Resumo de Fibrinogênio: conceito, função e mais!

Resumo de Fibrinogênio: conceito, função e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! Quando falamos de fibrinogênio, entramos no mundo da hemostasia, processo que controla os sangramentos ocasionados por lesões dos vasos. O fibrinogênio destaca-se como o fator de coagulação mais abundante no plasma, desempenhando um papel crucial na agregação plaquetária e na formação de fibrina para o processo hemostático.

Convido-os a juntar-se a nós do Estratégia MED para aprofundar nosso entendimento sobre o processo de hemostasia e entender como o fibrinogênio exerce sua influência. Ao final, separei uma questão de prova sobre o tema para respondermos juntos! 

O que é o Fibrinogênio

O fibrinogênio é um fator de coagulação (Fator I) que atua na via comum na cascata de coagulação, sendo convertido pela trombina (fator IIa) em fibrina. O fibrinogênio desempenha um papel fundamental na hemostasia e na defesa do hospedeiro e facilita a cicatrização de feridas. 

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Biologia do Fibrinogênio 

  • Síntese: o fibrinogênio é produzido principalmente no fígado e a síntese extra-hepática ocorre no trofoblasto e nas células epiteliais do pulmão.
  • Concentração: o fibrinogênio está presente no plasma, mas não no soro. Circula a uma concentração de aproximadamente 200 a 400 mg/dL, sendo o fator de coagulação mais abundante no plasma.
  • Meia-vida: a meia-vida do fibrinogênio é de aproximadamente três a quatro dias

O Processo de Hemostasia

A hemostasia é o processo que controla os sangramentos ocasionados por lesão dos vasos. Esse mecanismo é divido em 3 partes

  • Hemostasia primária: a hemostasia primária, a partir da adesão, ativação e agregação plaquetária, culmina na formação do plug plaquetário.
Representação da hemostasia primária.
  • Hemostasia secundária: a hemostasia secundária fortalece esse plug com a deposição de fibrina, a partir da cascata de coagulação, formando um plug hemostático secundário ou trombo.
Cascata de coagulação.
  • Hemostasia terciária: a hemostasia terciária é o processo de dissolução dos trombos de fibrina formados pelos processos de hemostasias primária e secundária, garantindo a permeabilidade do sistema vascular.
Etapas da hemostasia.

Função do Fibrinogênio 

O fibrinogênio tem inúmeras interações funcionais e desempenha um papel fundamental no equilíbrio hemostático: 

  • formação de fibrina: o fibrinogênio atua no final da cascata de coagulação (via comum), sendo convertido pela trombina (fator IIa) em fibrina para formar o coágulo de fibrina.
  • Agregação plaquetária: o fibrinogênio se liga às plaquetas e facilita a agregação plaquetária, embora a agregação plaquetária também possa ocorrer na ausência de fibrinogênio (por exemplo, via fator de von Willebrand).
  • Inserção placentária: durante a gravidez, o fibrinogênio desempenha um papel na manutenção da integridade da inserção placentária.

Distúrbios do Fibrinogênio 

Os níveis plasmáticos circulantes de fibrinogênio aumentam com a idade, obesidade, tabagismo e estados inflamatórios e diminuem com o consumo de álcool. Os distúrbios do fibrinogênio podem ser hereditários ou adquiridos e podem envolver anormalidades na quantidade de fibrinogênio (defeito quantitativo) ou anormalidades na função da molécula de fibrinogênio (defeito qualitativo). 

Distúrbios Quantitativos

  • Congênito: Afibrinogenemia (autossômica recessiva) e hipofibrinogenemia (autossômica dominante);
  • Adquirido: Hipofibrinogenemia (por exemplo, doença hepática, terapia de plasmaférese, coagulopatias consumptivas como CIVD), hiperfibrinogenemia (por exemplo, inflamação, neoplasia, gravidez) e medicamentos (por exemplo, agentes fibrinolíticos, isotretinoína, L-asparaginase, tigeciclina e ácido valproico).

Distúrbios Qualitativos

  • Congênito: disfibrinogenemia (autossômica dominante) e hipodisfibrinogenemia (autossômica dominante);
  • Adquirido: doença hepática, malignidades (por exemplo, carcinoma renal, hepatoma, mieloma múltiplo) e anticorpos antifibrinogênio. 

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão feita pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

No tromboembolismo pulmonar é observada redução na concentração circulante de: 

A. troponina I 

B. dímero D

C. ácido úrico

D. fibrinogênio.

Comentário da Equipe EMED: o fibrinogênio é um dos fatores da coagulação sanguínea (fator I), uma proteína necessária para a formação do coágulo. Produzido no fígado e liberado na circulação junto com outros fatores, é estimulado quando há lesão de um vaso sanguíneo, processo chamado hemostasia, que contém o sangramento. As plaquetas aderem ao local da lesão e se agregam formando um tampão. Ao mesmo tempo, é iniciada a cascata da coagulação. Ao final do processo, o fibrinogênio, uma proteína solúvel, é convertido em filamentos insolúveis de fibrina, que reforçam o coágulo plaquetário e formam um coágulo estável. Daí o motivo de sua diminuição no contexto do TEP agudo. Portanto, alternativa D. 

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Veja também: 

Referências Bibliográficas 

  1. James L Zehnder. Clinical use of coagulation tests. Uptodate, 2022. Disponível em: Uptdotate
  2. Kenneth A Bauer. Lab Interpretation: Low fibrinogen in adults. Uptodate, 2020. Disponível em: Uptodate
  3. Alessandro Casini & Caroline Bérubé. Disorders of fibrinogen. Uptodate, 2023. Disponível em: Uptodate
  4. Cory Wilczynski. Fibrinogen. Medscape, 2019. Disponível em: Medscape
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