Resumo de Coagulograma: conceito, indicações e mais!

Resumo de Coagulograma: conceito, indicações e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! O coagulograma é uma ferramenta fundamental na prática médica para avaliar a capacidade de coagulação do sangue. Esse conjunto de testes fornece informações cruciais para o diagnóstico e monitoramento de condições relacionadas à coagulação sanguínea, como distúrbios hemorrágicos, tromboses e doenças hematológicas.

Vem com o Estratégia MED conhecer os principais componentes do coagulograma e como interpretá-los. Ao final, separei uma questão de prova sobre o tema para respondermos juntos!

O que é o Coagulograma 

O coagulograma, também conhecido como perfil de coagulação, é um conjunto de exames laboratoriais que avaliam diferentes aspectos do processo de coagulação sanguínea. Essa análise é fundamental para compreender o equilíbrio entre os fatores que promovem a coagulação e os que a inibem, garantindo a integridade do sistema hemostático. 

O coagulograma inclui diversos parâmetros. A seguir, apresento os principais elementos que compõem o coagulograma: 

  • Tempo de Protrombina (TP);
  • Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA);
  • Tempo de Trombina (TT);
  • Fibrinogênio;
  • INR (Índice Internacional Normalizado);
  • Contagem de Plaquetas; e
  • D-dímero.

Esses componentes proporcionam uma visão abrangente da capacidade do organismo em responder a lesões vasculares, prevenindo hemorragias excessivas ou coagulação inadequada.

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Tempo de Protrombina (TP)

O tempo de protrombina (TP) avalia o tempo necessário para o sangue coagular após a adição de uma substância chamada tromboplastina tecidual, em condições padronizadas. Esse teste avalia principalmente a via extrínseca (VII) e comum (X, V, II , I) da cascata de coagulação.

O tempo necessário para a formação do coágulo é de 11 a 13 segundos. O tempo de protrombina é especialmente útil na avaliação de distúrbios da coagulação, como deficiências de fatores de coagulação ou a presença de anticoagulantes.

TP: exame utilizado para avaliar as vias extrínseca e comum.

Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA)

O Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) é utilizado para avaliar a eficiência da via intrínseca (XII, XI, IX, VIII) e comum (X, V, II e I) da cascata de coagulação sanguínea. Assim como o tempo de protrombina (TP) analisa a via extrínseca, o TTPA se concentra na avaliação dos fatores envolvidos na coagulação que são ativados quando há uma lesão vascular interna.

Os resultados do TTPA são expressos em segundos (valor de referência 25 a 35 segundos). O TTPA é particularmente útil na identificação de distúrbios da coagulação, como a hemofilia e outras condições relacionadas aos fatores de coagulação da via intrínseca.

TTPA: exame utilizado para avaliar as vias intrínseca e comum.

Tempo de Trombina (TT) 

O Tempo de Trombina (TT) é um parâmetro utilizado para avaliar a eficiência da via comum da cascata de coagulação sanguínea. Ao contrário do Tempo de Protrombina (TP) e do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA), que focam nas vias extrínseca e intrínseca, respectivamente, o TT analisa a etapa final da coagulação que culmina na conversão do fibrinogênio em fibrina. 

Durante o teste de Tempo de Trombina, uma amostra de sangue é misturada com trombina, uma enzima que desencadeia a conversão do fibrinogênio em fibrina. A trombina age sobre o fibrinogênio, liberando filamentos de fibrina que formam uma malha, consolidando o coágulo sanguíneo. O tempo necessário para essa conversão é de 14 a 19 segundos. O TT é particularmente útil para avaliar a eficiência da última etapa da cascata de coagulação, sendo utilizado em conjunto com outros parâmetros do coagulograma para obter uma visão completa do sistema hemostático.

Cascata final de coagulação.

INR (Índice Internacional Normalizado) 

O Índice Internacional Normalizado (INR) é uma medida padronizada utilizada para expressar os resultados de testes de coagulação, como o Tempo de Protrombina (TP), de uma forma que permita comparações consistentes entre diferentes laboratórios e métodos de análise. O INR é calculado usando a fórmula:

INR = [TP do paciente ÷ TP controle]ISI

Onde: 

  • TP do paciente: é o tempo de protrombina do paciente. 
  • TP controle: é o tempo de protrombina normal.
  • ISI: é o índice de sensibilidade internacional, específico para o reagente utilizado no laboratório.

Ao expressar os resultados em INR, conseguimos interpretar os níveis de anticoagulação de maneira uniforme, independentemente do laboratório ou método utilizado para realizar o teste. Um valor alvo de INR é estabelecido para cada paciente, dependendo da condição médica subjacente e do motivo pelo qual estão recebendo anticoagulantes.

Contagem de Plaquetas

A contagem de plaquetas consiste na avaliação do número de plaquetas presentes em uma amostra de sangue. Quando ocorre uma lesão vascular, as plaquetas são recrutadas para o local da lesão, aderem-se à parede vascular e entre si, formando um tampão plaquetário. Esse tampão ajuda a interromper o sangramento e inicia o processo de coagulação. 

A contagem de plaquetas é expressa em número de plaquetas por microlitro de sangue (valor de referência de 150.000 a 400.000 plaquetas/microlitro). Valores abaixo do intervalo normal podem indicar trombocitopenia, um estado em que há uma redução no número de plaquetas, aumentando o risco de hemorragias espontâneas. Valores elevados podem sugerir trombocitose, que está associada a um aumento na produção de plaquetas, podendo aumentar o risco de formação de coágulos.

Etapas da hemostasia

Fibrinogênio

O fibrinogênio é uma proteína plasmática essencial para o processo de coagulação sanguínea. Ele é sintetizado no fígado e circula no sangue na forma inativa. Quando ocorre uma lesão vascular e o processo de coagulação é desencadeado, o fibrinogênio é convertido em fibrina, formando uma malha que estabiliza o coágulo.

A dosagem de fibrinogênio em um coagulograma fornece informações sobre a quantidade de fibrinogênio presente no plasma sanguíneo. Valores normais variam, mas geralmente estão na faixa de 200 a 400 mg/dL. Níveis elevados de fibrinogênio podem ser observados em condições inflamatórias, infecções, gravidez e algumas condições cardiovasculares. Por outro lado, níveis baixos podem indicar distúrbios hepáticos, coagulação intravascular disseminada (CIVD) ou outras condições médicas.

Na sessão “Veja Também” você encontrará um resumo detalhado sobre o fibrinogênio

D-dímero

Para finalizar temos o D-dímero, uma substância que circula no sangue, sendo utilizado como um marcador laboratorial para avaliar a presença de fibrina degradada. Fibrina é a proteína insolúvel que forma os coágulos sanguíneos. Quando ocorre a quebra ou degradação da fibrina, são produzidos fragmentos, e um desses fragmentos é chamado de D-dímero.

A dosagem de D-dímero (valor de referência até 500 ng/ml) é frequentemente utilizada como um teste diagnóstico para excluir ou confirmar a presença de coágulos sanguíneos (trombose) e condições como a trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e a disseminação intravascular de coágulos (CIVD). 

É importante ressaltar que vários fatores podem influenciar os níveis de D-dímero, incluindo idade, gravidez, cirurgias recentes, trauma, inflamação e certas condições médicas. Portanto, a interpretação dos resultados de D-dímero deve ser feita em conjunto com outros dados clínicos e exames complementares para um diagnóstico preciso.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre coagulograma (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

(Faculdade de Medicina de Petrópolis – FMP-RJ – 2017) Para investigar alterações de hemorragia ou de coagulação, pode ser utilizada a dosagem do Tempo de Tromboplastina Parcial (PTT), que avalia a via: 

A) Extrínseca e comum e deficiência de fatores X e XI. 

B) Extrínseca e comum e deficiência de fatores VI, IX e XI. 

C) Intrínseca e comum e deficiência de fatores VIII, IX e XI. 

D) Intrínseca e comum e deficiência de fatores V, VI, VII e X.

Comentário da equipe EMED: o TTPA ou KPTT avalia as vias intrínseca (fatores XII, XI, IX e VIII) e comum (protrombina, fibrinogênio, fatores X e V). Assim, a resposta correta é a alternativa C.

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Veja também:

Referências Bibliográficas 

  1. Pagana, KD; Pagana TJ. Mosby’s Manual of Diagnostic and Laboratory Tests. 12 ed. – Elsiever – 2015
  1. James L Zehnder. Clinical use of coagulation tests. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
  2. Imagem e destaque: Pexels
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