A Tinea corporis é um tipo de dermatofitose, lesões fúngicas tópicas extremamente comuns. Confira os principais aspectos referentes a esta dermatose que aparecem frequentemente nos atendimentos e podem ser cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à Tinea corporis:
- A Tinea corporis é uma dermatofitose classificada de acordo com a localização das lesões e pode envolver a epiderme do tronco, pescoço, braços e pernas.
- Os gêneros Trichophyton , Microsporum e Epidermophyton são os dermatófitos implicados nas formas nas dermatofitoses.
- A característica da lesão são placas que crescem de maneira centrípeta ao longo de semanas formando um clareamento central, enquanto uma borda ativa, avançada e elevada.
- O diagnóstico pode ser feito rapidamente com microscopia direta através de raspagem e reação com KOH.
- O tratamento preferível para lesões de pele são antifúngicos tópicos. O tratamento antifúngico sistêmico é o padrão de tratamento para crianças com acometimento de couro cabeludo, unhas e lesões de pele extensas e refratárias a tratamento tópico.
Definição
A Tinea corporis é uma micose superficial da pele causada por dermatófitos (dermatofitose). As infecções por dermatófitos são comuns em todo o mundo e são as causas predominantes de infecção fúngica de tecidos de estruturas queratinizadas como pele, cabelos e unhas.
Essas dermatofitoses são chamadas de Tinea corporis de acordo com a localização das lesões e envolvem a epiderme do tronco, pescoço, braços e pernas.
O diagnóstico pode ser feito rapidamente com microscopia direta, através de raspagem e reação com KOH.
O tratamento preferível para lesões de pele são antifúngicos tópicos. O tratamento antifúngico sistêmico é o padrão de tratamento para crianças com acometimento de couro cabeludo, unhas e lesões de pele extensas e refratárias a tratamento tópico.
Epidemiologia e fisiopatologia da Tinea corporis
A Tinea corporis está presente em todo o mundo e acredita-se que cerca de 10 a 15% da população humana possa ser infectada por dermatófitos, distúrbios infecciosos de pele mais comuns do mundo, no decorrer da vida. Calor excessivo, alta umidade relativa e roupas ajustadas têm correlação com doenças mais graves e frequentes.
Os dermatófitos são fungos filamentosos, hialinos, septados, algumas vezes artroconídios, queratinofílicos e capazes de causar patologias em estruturas queratinizadas como pele, pelos e unhas.
Os gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton são os dermatófitos implicados nas formas de micoses da pele. Estudos de incidência de dermatofitose nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil têm apontado T. rubrum, M.canis e T. interdigitale como as três espécies mais prevalentes de dermatófitos isolados.
A transmissão ocorre por contato direto ou indireto com materiais contaminados. A pele lesada facilita a infecção e a umidade é importante para a colonização. As lesões são formadas a partir de uma reação de hipersensibilidade ao agente ou as substâncias produzidas por ele, chamadas de dermatofitides. A imunidade celular é a maior responsável pela defesa do organismo.
Manifestações clínicas da Tinea corporis
A Tinea corporis geralmente começa como uma mancha ou placa eritematodescamativa pruriginosa, circular ou oval, que expande-se lentamente ao longo de semanas de forma centrífuga.
Uma característica da lesão é o clareamento central, enquanto uma borda ativa, avançada e elevada permanece. O resultado é uma placa em forma de anel e ocasionalmente aparecem pústulas.
Diagnóstico de Tinea corporis
Na maioria dos locais, o diagnóstico das micoses de pele são realizadas através do exame clínico. Quando disponível, pode ser confirmado através de microscopia direta a partir de raspagens da pele ou unhas das áreas afetadas.
O material é colocado em uma lâmina de microscópio com diluição em KOH de 10% a 20% e ligeiramente aquecido. No microscópio, os dermatófitos são reconhecidos como estruturas tubulares septadas, hifas e algumas artrosporadas.
Uma grande vantagem da preparação com KOH é a rápida disponibilidade dos resultados, pois o teste pode ser realizado pelo clínico avaliador. A cultura fúngica é um método alternativo, embora mais lento, para o diagnóstico.
Tratamento da Tinea corporis
Os antifúngicos utilizados no tratamento da Tinea corporis são similares aos das outras dermatofitoses e visam a inibição da síntese de ergosterol, um componente vital das membranas plasmáticas dos fungos. Para pacientes tinea cruris limitada, o tratamento inicial com um antifúngico tópico com atividade antidermatófita é preferível em vez de terapia antifúngica oral.
Os agentes tópicos mais usados são os azóis, como clotrimazol, miconazol, cetoconazol, e as alaninas, como naftalina e terbinafina. O tratamento geralmente é prescrito uma ou duas vezes por dia durante duas a quatro semanas.
#Ponto importante: Nistatina não tem ação antidermatófita e o cetoconazol oral não é mais recomendado devido ao risco de lesão hepática grave, insuficiência adrenal e interações medicamentosas.
O tratamento antifúngico sistêmico é utilizado em lesões de pele extensas ou difusas, refratárias a tratamento tópico ou em pacientes imunocomprometidos. O tratamento oral fica reservado para com agentes como terbinafina, itraconazol, fluconazol e griseofulvina.
A terbinafina oral e o itraconazol têm características favoráveis para o manejo de dermatófitos e são os mais frequentemente prescritos. Já o fluconazol demonstrou eficácia no tratamento da Tinea cruris, mas não é preferido devido à sua baixa adesão à queratina e duração prolongada do tratamento.
Veja também:
- Resumo de dermatofitose (Tinea): diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo técnico de psoríase
- Resumo de alopecia
- Resumo de urticária
- Resumo sobre epidermólise bolhosa: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de dermatite atópica
- Resumo de dermatite seborreica: diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- Adam O Goldstein; Beth G Goldstein. Dermatophyte (tinea) infections. Uptodate.
- Alice Cardoso Pellizzari et al. Dermatofitoses. Acta méd. (Porto Alegre) ; 34: [6], 2013. Disponível em https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-880204
- Yee G, Al Aboud AM. Tinea Corporis. [Updated 2023 Apr 16]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK544360/
- Crédito da imagem em destaque: Pexels