Resumo do Edema de Reinke: causas, diagnóstico e mais!
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia.

Resumo do Edema de Reinke: causas, diagnóstico e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O Edema de Reinke é uma alteração laríngea benigna que acomete preferencialmente mulheres adultas, sendo fortemente associado ao tabagismo crônico. Apesar de não representar ameaça direta à vida, causa impacto importante na qualidade vocal e pode simular outras lesões. O diagnóstico adequado depende da avaliação clínica e endoscópica detalhada. 

Mesmo sendo uma condição benigna, o edema de Reinke pode apresentar graus variados de displasia epitelial, exigindo seguimento criterioso em alguns pacientes.

Introdução e terminologia 

O Edema de Reinke, também referido na literatura como cordite polipoide ou laringite polipoide, caracteriza-se por uma alteração benigna da laringe, marcada pela acumulação de fluido na camada superficial da lâmina própria, conhecida como espaço de Reinke. Esse acúmulo provoca uma distensão gelatinosa e flácida das pregas vocais, interferindo na vibração normal durante a fonação.

A terminologia “edema de Reinke” homenageia Friedrich B. Reinke, que descreveu essa camada em 1895. Clinicamente, a condição é reconhecida por promover uma modificação significativa na qualidade vocal, com predomínio de voz mais grave e rouca. O quadro acomete mais frequentemente indivíduos tabagistas crônicos, com predominância entre o sexo feminino, e pode levar a confusão com disfonias de outras causas, inclusive com lesões malignas iniciais.

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Etiologia e fatores de risco  

A formação do Edema de Reinke está relacionada a um conjunto de agressões crônicas à mucosa da laringe, sendo o tabagismo o fator mais frequentemente implicado. A exposição prolongada à fumaça do cigarro induz alterações inflamatórias e estruturais nas pregas vocais, favorecendo a formação do edema.

Outros elementos que contribuem para o desenvolvimento da lesão incluem:

  • Refluxo laringofaríngeo: o contato repetido do conteúdo ácido com o epitélio laríngeo compromete a integridade da mucosa e intensifica a inflamação.
  • Abuso vocal: o uso intenso e inadequado da voz, especialmente em profissionais da voz, pode gerar microtraumas que agravam a desorganização do espaço de Reinke.
  • Exposição a irritantes adicionais, como álcool e cafeína, potencializa os efeitos lesivos sobre o epitélio laríngeo, particularmente por sua associação com relaxamento dos esfíncteres esofágicos e favorecimento do refluxo.
  • Alterações hormonais ou estruturais da laringe feminina, como a menor concentração de ácido hialurônico na lâmina própria, também foram propostas como explicações para o maior acometimento entre mulheres.

Epidemiologia

O Edema de Reinke afeta predominantemente adultos entre a quinta e a sexta décadas de vida, com pico de incidência entre os 40 e 60 anos. Estudos apontam uma predominância marcante em mulheres, que representam até 80% dos casos, mesmo em contextos onde o tabagismo é igualmente prevalente entre os sexos

Essa diferença de gênero é interpretada por algumas hipóteses: uma delas considera que mulheres percebem e se incomodam mais com as alterações vocais, especialmente o rebaixamento do tom da voz, o que as leva a procurar atendimento médico com maior frequência. Além disso, aspectos anatômicos e bioquímicos da laringe feminina — como a concentração mais elevada de ácido hialurônico — podem aumentar a suscetibilidade à retenção de fluido no espaço de Reinke.

Manifestações clínicas

A principal queixa dos pacientes com Edema de Reinke é a disfonia progressiva, geralmente instalada de forma insidiosa. O espessamento das pregas vocais interfere na vibração mucosa, resultando em uma voz mais grave, rouca e de baixa intensidade. Em mulheres, essa transformação pode levar à masculinização vocal, um sinal frequentemente percebido no convívio social e motivador da busca por atendimento médico.

Outros sintomas associados incluem:

  • Fadiga vocal após uso prolongado da voz;
  • Sensação de corpo estranho ou peso na garganta;
  • Tosse seca frequente;
  • Desconforto laríngeo, especialmente ao falar;
  • Sintomas respiratórios leves, como sensação de esforço ao inspirar, podem surgir em casos de lesão volumosa bilateral, com redução do espaço glótico.

Avaliação clínica e diagnóstica 

A abordagem inicial do paciente com suspeita de Edema de Reinke deve incluir uma anamnese detalhada, explorando hábitos como tabagismo, abuso vocal, ingestão de substâncias irritantes e sintomas de refluxo. A queixa vocal deve ser contextualizada quanto à duração, progressão e impacto funcional.

O exame físico otorrinolaringológico inclui a avaliação perceptiva da voz e, sempre que possível, a realização de videolaringoestroboscopia. Esse exame permite observar:

  • Aparência translúcida e flácida das pregas vocais;
  • Edema volumoso e bilateral;
  • Alterações na onda mucosa (reduzida ou assimétrica);
  • Fechamento glótico incompleto, principalmente em fases mais avançadas.

Para uniformizar a descrição da gravidade, utiliza-se a classificação de de Vincentiis, que categoriza o edema em quatro tipos, conforme a extensão e associação com lesões polipoides.

Ferramentas como as escalas GRBAS e CAPE-V auxiliam na avaliação perceptual da qualidade vocal, enquanto o Voice Handicap Index-10 (VHI-10) capta a percepção subjetiva do paciente quanto ao impacto da disfonia em sua rotina.

Em todos os casos, deve-se realizar diagnóstico diferencial com outras causas de disfonia, como pólipos, nódulos, tumores laríngeos, presbifonia, entre outros. Diante de antecedentes de tabagismo, a exclusão de malignidade é mandatória, sendo a laringoscopia direta com biópsia indicada em casos duvidosos.

Tratamento 

A condução terapêutica do Edema de Reinke requer abordagem individualizada e multidisciplinar, com foco na melhora da qualidade vocal e na redução do risco de recorrência. A cessação do tabagismo é o primeiro e mais relevante passo, sendo condição indispensável para estabilizar o quadro e evitar retorno da lesão após intervenção.

A fonoaudiologia especializada é recomendada tanto antes quanto após procedimentos cirúrgicos. O trabalho vocal contribui para o recondicionamento da musculatura laríngea e para a reeducação do uso da voz, reduzindo a sobrecarga funcional.

Em casos moderados a graves, com impacto funcional significativo ou falha das medidas conservadoras, indica-se abordagem cirúrgica, que pode incluir:

  • Ressecção a frio (cold steel): técnica tradicional com incisão no epitélio e retirada do conteúdo gelatinoso da lâmina própria;
  • Microdebridamento: método que permite a remoção controlada do tecido edematoso, preservando estruturas nobres;
  • Laserterapia: inclui o uso de laser CO₂ ou lasers fotoangiolíticos (como KTP ou TFL), que favorecem a remoção do edema com mínima lesão térmica;
  • Injeções intralesionais: aplicação de corticosteroides (como triamcinolona) ou hialuronidase diretamente no espaço de Reinke, com resultados promissores em edemas leves e moderados.

A escolha da técnica depende da gravidade da lesão, da tolerância do paciente ao procedimento e da experiência do profissional.

A atuação conjunta entre otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e clínico potencializa os resultados e promove um cuidado integral ao paciente.

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Referências Bibliográficas 

  1. JONES, Nolan N.; SONG, Sungjin A. Reinke Edema. StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025.
  1. MARTINS, R. H. G. et al. Edema de Reinke: estudo da imunoexpressão da fibronectina, da laminina e do colágeno IV em 60 casos por meio de técnicas imunoistoquímicas. Braz J Otorhinolaryngol, v.75, n.6, p.821–825, 2009.
  1. MARTINS, R. H. G. et al. O edema de Reinke é uma lesão pré-neoplásica? Aspectos clínicos e morfológicos. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 
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