em superfícies diversas, como dispositivos médicos, e protege a bactéria de agentes externos, incluindo tratamentos com antibióticos.

Imagem microscópica da bactéria Gram-negativa Pseudomonas aeruginosa (bastonetes rosa-vermelho). CDC

Epidemiologia de Pseudomonas Aeruginosa

A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria amplamente disseminada, especialmente em locais com presença de água, como piscinas e banheiras aquecidas. Ela pode causar infecções na comunidade, mas é mais preocupante em hospitais, onde afeta principalmente pessoas com o sistema imunológico comprometido. Aqueles que sofrem de doenças crônicas como fibrose cística, câncer, ou diabete descontrolado, assim como pacientes internados em UTIs, têm maior risco de serem infectados por essa bactéria. Além disso, indivíduos que utilizam dispositivos médicos invasivos, como cateteres e tubos respiratórios, também estão vulneráveis. Isso ocorre porque a bactéria pode formar biofilmes que dificultam tanto a detecção quanto o tratamento eficaz.

Ciclo Biológico da Pseudomonas Aeruginosa

O ciclo biológico de Pseudomonas aeruginosa envolve sua capacidade de sobreviver e se multiplicar em uma ampla variedade de ambientes, tanto naturais quanto artificiais. Em sua forma livre, essa bactéria pode ser encontrada em solos, águas e superfícies contaminadas. No entanto, uma característica importante é sua habilidade de formar biofilmes em superfícies inertes e dispositivos médicos, o que a ajuda a resistir tanto a tratamentos antimicrobianos quanto à resposta imunológica do hospedeiro.

Quando infecta um organismo, Pseudomonas aeruginosa utiliza vários mecanismos de defesa, incluindo enzimas que inativam antibióticos, sistemas de expulsão de substâncias tóxicas e a formação de barreiras que dificultam a entrada de agentes antimicrobianos. Em infecções crônicas, como pacientes com fibrose cística, a bactéria se adapta ao ambiente pulmonar, tornando-se mais resistente e persistente. Essa capacidade adaptativa faz parte do ciclo biológico que facilita tanto a colonização quanto a infecção em diferentes condições​.

Quadro Clínico da Pseudomonas Aeruginosa

As infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa podem variar de leves a graves, dependendo do estado imunológico da pessoa afetada e do tipo de infecção. Em indivíduos saudáveis, ela pode ocasionar infecções mais brandas, como foliculite, que provoca erupções na pele após a exposição a água contaminada em piscinas ou banheiras de hidromassagem. Já em pacientes imunocomprometidos, como os que possuem fibrose cística, câncer ou queimaduras graves, as infecções são mais severas, podendo evoluir para pneumonia, septicemia ou até choque séptico.

Entre as principais doenças causadas por essa bactéria, destacam-se: 

  1. Pneumonia: frequentemente observada em pacientes internados, especialmente aqueles que necessitam de ventilação mecânica. Em pessoas com fibrose cística, a infecção pulmonar crônica por Pseudomonas aeruginosa é comum e associada a piora clínica. 
  1. Infecções urinárias: em indivíduos com cateteres urinários, a bactéria pode colonizar o trato urinário, causando infecções recorrentes. 
  1. Otite externa maligna: mais comum em diabéticos, essa infecção afeta o ouvido externo e pode progredir para o osso da base do crânio, causando dor intensa e drenagem. 
  1. Infecções em feridas: pacientes com feridas abertas ou queimaduras são suscetíveis a infecções que podem levar à formação de pus de coloração verde-azulada, uma característica clássica das infecções por Pseudomonas aeruginosa. 
  1. Osteomielite: a infecção pode ocorrer após feridas puntiformes, especialmente nos pés, e progredir para uma infecção óssea grave, se não for tratada adequadamente​

Diagnóstico da Pseudomonas Aeruginosa

As principais abordagens diagnósticas incluem: 

  1. Culturas microbiológicas: a coleta de amostras de sangue, urina, secreções respiratórias ou tecidos infectados é fundamental. Essas amostras são cultivadas em laboratório para identificar a presença da bactéria. No caso de infecções superficiais, como foliculite, lesões cutâneas podem ser coletadas para análise. 
  1. Testes de sensibilidade antimicrobiana: após o isolamento da bactéria, é crucial realizar testes para determinar a sensibilidade aos antibióticos, devido à alta taxa de resistência observada em Pseudomonas aeruginosa. Esse processo guia a escolha do tratamento mais adequado. 
  1. Exames de imagem: em alguns casos, como em infecções profundas ou complicadas, pode ser necessário realizar exames de imagem, como radiografias ou tomografias, para avaliar a extensão da infecção. Por exemplo, em osteomielite ou pneumonia, esses exames ajudam a identificar o grau de comprometimento dos ossos ou dos pulmões. 
  1. Exames específicos para biofilmes: em infecções relacionadas a dispositivos médicos, a formação de biofilmes pode dificultar a identificação da bactéria. Nesses casos, métodos especializados para detectar biofilmes podem ser utilizados, uma vez que esse mecanismo é uma das principais razões pela dificuldade no tratamento

Tratamento da Pseudomonas Aeruginosa

O tratamento das infecções causadas por Pseudomonas aeruginosa é desafiador devido à capacidade da bactéria de desenvolver resistência a vários antibióticos. Por isso, a abordagem terapêutica precisa ser guiada pelos resultados de testes de sensibilidade antimicrobiana. Aqui estão as principais estratégias de tratamento: 

O tratamento inicial geralmente inclui antibióticos de amplo espectro, como os carbapenêmicos (ex. meropenem), cefalosporinas (ex. ceftazidima, cefepime), fluoroquinolonas (ex. ciprofloxacino), e aminoglicosídeos (ex. tobramicina, gentamicina). Dependendo da gravidade da infecção e do risco de resistência, pode ser necessária a combinação de dois antibióticos para garantir cobertura eficaz. Após a identificação da bactéria e dos resultados dos testes de sensibilidade, o regime antibiótico pode ser ajustado para opções mais específicas. 

Em infecções graves, como aquelas associadas a choque séptico ou pneumonia em pacientes com ventilação mecânica, pode ser necessário o uso de terapia com dois ou mais antibióticos com ação sobre Pseudomonas aeruginosa para aumentar a eficácia do tratamento e diminuir as chances de desenvolvimento de resistência.

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Referências Bibliográficas 

  1. WILSON, Mina G.; PANDEY, Shivlal. Pseudomonas aeruginosa. In: STATPEARLS [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557831/. Acesso em: 23 out. 2024.
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