Resumo sobre Artralgia: definição, etiologias e mais!

Resumo sobre Artralgia: definição, etiologias e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Artralgia, uma das principais causas das consultas médicas. O Estratégia MED apresentará mais um conceito essencial que ampliará seus conhecimentos e promoverá seu desenvolvimento profissional. Preparado para começar? Vamos lá!

Definição de Artralgia

A artralgia, ou dor articular, é um tipo frequente de dor que pode ser causada por traumatismo ou inflamação, como em casos de artrite aguda ou crônica. Essa condição frequentemente resulta em comprometimento da função articular, variando de uma leve restrição de movimento até incapacidade completa. 

Na prática clínica, a dor articular em adultos é comum e pode ser causada por uma variedade de doenças, algumas autolimitadas e outras potencialmente incapacitantes ou fatais. 

Classificação da Artralgia

As duas categorias principais de artralgia, inflamatória e não inflamatória, podem frequentemente ser distinguidas pela natureza e distribuição da dor articular:

  • Na artralgia inflamatória, os sintomas tendem a piorar com a imobilidade, explicando a rigidez matinal típica e a “gelificação” comum na artrite inflamatória.
  • Em contraste, a dor da osteoartrite (OA), o tipo mais comum de artralgia não inflamatória, geralmente é agravada pelo movimento e pela sustentação de peso, sendo aliviada pelo repouso.
  • O envolvimento articular na AR geralmente é simétrico, enquanto a OA tende a ser assimétrica, especialmente nas grandes articulações. Condições como bursite, tendinite ou entorses e distensões também são geralmente assimétricas.

A duração dos sintomas também é importante. Sinovite presente por menos de seis semanas pode indicar uma artrite viral ou uma doença reumática sistêmica, enquanto uma duração mais longa sugere a última. Podem ser divididas também entre aguda e crônica.

A artralgia aguda refere-se à dor articular que surge subitamente e geralmente tem uma duração curta. As causas mais comuns de artralgia aguda incluem traumas, infecções e artrites agudas, como a gota. 

A artralgia crônica, por outro lado, é caracterizada por dor articular persistente que dura mais de três meses. As causas de artralgia crônica incluem doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide, osteoartrite e outras condições reumáticas crônicas. 

Etiologias da Artralgia

  • Artrite pós-infecciosa ou reativa
  • Osteoartrite
  • Fibromialgia
  • Vários locais de bursite ou tendinite
  • Anormalidades dos tecidos moles
  • Hipotireoidismo
  • Dor neuropática
  • Doença óssea metabólica
  • Depressão
  • Doenças virais como: chikungunya, dengue, hepatites B e C, Epstein-Barr, parvovírus 

História clínica para avaliação da artralgia

Embora a informação obtida na anamnese raramente leve diretamente a um diagnóstico específico, ela ajuda a reduzir significativamente as opções diagnósticas possíveis. Por exemplo, uma apresentação aguda com artrite migratória e febre é característica de febre reumática, infecção gonocócica disseminada e artrite viral.

A avaliação da dor articular deve começar descartando emergências musculoesqueléticas potenciais. Essas condições frequentemente se manifestam de forma aguda e estão geralmente associadas a dor monoarticular ou oligoarticular. 

No entanto, algumas emergências podem ocorrer em pacientes com artralgia e o diagnóstico incorreto pode resultar em danos permanentes. Pontos importantes na história incluem:

  • Articulações quentes ou inchadas podem indicar infecção, embora a infecção bacteriana geralmente se apresente como monoartrite aguda.
  • Sintomas constitucionais, como febre, perda de peso e mal-estar, são inespecíficos, mas podem sugerir infecção ou sepse.
  • Dor articular desproporcional aos achados físicos pode ser um sintoma de síndrome compartimental.
  • Dor em queimação, dormência ou parestesia podem indicar mielopatia aguda, radiculopatia ou neuropatia.

É crucial obter uma história detalhada sobre a natureza da dor articular, incluindo a qualidade da dor, o momento de início, fatores que exacerbam ou aliviam a dor, e a duração dos sintomas.

A qualidade da dor pode ajudar a diferenciar causas musculoesqueléticas de causas neurológicas. Dor “queimante” ou acompanhada de dormência ou parestesias sugere uma origem neurológica, e a dor neuropática tende a ser constante, pior à noite e não relacionada ao movimento. 

Entretanto, um paciente pode experimentar mais de um tipo de dor, como pacientes com artrite reumatoide (AR), que frequentemente têm dor neuropática devido à síndrome do túnel do carpo.

Exames laboratoriais

Os estudos laboratoriais não são sempre necessários para diagnosticar problemas articulares e podem, às vezes, ser enganosos. Um exemplo são pacientes com osteoartrite (OA) podem ter resultados laboratoriais anormais que não estão relacionados à condição. 

Contudo, quando a história clínica e o exame físico não são conclusivos, alguns testes podem ser úteis. 

  • Taxa de Hemossedimentação e Proteína C Reativa: eles podem ajudar a diferenciar condições inflamatórias de não inflamatórias, embora não sejam diagnósticos por si só e possam ser anormais em diversas doenças. A PCR é, por vezes, um indicador mais confiável da resposta inflamatória aguda do que a VHS.
  • Testes de anticorpos: podem identificar exposição a patógenos como estreptococos do grupo A e vírus (parvovírus, hepatite B e C). Certos autoanticorpos estão associados a doenças reumáticas e podem auxiliar no diagnóstico, como o DNA anti-nativo ou anti-Sm no lúpus eritematoso sistêmico (LES). 
  • Anticorpo Antinuclear (ANA): o teste de ANA tem alta sensibilidade para LES, mas baixa especificidade. Um teste negativo praticamente exclui o diagnóstico de LES, mas um teste positivo pode ocorrer em várias doenças e em indivíduos saudáveis. 
  • Fator Reumatoide: O fator reumatoide deve ser solicitado quando há suspeita de artrite reumatoide (AR), embora tenha valor diagnóstico limitado. Um terço dos pacientes com AR podem ser soronegativos e resultados positivos podem ocorrer em outras doenças inflamatórias ou infecciosas.
  • Anticorpos para Peptídeos Citrulinados: anticorpos anti-peptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP) são mais específicos que o fator reumatoide para AR e podem prever doenças erosivas mais efetivamente.
  • Concentração sérica de Ácido Úrico: os níveis de ácido úrico são geralmente elevados na gota, mas a hiperuricemia assintomática é comum, reduzindo seu valor diagnóstico.
  • Análise do líquido sinovial: a análise do líquido sinovial pode ser diagnóstica em infecções bacterianas ou sinovite induzida por cristais, além de classificar a inflamação. 

Exames de imagem

Os estudos de imagem na avaliação da dor poliarticular são caros e não rotineiramente necessários, mas podem ser úteis em condições específicas de artralgia. Radiografias simples são úteis para visualizar erosões em artrite reumatoide (AR) e detectar condrocalcinose na doença por deposição de cristais de pirofosfato de cálcio (CPPD). Na osteoartrite (OA), radiografias confirmam o diagnóstico e avaliam a gravidade, embora possam ser normais ou não correlacionadas com os sintomas. 

A ressonância magnética (MRI) é mais sensível na detecção precoce de anormalidades nas articulações sacroilíacas (SI) na espondilite anquilosante e pode identificar sinovite subclínica na AR. A ultrassonografia é valiosa na detecção de sinovite sutil em AR e cristais de pirofosfato de cálcio na CPPD. Na gota, ultrassonografias e tomografia computadorizada de dupla energia (DECT) são mais específicas para detectar depósitos de cristais de ácido úrico. 

Veja também

Referências

Maureen R Gecht-Silver, OTD, MPH, OTR/LAlison M Duncombe, PT, DPT, OCS, FAAOMPT. Overview of joint protection. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate

Robert H Shmerling, MD. Evaluation of the adult with polyarticular pain. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate

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