Polissonografia: indicação, valores de referência, técnicas e mais!

Polissonografia: indicação, valores de referência, técnicas e mais!

A polissonografia (PSG) consiste no registro simultâneo de alguns parâmetros fisiológicos durante o sono, tais como eletroencefalograma (EEG), eletrooculograma EOG, eletromiograma (EMG), eletrocardiograma (ECG), fluxo aéreo nasal e oral, esforço respiratório torácico e abdominal, gases sanguíneos, entre outras. 

Indicação de polissonografia

A polissonografia assistida em laboratório é um teste diagnóstico para distúrbios respiratórios relacionados ao sono como a apneia obstrutiva do sono (SAOS), além de diagnosticar uma variedade de distúrbios adicionais do sono incluindo narcolepsia, distúrbios do movimento relacionados e certas parassonias. Na pediatria, a polissonografia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de distúrbios respiratórios do sono em crianças maiores de 1 ano. 

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Técnica da polissonografia

Preparação

  •  Deve ser realizada durante o período de sono habitual do paciente para evitar confundir os fatores do ritmo circadiano;
  • Deve ser evitado o uso de cafeína e álcool nos turnos próximos ao horário do exame;  
  • O paciente deve fazer uso de suas medicações contínuas, incluindo soníferos;
  • Indutores do sono podem ser utilizados se o paciente tiver insônia grave, principalmente em ambientes novos. 

O exame 

Os pacientes são conectados a uma variedade de dispositivos de monitoramento durante a PSG. O quarto de dormir geralmente é equipado com uma câmera infravermelha e um sistema de áudio que permite ao técnico ver, ouvir e se comunicar com o paciente sem entrar no quarto. 

O tecnólogo documenta periodicamente as variáveis ​​fisiológicas, que são registradas digitalmente em um sistema computadorizado enquanto o paciente dorme e durante qualquer vigília interveniente. Essas variáveis geralmente incluem a frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação de oxigênio, presença ou ausência de ronco e seu volume e a posição do corpo. 

Protocolo split-night

Há uma tendência crescente de realizar um protocolo split-night quando há alta suspeita clínica de AOS. Durante um estudo de duas noites, o diagnóstico de AOS é estabelecido durante a primeira parte do estudo e a quantidade de pressão positiva nas vias aéreas necessária para evitar o colapso das vias aéreas superiores durante o sono é determinada durante a parte restante.

No entanto, devido a recomendação fraca para esse protocolo para todos, deve-se iniciar a titulação de CPAP somente quando a presença de AOS de grau moderado a grave for detectada em pelo menos 2h de registro diagnóstico, seguido de pelo menos 3h de titulação com CPAP. 

Parâmetros do sono na polissonografia

Os parâmetros avaliativos relacionado ao sono incluem: 

  • Tempo total de sono (TST) em minutos: é a duração total do sono leve (estágios N1 e N2), sono profundo (estágio N3) e sono de movimento rápido dos olhos (REM).
  • Eficiência do sono: A porcentagem de eficiência do sono é o TST dividido pelo tempo total de registro (ou seja, o tempo na cama). 
  • Porcentagem do estágio do sono: A porcentagem do estágio do sono (SSP) para um determinado estágio do sono é a duração desse estágio do sono dividida pelo TST.
  • Latência do sono em minutos: O período entre as luzes apagadas até o primeiro período de sono.
  • Latência do estágio do sono: A latência para qualquer estágio do sono é a duração desde o início do sono até o início desse estágio do sono. A maioria dos estudos clínicos relata a latência para a primeira época do sono e a latência para o sono REM.

Para o estagiamento do sono é imprescindível o registro de eletroencefalograma, eletrooculograma e eletromiograma da região submentoniana. Num indivíduo normal, as fases ou estágios são distribuídos da seguinte maneira: 

  • Fase 1 (N1) – 2 a 5% do total do sono. 
  • Fase 2 (N2) – 45 a 50% do total do sono.
  • Fase 3 (N3)– 18 a 25% do total do sono. 
  • Sono REM – 20 a 25% do total do sono.

Parâmetros respiratórios na polissonografia

Já para a análise das variáveis respiratórias é imprescindível a cinta de esforço respiratório, oximetria e o fluxo de termistor nasal. Atualmente, a definição recomendada de hipopneia requer redução do fluxo de pelo menos 30% associada a 3% de dessaturação ou presença de um microdespertar. Contudo, permite uma definição alternativa que requer a dessaturação de 4% sem a presença de microdespertar. 

A pontuação da apneia requer que ambos os critérios a seguir sejam atendidos:

  1. Queda na excursão do sinal de pico em ≥90% do fluxo de linha de base pré-evento
  2. A duração da queda no fluxo é ≥10 segundos. 

As apneias geralmente são classificadas com base no esforço:

  • Apneia obstrutiva: se houver esforço aumentado durante toda a apneia.
  • Apneia central: se não houver esforço durante toda a apneia.
  • Apneia mista: se ausência de esforço inspiratório na fase inicial do evento, seguido de aparecimento de esforço na segunda porção do evento, mantendo ausência de fluxo.

O despertar associado ao aumento do esforço respiratório (RERA) consiste na sequência de respirações caracterizada por aumento do esforço respiratório progressivo levando ao despertar na ausência de apneia ou hipopneia. A manometria esofágica é o padrão-ouro para avaliar o esforço ventilatório, mas não é usada rotineiramente porque a colocação do manômetro esofágico é invasiva. 

Em pacientes com distúrbios respiratórios do sono, além do IAH/IDR com valores acima de cinco por hora de sono, somam-se outras alterações não patognomônicas que geralmente ocorrem, como a presença de roncos. Todas essas alterações e a gravidade da AOS é descrita na tabela abaixo:

Crédito:  https://www.jornaldepneumologia.com.br/how-to-cite/3708/pt-BR

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Veja também:

Referências bibliográficas:

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