Resumo de Tumor de Buschke-Lowestein: conceito e mais!
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Resumo de Tumor de Buschke-Lowestein: conceito e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O tumor de Buschke-Löwenstein, também conhecido como condiloma acuminado gigante, é uma neoplasia rara da região anogenital, associada à infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Apesar de sua histologia se assemelhar ao condiloma comum, diferencia-se pelo comportamento localmente destrutivo, crescimento exuberante e risco significativo de transformação maligna. 

Mesmo após manejo adequado, a taxa de recorrência pode chegar a 68% dos casos, refletindo a agressividade clínica da doença.

Conceito 

O tumor de Buschke-Löwenstein, ou condiloma acuminado gigante, é uma lesão verrucosa rara da região anogenital, associada ao papilomavírus humano (HPV), especialmente aos tipos de baixo risco oncogênico. Diferencia-se do condiloma comum por seu crescimento volumoso, aspecto exofítico e comportamento localmente destrutivo. Embora apresente histologia benigna, é considerado de comportamento clínico agressivo devido à alta taxa de recidiva e ao risco de transformação maligna para carcinoma espinocelular.

Etiologia e fisiopatologia  

O desenvolvimento do tumor de Buschke-Löwenstein ocorre principalmente pela infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), sobretudo os tipos 6 e 11. Embora considerados de baixo risco oncogênico, esses subtipos podem induzir alterações celulares que resultam em crescimento tumoral volumoso e agressivo. As proteínas virais E6 e E7 interferem na regulação do ciclo celular, promovendo degradação de proteínas supressoras como o p53 e favorecendo instabilidade genética.

Fatores adicionais contribuem para o surgimento da doença, incluindo fimose prolongada, higiene inadequada, tabagismo, diabetes, estados de imunossupressão (como HIV ou uso de imunossupressores), gestação e irritações crônicas anogenitais. Esses elementos atuam como facilitadores para a progressão de lesões verrucosas benignas para formas gigantes e localmente destrutivas.

Epidemiologia 

O tumor de Buschke-Löwenstein é uma condição incomum, com maior prevalência em homens não circuncisados com menos de 50 anos. É diagnosticado mais frequentemente na região peniana, embora também possa ocorrer em vulva, vagina, períneo, região perianal e, em raros casos, na bexiga. Acomete sobretudo indivíduos com baixo nível socioeconômico, más condições de higiene e comportamentos sexuais de risco.

A incidência é mais alta em homens que fazem sexo com homens e em pessoas imunocomprometidas, como portadores de HIV. Apesar de sua raridade, representa entre 5% e 24% dos tumores penianos relatados em séries clínicas, sendo pouco descrito em crianças.

Avaliação clínica

Forma peniana

No pênis, o tumor geralmente inicia como uma placa discreta e queratótica no prepúcio ou no sulco coronal. Com o passar dos anos, a lesão cresce de forma lenta, adquirindo aspecto exofítico em “couve-flor”, que pode atingir grandes dimensões, frequentemente ultrapassando 10 a 15 cm. O crescimento pode provocar úlceras, secreção fétida e fístulas, além de invadir estruturas profundas, como corpo cavernoso e uretra.

Forma perianal

Na região perianal, a apresentação inicial costuma ser de massa dolorosa associada a sangramento, abscessos ou fístulas. O crescimento é geralmente circunferencial, partindo da zona de transição anorretal e expandindo-se para o canal anal, com comprometimento progressivo da mucosa e da pele adjacente. Esse padrão leva a importante impacto funcional e desconforto ao paciente.

Evolução em imunocomprometidos

Em indivíduos com imunossupressão — como portadores de HIV, transplantados ou gestantes — o tumor tende a apresentar crescimento acelerado e comportamento mais agressivo. Nessas situações, há maior risco de complicações locais, recidiva precoce após tratamento e transformação maligna para carcinoma espinocelular.

Diagnóstico 

Avaliação clínica

O diagnóstico do tumor de Buschke-Löwenstein inicia-se pela inspeção direta, pois a lesão tem aspecto verrucoso, exofítico e de grandes dimensões, geralmente com superfície irregular e odor fétido. A anamnese deve explorar fatores de risco, tempo de evolução e histórico de imunossupressão.

Biópsia

A biópsia profunda é o método de escolha para confirmação, devendo incluir tecido além da superfície da lesão para demonstrar o padrão de crescimento endofítico característico. Esse exame também permite identificar áreas de transformação maligna para carcinoma espinocelular.

Exames de imagem

A ressonância magnética com contraste é indicada para avaliar a extensão da lesão e o grau de infiltração em estruturas adjacentes, o que auxilia no planejamento cirúrgico. Tomografia computadorizada pode ser utilizada em situações específicas para análise de acometimento pélvico.

Avaliação linfonodal

Embora metástases sejam raras, é importante a investigação de linfonodos regionais quando há aumento palpável ou suspeita clínica, já que a linfonodomegalia decorre geralmente de infecção secundária e não de disseminação metastática

Tratamento

Abordagem cirúrgica

O tratamento de escolha para o tumor de Buschke-Löwenstein é a excisão cirúrgica ampla, visando margens livres e redução do risco de recorrência. A cirurgia de Mohs é considerada uma opção preferencial em alguns centros, pois permite avaliar microscopicamente as margens durante o procedimento, preservando tecido saudável. Em casos extensos, pode ser necessária reconstrução com enxertos ou retalhos após a ressecção.

Terapias adjuvantes

Nos casos de recidiva ou quando há contraindicação à cirurgia radical, podem ser empregados tratamentos adjuvantes. Entre eles estão o uso de agentes tópicos ou intralesionais, como 5-fluorouracil, podofilina, cidofovir e interferon. Terapias sistêmicas com cisplatina ou bleomicina também já foram descritas, embora com resultados limitados. O laser de CO₂ e o laser de argônio podem ser utilizados em casos selecionados de recorrência.

Radioterapia

A radioterapia tem aplicação restrita, pois existe receio de induzir transformação anaplásica da lesão. Por isso, é geralmente evitada, sendo considerada apenas em situações específicas e sob avaliação oncológica rigorosa.

Abordagem multidisciplinar

O manejo requer equipe multiprofissional, envolvendo cirurgiões, oncologistas, infectologistas, urologistas ou coloproctologistas, conforme a localização da lesão. A escolha terapêutica deve levar em conta o tamanho, número e localização da lesão, o estado imunológico do paciente e os recursos disponíveis.

Prognóstico 

O tumor de Buschke-Löwenstein apresenta curso clínico desafiador, marcado por altas taxas de recorrência, que podem chegar a 68%, mesmo após tratamento adequado. Embora raramente metastatize, possui comportamento localmente destrutivo e pode invadir órgãos pélvicos e estruturas ósseas. A transformação maligna para carcinoma espinocelular ocorre em até 56% dos casos, o que aumenta significativamente a morbidade e mortalidade. Mesmo com tratamento cirúrgico agressivo, a taxa de mortalidade relatada é de aproximadamente 21%, reforçando a necessidade de seguimento prolongado e abordagem multidisciplinar.

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Referências Bibliográficas 

  1. DynaMed. Condyloma Acuminatum. EBSCO Information Services, 2025. Disponível em: https://www.dynamed.com/condition/condyloma-acuminatum. Acesso em: 24 set. 2025.
  1. IRSHAD, Usama; PUCKETT, Yana. Giant Condylomata Acuminata of Buschke and Lowenstein. StatPearls Publishing, 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK560714/. Acesso em: 24 set. 2025.
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