Resumo sobre Anúria: definição, etiologias e mais!

Resumo sobre Anúria: definição, etiologias e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a anúria, uma redução brusca ou total do débito urinário. O Estratégia MED apresentará mais um conceito essencial que ampliará seus conhecimentos e promoverá seu desenvolvimento profissional. Vamos lá!

Definição de Anúria

Anúria é uma condição caracterizada pela produção extremamente baixa ou ausência quase completa de urina, geralmente definida como um débito urinário inferior a 50-100 mL por dia

Este estado é frequentemente indicativo de um comprometimento significativo da função renal e é uma emergência médica que requer avaliação e intervenção imediatas. 

A anúria pode ser um sinal de que os rins não estão conseguindo filtrar o sangue adequadamente, o que pode levar ao acúmulo de toxinas no corpo e a outras complicações graves.

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Etiologias da Anúria

Essas etiologias variam em termos de mecanismos patológicos, mas todas resultam em comprometimento severo da função renal e produção urinária extremamente baixa.

  • Choque: o choque é uma condição de insuficiência circulatória aguda que pode levar à falência de múltiplos órgãos, incluindo os rins. O choque pode ser de várias naturezas, como choque hipovolêmico (devido à perda de sangue ou desidratação severa), choque cardiogênico (devido à insuficiência cardíaca), choque séptico (devido à infecção grave) e choque anafilático (devido à reação alérgica grave). Em todos esses casos, a perfusão renal é severamente comprometida, resultando em redução drástica da produção urinária.
  • Obstrução bilateral completa do trato urinário: esta é uma causa mecânica de anúria, em que ambos os ureteres ou a bexiga estão bloqueados, impedindo a passagem da urina. A obstrução pode ser causada por cálculos renais, tumores, coágulos sanguíneos, ou estreitamentos anatômicos. A obstrução bilateral é particularmente grave porque, ao contrário da obstrução unilateral, não há compensação pelo rim contralateral.
  • Síndrome hemolítico-urêmica (SHU): uma condição que geralmente se segue a uma infecção bacteriana, mais comumente por E. coli produtora de toxina Shiga. A SHU é caracterizada por anemia hemolítica, trombocitopenia e insuficiência renal aguda. A microangiopatia trombótica que ocorre na SHU danifica os pequenos vasos sanguíneos dos rins, levando à falência renal e anúria.
  • Necrose cortical renal: esta condição grave envolve a morte do tecido cortical renal, que pode resultar de isquemia prolongada, sepse ou toxinas. A necrose cortical é uma forma rara, mas devastadora de lesão renal aguda que pode levar à anúria devido à destruição extensa do tecido renal funcional.
  • Obstrução arterial renal bilateral: quando ambas as artérias renais são bloqueadas, o suprimento sanguíneo para os rins é interrompido, causando isquemia renal severa e anúria. Esta condição pode ser causada por aterosclerose, trombose ou embolia.
  • Glomerulonefrite progressiva (crescentica): esta forma de glomerulonefrite é caracterizada por uma rápida perda da função renal devido à inflamação e formação de crescentes (proliferação celular) nos glomérulos. A doença por anticorpos antimembrana basal glomerular (GBM), também conhecida como síndrome de Goodpasture, é uma causa específica desta condição. A destruição rápida e extensa dos glomérulos leva à redução da filtração glomerular e à anúria.

Avaliação diagnóstica de Anúria

A avaliação começa com um histórico clínico detalhado, um exame físico e uma passagem de sonda vesical, seguido por exames laboratoriais e de imagem. 

Exames de imagem iniciais

Ultrassonografia renal: Normalmente, é o teste inicial de escolha para diagnosticar ou excluir obstrução do trato urinário (UTO). A ultrassonografia pode identificar hidronefrose (dilatação dos rins devido à obstrução do fluxo urinário), tumores, cistos e outras anomalias anatômicas.

Ultrassonografia da bexiga: Em casos de suspeita de retenção urinária, pode ser realizada uma ultrassonografia da bexiga para avaliar a presença de urina residual após a micção.

Exames específicos para casos particulares

Cintilografia vesical: Utilizada para avaliar a retenção urinária. Este exame mede a quantidade de urina retida na bexiga após a micção.

Cateterização vesical pós-miccional: Também usada para avaliar a retenção urinária. Um cateter é inserido na bexiga para medir o volume de urina residual após a micção.

Tomografia Computadorizada (TC) sem contraste

TC renal: Geralmente realizada em pacientes com suspeita de nefrolitíase (cálculos renais) ou quando a ultrassonografia não é conclusiva. A TC pode identificar pedras nos rins, tumores, e outras anomalias que podem causar obstrução.

Procedimentos invasivos se a obstrução for suspeita, mas não diagnosticada

Nefrostomia percutânea com urografia anterógrada: Este procedimento envolve a inserção de um cateter diretamente no rim para aliviar a obstrução e permite a visualização do sistema coletor urinário com contraste.

Cistoscopia com pielografia retrógrada: A cistoscopia é um procedimento endoscópico para visualizar o interior da bexiga e da uretra. A pielografia retrógrada envolve a injeção de contraste nos ureteres através da bexiga para visualizar o sistema urinário superior.

Considerações especiais

Pacientes com stents ureterais: A presença de stents pode complicar a interpretação das imagens. Estudos adicionais ou métodos de imagem alternativos podem ser necessários.

Pacientes com aloenxerto renal: A avaliação de transplantes renais pode requerer técnicas de imagem especializadas para evitar danos ao enxerto.

Gestantes: A exposição à radiação deve ser minimizada. A ultrassonografia é preferida e a TC é usada apenas quando absolutamente necessária e após considerações cuidadosas.

Tratamento de Anúria

O tratamento da anúria é determinado pelo médico com base na causa subjacente, nos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e no estado geral de saúde da pessoa. No caso da anúria ser causada por uma obstrução nas vias urinárias, como cálculos renais, tumores ou estreitamentos, o tratamento pode envolver procedimentos cirúrgicos para corrigir a obstrução. 

Isso pode incluir a remoção de pedras, a ressecção de tumores ou a dilatação dos estreitamentos. Além disso, a colocação de stents pode ser recomendada para manter as vias urinárias abertas e permitir a passagem da urina, favorecendo a eliminação adequada.

Em casos de insuficiência renal, a hemodiálise é frequentemente indicada. 

Este procedimento é essencial para filtrar o sangue e remover substâncias tóxicas que o rim não consegue eliminar devido à falência renal. A hemodiálise ajuda a prevenir o acúmulo de toxinas e a manter o equilíbrio eletrolítico, reduzindo os riscos de complicações graves. 

Para pacientes com insuficiência renal avançada, em que a hemodiálise não é mais suficiente para manter a função renal adequada, o transplante renal pode ser considerado. Este procedimento envolve a substituição do rim falido por um rim saudável de um doador, proporcionando uma solução de longo prazo para a insuficiência renal.

Além das intervenções diretas para tratar a anúria, é crucial que o tratamento das doenças subjacentes, como diabetes ou alterações cardiovasculares, seja continuado conforme a recomendação médica. O manejo adequado dessas condições crônicas é vital para evitar complicações adicionais que possam agravar a função renal. Manter o controle rigoroso do diabetes, da hipertensão e de outras condições relacionadas pode ajudar a prevenir danos adicionais aos rins e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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Veja também!

Referências

CHOI, Hye Min; KIM, Sun Chul; KIM, Myung-Gyu et al. Etiology and outcomes of anuria in acute kidney injury: a single center study. Kidney Res Clin Pract. Vol 34. 13-19, 2015

Mark L Zeidel, MD, W Charles O’Neill, MD. Clinical manifestations and diagnosis of urinary tract obstruction (UTO) and hydronephrosis. UpToDate, 2024. Disponível em: UpToDate

Orfeas Liangos, MD, FASN, Bertrand L Jaber, MD, MS, FASN. Nonoliguric versus oliguric acute kidney injury. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate

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