Você já ouviu falar sobre Pulso Paradoxal? É comum surgir dúvidas ao ouvir esse termo. Para acabar com os seus questionamentos, o Estratégia MED preparou este artigo. Acompanhe!
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O que é Pulso Paradoxal?
Em definição, o pulso paradoxal é a queda da pressão arterial sistólica maior que 10mmHg durante a inspiração, que decorre de uma redução da complacência ventricular esquerda.
Como consequência disso, há uma diminuição do volume de enchimento das câmaras cardíacas, interferindo diretamente no débito cardíaco, que pode ser calculado da seguinte forma: volume sistólico multiplicado pela frequência cardíaca.
Como devemos medir o pulso paradoxal?
A técnica para aferição do pulso paradoxal pode ser feita em 11 passos. Veja-os a seguir:
- É preciso separar um esfigmomanômetro calibrado para realização da aferição da Pressão Sistólica do paciente com suspeita de pulso paradoxal;
- Verifique se o manguito está adequado ao paciente por meio da circunferência do braço obtida no ponto médio entre a distância do Acrômio ao Olécrano;
- Da maneira correta, coloque o manguito adequado em um dos membros superiores do paciente que está sendo avaliado;
- Insufle o manguito até obter a Pressão Sistólica Estimada;
- Desinsufle completamente o manguito;
- Insufle novamente o manguito de 20 a 30mmHg acima do ponto em que obteve a Pressão Sistólica Estimada, com o estetoscópio em região de Artéria Braquial;
- Desinsufle novamente o manguito, até que o primeiro som de Korotkff seja auscultado, para a obtenção da Pressão Sistólica;
- Cesse a redução de pressão do manguito;
- Observe a respiração do paciente. Ao identificar a inspiração dele, retorne à desinsuflação do manguito. Se houver desaparecimento do primeiro som de Korotkff, prossiga reduzindo a pressão presente no manguito em 5mmHg, cessando novamente a redução da pressão;
- Faça reduções sucessivas de 5mmHg, intercalando com parada da desinsuflação até que não ocorra mais o desaparecimento do ruído com a inspiração; e
- Ao final, some os mmHg que foram reduzidos e nos que não ocorreu ausculta do primeiro ruído de Korotkff, se a somatória for maior que 10mmHg, concluí-se a presença de pulso paradoxal.
Quais as causas?
As principais causas do pulso paradoxal são:
Cardíaca:
– Tamponamento Cardíaco;
– Pericardite Constritiva;
– Cardiomiopatia Restritiva; e
– Infarto Agudo do Miocárdio de Ventrículo Direito.
Não-Cardíaca:
– Enfisema pulmonar / Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC);
– Asma Brônquica;
– Apneia Obstrutiva do Sono;
– Tromboembolismo Pulmonar;
– Insuficiência Respiratória Aguda;
– Pneumotórax Hipertensivo;
– Derrame Pleural Bilateral;
– Obesidade Importante;
– Compressão Cardíaca Extrínseca;
– Choque Hipovolêmico; e
– Pectus Excavatum.
Em crianças as principais causas são:
– Bronquiolite;
– Asma; e
– Tamponamento Pericárdico.
Pulso paradoxal e a Asma
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada por uma hiper-reatividade brônquica que possui como principais sinais e sintomas: dispneia, desconforto torácico e tosse, geralmente seca. Essas manifestações decorrem de uma redução do fluxo aéreo, e podem ser tratadas ou cessam-se espontaneamente.
Sua relação com o pulso paradoxal ainda não foi bem compreendida. Suspeita-se que o diafragma, durante a crise asmática, pode comprimir a área cardíaca e, então, reduzir o volume sistólico, decorrendo da alteração da pressão intratorácica.
O pulso paradoxal maior que 12mmHg é tido como um fator de gravidade durante uma crise asmática, juntamente com a frequência cardíaca maior que 120 batimentos por minuto; frequência respiratória maior que 30 movimentos por minuto; dificuldade ou incapacidade de falar; fala entrecortada e uso de musculatura acessória. No entanto, nenhum desses sinais apresentam uma boa sensibilidade para a determinação da gravidade do quadro.
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Por: Caterina Germino