Resumo sobre Ptose Palpebral: definição, causas e mais!

Resumo sobre Ptose Palpebral: definição, causas e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a ptose palpebral, que é quando ocorre a queda da pálpebra superior.

O Estratégia MED está aqui para colaborar com mais um conceito médico, proporcionando mais conhecimento para te auxiliar na sua formação. Confira!

Definição de ptose palpebral

A ptose palpebral, também conhecida como blefaroptose, ocorre quando a pálpebra superior cai devido a uma anomalia nos músculos responsáveis por elevá-la. 

Essa condição pode estar presente desde o nascimento ou adquirida ao longo do tempo. A ptose não apenas pode ser um sinal inicial de problemas neurológicos sérios, mas também pode se tornar incapacitante se afetar a visão. 

Para lidar adequadamente com essa condição, é crucial identificar a causa subjacente que pode ser congênita ou resultar de fatores adquiridos.

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Blefaroptose x Blefaroplastia

Como já dito anteriormente, a blefaroptose é um sinônimo para ptose palpebral, que é a incapacidade de levantar a pálpebra superior. 

Em contraste, a blefaroplastia é um procedimento cirúrgico realizado com o objetivo de modificar a estética das pálpebras, mas não necessariamente para corrigir uma ptose palpebral. 

A blefaroplastia é comumente conhecida como cirurgia de rejuvenescimento das pálpebras e pode envolver a remoção de excesso de pele, músculo ou gordura ao redor dos olhos para melhorar a aparência estética.

Etiologias da ptose palpebral 

A ptose, ou queda da pálpebra superior, pode manifestar-se devido a diversas causas, sendo fundamental identificar a etiologia subjacente para um manejo eficaz. 

Ptose congênita 

Uma categoria significativa é a ptose congênita, frequentemente associada à ausência ou redução do músculo levantador da pálpebra superior. 

Geralmente unilateral e não progressiva, pode apresentar associação familiar, mas passa muitas vezes despercebida se os membros da família são levemente afetados.

Ptose aponeurótica

A ptose aponeurótica é a que prevalece em adultos e resulta da desinserção ou deiscência espontânea da aponeurose do levantador. 

Características clínicas incluem dobra da pálpebra elevada ou ausente, especialmente em pacientes mais velhos, relacionada ao envelhecimento natural

Trauma, uso de lentes de contato e cirurgias oculares também podem desencadear a ptose aponeurótica.

Ptose mecânica

A ptose mecânica, proveniente do excesso de peso na pálpebra superior, é associada a condições como infecções, inflamações e tumores palpebrais. 

Ptose neurológica

Já a ptose neurológica está vinculada a doenças neurológicas que afetam músculos, junção neuromuscular, nervo craniano e tronco cerebral. Exemplos incluem a paralisia do terceiro nervo e a síndrome de Horner.

A paralisia do terceiro nervo craniano resulta na disfunção deste nervo, afetando a movimentação dos olhos e causando ptose (queda da pálpebra superior), oftalmoplegia e possíveis alterações pupilares. As lesões podem ocorrer em várias partes, desde o núcleo no mesencéfalo até os músculos na órbita. 

A síndrome de Horner, por outro lado, é caracterizada por ptose ipsilateral, miosite e anidrose, resultando em uma tríade clínica específica. Essa síndrome é causada por uma interrupção na cadeia oculosimpática. Testes específicos, como colírios de cocaína e apraclonidina, são utilizados para confirmar o diagnóstico da síndrome de Horner, distinguindo-a de outras causas de ptose e anisocoria.

Distúrbios da junção neuromuscular

Distúrbios da junção neuromuscular, que frequentemente resultam em ptose (queda da pálpebra superior), incluem condições como miastenia gravis (MG), botulismo e o uso da toxina botulínica.

A miastenia gravis é uma doença autoimune que afeta os receptores de acetilcolina na junção neuromuscular dos músculos esqueléticos. Caracteriza-se pela variabilidade e fadigabilidade dos sinais e sintomas. 

A fadiga, espasmo de pálpebra de Cogan, fraqueza do músculo orbicular dos olhos e cortinas são observados, mas não são patognomônicos. O repouso ocular ou a aplicação de uma compressa de gelo na pálpebra ptótica por alguns minutos podem resultar em melhora transitória da ptose secundária à MG. 

O botulismo, tanto infeccioso quanto causado pela toxina botulínica, também pode levar à ptose. No botulismo infeccioso, a ptose é uma característica, mas geralmente está associada a fraqueza generalizada e sinais autonômicos. 

Já o uso terapêutico da toxina botulínica, por exemplo, no tratamento do blefaroespasmo ou esteticamente para rugas, pode resultar em ptose como complicação. Cerca de 11% dos pacientes tratados para blefaroespasmo com toxina botulínica podem desenvolver ptose como efeito colateral. Nesse caso, a ptose costuma se resolver ao longo de três a quatro semanas.

Ptose miogênica

A ptose miogênica, associada à miopatia mitocondrial, é caracterizada por distúrbios na função mitocondrial que afetam os músculos dos olhos e das pálpebras, resultando na condição conhecida como oftalmoparesia externa crônica progressiva (CPEO). 

Nesse contexto, os pacientes apresentam ptose progressiva bilateral, fraqueza do músculo orbicular dos olhos (incapacidade de fechar completamente o olho) e retardo simétrico nos movimentos sacádicos, além de movimentos oculares prejudicados.

Essas miopatias mitocondriais podem se manifestar em qualquer idade, sendo a síndrome de Kearns-Sayre um exemplo. Esta síndrome, que geralmente tem início na primeira ou segunda década de vida, é caracterizada por ptose, oftalmoparesia, retinose pigmentar e bloqueio cardíaco como principais características. 

O diagnóstico dessas condições miogênicas muitas vezes envolve a análise de níveis séricos de lactato e piruvato, que geralmente estão elevados na doença mitocondrial, embora esses achados não sejam específicos. 

Pseudoptose

A pseudoptose refere-se a uma condição em que a pálpebra pode parecer ptótica devido à sua posição relativa em relação ao olho, mas a origem da patologia não está na própria pálpebra. Existem várias causas que podem levar a essa aparência enganosa de ptose.

Uma das causas de pseudoptose ocorre em casos de enoftalmia, em que a falta de suporte posterior em um olho enoftálmico pode induzir a uma aparência de ptose. 

Além disso, a pseudoptose pode ocorrer em casos de hipotropia, onde um olho hipotrópico que aponta para baixo pode dar a impressão de uma pálpebra ptótica. No entanto, quando o paciente fixa esse olho, a aparência de queda pode desaparecer.

Em pacientes idosos, a presença de pele redundante na pálpebra e o prolapso de gordura orbital, conhecido como dermatochalasis, podem fazer com que a pálpebra ultrapasse a margem da órbita, contribuindo para a aparência de ptose.

Manejo da ptose palpebral 

O manejo da ptose palpebral pode envolver abordagens tanto não cirúrgicas quanto cirúrgicas, dependendo da gravidade da condição e das necessidades do paciente. A terapia não cirúrgica é considerada inicialmente e pode ser eficaz em alguns casos.

Na presença de miastenia gravis, a terapia médica é o tratamento de escolha, respondendo favoravelmente a abordagens não cirúrgicas. No caso da ptose associada à síndrome de Horner, o uso de apraclonidina tópica, nafazolina ou tetraidrozolina pode proporcionar melhora temporária. 

Muletas de pálpebra, inseridas nos óculos, podem ser uma medida temporária para alguns pacientes. No entanto, quando a terapia não cirúrgica não é suficientemente eficaz ou não é uma opção viável, a cirurgia pode ser considerada. 

A cirurgia é indicada principalmente para pacientes com campo visual obstruído devido à ptose, mas também pode ser considerada por razões estéticas. As abordagens cirúrgicas incluem ressecção do músculo de Müller, avanço da aponeurose do músculo levantador e suspensão frontal. 

De olho na prova!

Não pense que esse assunto fica fora das provas, seja da faculdade, concurso ou residência. Veja um exemplo logo abaixo:

Conselho Brasileiro de Oftalmologia – 2020

Considerando a classificação etiológica das blefaroptoses, assinale a alternativa que indique uma blefaroptose de causa aponeurótica:

A)Involucional (senil).

B)Congênita simples.

C)Induzida por hemangioma capilar congênito palpebral.

D)Associada a síndrome de Horner.

Opção correta: Alternativa ” A”

Comentário da questão:

A)Correta. A ptose aponeurótica também é chamada de involucional.

B)Incorreta. A ptose aponeurótica é adquirida.

C)Incorreta. A ptose por hemangioma é classificada como ptose mecânica, relacionada com aumento de peso palpebral (tumores) ou cicatrizes que interferem na mobilidade palpebral vertical.

D)Incorreta. A síndrome de Horner (paralisia oculossimpática) é causa de ptose neurogênica.

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Referências

Lee, M. S., Brazis, P. W., & Wilterdink, J. L.. Overview of ptosis. In: UpToDate, Jan 2024. 

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