O eritema infeccioso faz parte do grupo de doenças exantemáticas da pediatria, sendo frequentemente cobrado em provas. Confira os principais aspectos referentes a esta doença, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao eritema infeccioso.
- É uma doença febril com erupção cutânea causada pelo Parvovírus B 19.
- O pródromo é semelhante a um quadro gripal comum.
- Após 2 a 5 dias inicia o quadro exantemático, inicialmente com rubor facial típico, conhecida como face esbofeteada.
- O diagnóstico é clínico, baseado na história de pródromo viral seguido por eritema típico em pele.
- O tratamento é de suporte, sem terapia específica para o vírus.
Definição da doença
O eritema infeccioso (EI), também é conhecida como a “quinta moléstia”, pois foi a quinta patologia descrita no grupo das seis doenças exantemáticas da infância. É uma doença febril com erupção cutânea causada pelo Parvovírus B 19. Frequentemente ocorre em surtos entre crianças em idade escolar, embora também possa ocorrer em adultos.
Epidemiologia e fisiopatologia do eritema infeccioso
Acomete pacientes de qualquer idade, porém é mais comum em pré-escolares maiores de três anos, sendo incomum abaixo desta idade. Embora não tenhamos as estações do ano bem definidas no Brasil, é sabido que a maioria dos exantemas de origem infecciosa ocorre no inverno e na primavera.
Virologia
O parvovírus B19(HPV B19) é um vírus não envelopado, de DNA de fita simples e se replica em células progenitoras eritróides da medula óssea e do sangue, causando supressão da eritropoiese. O único hospedeiro conhecido para o parvovírus B19 são humanos.
Fisiopatologia
A transmissão ocorre por secreções das vias respiratórias, com período de incubação de 4 a 15 dias. O parvovírus B19 também é transmitido verticalmente, de mãe para filho, e por via hematogênica.
O efeito citotóxico direto do parvovírus B19 nas unidades formadoras de colônias e rajadas da série eritroide medeia a queda da hemoglobina e a anemia que ocorre durante a infecção. O desenvolvimento de uma resposta robusta de anticorpos corresponde à eliminação do vírus e subsequente proteção contra a doença.
O período de incubação estimado desde a exposição até o início da erupção é geralmente uma e duas semanas, mas pode chegar a três semanas. Acredita-se que a erupção seja mediada imunologicamente e, no momento em que aparece, a viremia foi resolvida e o paciente geralmente se sente bem.
Manifestações clínicas de eritema infeccioso
A doença começa com sintomas prodrômicos inespecíficos, como febre, coriza, cefaleia, náusea e diarreia. Esses sintomas coincidem com o início da viremia. Dois a cinco dias depois, a erupção malar eritematosa clássica que se inicia na face, com rubor intenso, chamado de “fácies esbofeteada”. Esta erupção facial é frequentemente seguida vários dias depois por uma erupção reticulada ou em forma de renda no tronco e extremidades.
A intensidade do exantema pode variar frente a condições ambientais, intensificando-se com o aumento da temperatura ambiente, banho quente ou exposição solar. A infecção por parvovírus B19 também foi associada a outros tipos de erupções cutâneas, incluindo erupções cutâneas morbiliformes, confluentes e vesiculares.
Sintomas articulares ocorrem mais em adultos, mas em uma minoria de casos nas crianças, aproximadamente 10%.
#Ponto importante: a infecção durante a gravidez pode levar a hidropsia fetal e óbito, sendo maior o risco na primeira metade da gestação.
Devido ao tropismo celular por células eritróides, a infecção em pacientes com anemia hemolítica ou outras condições hematológicas podem desenvolver crise aplásica, com duração de 7 a 10 dias, podendo ser necessária transfusão sanguínea.
Diagnóstico de eritema infeccioso
O diagnóstico é realizado levando em consideração aspectos clínico-epidemiológicos. A sorologia pode ser realizada (IgM e IgG), porém, usualmente, não é solicitada, a não ser em casos de possível risco para a gestante exposta.
Tratamento de eritema infeccioso
Não há medicamento antiviral específico disponível para o tratamento da infecção por parvovírus B19 e geralmente não há indicação de tratamento sintomático para as erupções. Em alguns pacientes, a terapia sintomática para artralgias, artrite ou prurido pode ser indicada.
A crise aplásica transitória pode ocorrer quando a infecção por parvovírus B19 ocorre em pacientes com anormalidades hematológicas subjacentes, como anemia falciforme, talassemia e esferocitose hereditária, e causa anemia grave. A anemia é tipicamente grave o suficiente para justificar a hemotransfusão de glóbulos vermelhos, mas geralmente se resolve espontaneamente dentro de alguns dias a semanas.
No cenário de infecção crônica por parvovírus com anemia em pacientes imunossuprimidos, incluindo aqueles com HIV, o uso de imunoglobulina IV com redução da imunossupressão está indicado, se possível.
Prevenção
Não existe vacina disponível para o Eritema Infeccioso. Como o parvovírus B19 provavelmente se espalha na comunidade por meio de contato próximo, por meio de de fômites ou gotículas grandes, práticas adequadas de lavagem das mãos e não compartilhar alimentos ou bebidas provavelmente ajudarão a prevenir a propagação do parvovírus B19.
A maioria das doenças exantemáticas requer afastamento temporário da escola, visto que crianças com idade escolar são as principais acometidas por estas doenças.
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